Capítulo XII.

71 8 6
                                    

Havia convocado a reunião com a diretoria da London Stock Exchange e Emma e eu nos encontrávamos dentro da sala, esperando o restante dos executivos tomarem seus lugares. Assim que todos assumiram seus postos, incluindo o diretor de investimentos, Jim Folks, fui para a frente da sala, me posicionando em um lugar que todos pudessem me ver e coloquei os slides que havia preparado.

— Esse é o ex chefe de operações na filial de Denver — disse, mostrando a foto de um homem.

— Nós somos pessoas ocupadas, srta. Gilbert. O que realmente estamos fazendo aqui? — perguntou um homem entre todas as pessoas na mesa.

— Essa moça que estão vendo — ignorei-o, mostrando agora a foto de uma mulher —, dirigia a divisão de ações em Dallas. Morreu asfixiada em 2005, quando um cano de gás natural perto de sua casa se rompeu, mesmo nunca tendo problemas com a tubulação.

Todos na sala converteram suas expressões de tédio para horror e espanto.

— Esse outro homem trabalhava em Nova York, ganhou um bônus de 5 milhões de dólares em 2009, depois morreu afogado enquanto nadava em um lago. — disse e direcionei meu olhar para Jim Folks. — O fato estranho da morte desse homem é que quando estava na faculdade, trabalhou como salva-vidas em uma praia.

— Com todo respeito, srta. Gilbert — disse Folks com desdém. — A senhorita encontrou Peter Downey, teve uma overdose em seu apartamento, caso encerrado.

— Peter Downey foi assassinado. — Declarei, atraindo olhares confusos e assustados. — A polícia está investigando. E o que todas essas pessoas têm em comum com Peter? Bem, eu acho que a pessoa que matou Peter, também matou Garry Noris, o antigo diretor de operações e essas três outras almas infelizes que mencionei.

Jim Folks desviou seu olhar de mim e passou a encarar o chão, e então um agito na sala de reunião iniciou.

— Eu não consigo achar um motivo plausível para alguém de fora dessa empresa ter cometido esses crimes — disse e o tumulto intensificou-se. — Acho que pode haver um sociopata no meio de vocês. Um assassino astuto e muito metódico.

— Está dizendo que alguém está matando para chegar ao topo da empresa? — perguntou uma mulher. — Isso parece loucura para mim.

— Eu adoraria estar errada, mas alguém batizou a salada de Peter Downey — disse e a mulher contraiu-se. — Quanto ao restante, deixem-me trabalhar.

Voltei meu olhar a Jim Folks, que me observava atentamente e direcionei minha fala a ele.

— Preciso de acesso a seus arquivos. Se a pessoa estiver aqui, vou encontrá-la.

— Isso já deu, srta. Gilbert. Tenho certeza de que não é necessário — protestou Folks, olhando para todas as pessoas na mesa em busca de apoio, encontrando apenas olhares duvidosos e julgadores.

— Pode ter um assassino na London Exchange!

— Não tem nenhum assassino, e sabe como eu sei? Porque o único com o plano de carreira que você descreveu sou eu. O que? Está dizendo que eu matei cinco pessoas? — exclamou, forçando uma risada, percebendo os olhares que recebeu.

— Bem, isso foi bastante constrangedor, sr. Folks, mas o senhor é um suspeito sim.

Emma e eu voltamos para casa, uma vez que minha amiga tinha um compromisso profissional. Estava me dedicando ao preparo do almoço com Amélia quando a campainha tocou. Atendi a porta e me deparo com Jim Folks. Faço um sinal para que entre.

— Vim entregar seu cheque pessoalmente — disse e direcionou-se para a sala, sentando-se no sofá. — E precisamos conversar.

— Precisamos? — perguntei.

Um Estudo em VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora