Capítulo XXIV.

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Damon Salvatore.

Estávamos sentados em um dos sofás do hall de entrada, esperando, quando, às 19h45, uma figura desponta na porta de entrada. As roupas finas e elegantes, com uma postura impecável, e nos encara de volta. Carregando uma pasta nas mãos, Gabriel se aproxima, e nos levantamos para cumprimentá-lo com um aperto de mão.

— Obrigada por se atentarem a pontualidade — comenta, e Elena aponta a poltrona a nossa frente para que o homem a ocupasse.

— Fique à vontade para explicar o motivo de sua convocação — Elena diz, ríspida.

— Bem, devo começar pedindo a ambos que mantenham sigilo sobre nossa conversa e o assunto tratado.

Concordamos com a cabeça, dando abertura para que continuasse.

— Assim que vocês deixaram minha casa, depois daquelas perguntas, eu soube o motivo de estarem ali. — Continua o homem. — Querem descobrir a respeito do outro sócio da Stelco, encontrá-lo — o homem pega sua pasta de couro, abrindo-a. — Digamos que compartilhamos da mesma caça. Estou atrás dele há muitos anos, desde que me pedira para vasculhar as transações de John Gilbert e mandar-lhe relatórios semanais sobre seus movimentos. — Gabriel nos entrega algumas cópias dos papeis que carrega. — Claro que me prometeu um pagamento pelo trabalho extra. A cada informação que eu trazia sobre John, o outro sócio acrescentava muitos números em minha conta bancária. No entanto, assim que terminou qualquer que fosse seu plano com aquilo, todo o dinheiro sumiu. Sim, desapareceu. Alguns dias depois, John Gilbert e sua esposa apareceram mortos e o outro sócio simplesmente era um fantasma, como se nunca tivesse existido.

— Suponho que tenha tentado encontrá-lo — Elena diz, inexpressiva.

— Você não imagina o quanto.

— Ah, eu imagino sim. — Responde e o homem apenas assentiu, com compreensão nos olhos, como se prestasse condolência mais uma vez pela morte dos pais de Elena. — Já que mencionou, pode nos esclarecer para onde e para que fins meu pai desviava o dinheiro da empresa?

Uma lufada de tenebrosidade estampa em seu rosto ao abaixar seu olhar.

— Não acho que seria muito saudável para você saber dessas...

— Eu decido isso — Elena interrompe. — Pode falar.

O homem respira fundo antes de olhar de volta para nós, parecendo ponderar sobre sua próxima fala.

— John Gilbert era um dos grandes financiadores do tráfico de pessoas no continente asiático.

Elena desfaz sua postura instantaneamente e no rosto estampa a dor e a confusão. Pela primeira vez, vejo Elena sem falas, tão imóvel que acho que não respira. Sinto sua mão em meu braço, agarrando-o como se dependesse daquele toque para não desabar.

— Eu sinto muito, srta. Gilbert. — Diz Gabriel com sinceridade.

Em uma tentativa de consolá-la, me aproximo de seu corpo, tocando sua perna com a minha, e seguro suas mãos, apertando-as de leve.

— O que... Por que veio atrás de mim, de nós, afinal? — pergunta Elena depois de alguns instantes, soltando uma das minhas mãos, voltando sua postura parcialmente.

Gabriel parece analisar seu estado antes de continuar, se certificando de que Elena está bem para voltar a falar de negócios.

— Quando saíram de minha casa, pesquisei muito sobre você, srta. Gilbert. Soube da reputação que carrega, e juntei isso ao nosso interesse em comum de encontrar esse outro sócio. — O homem olha de mim para Elena e volta a falar. — Preciso da ajuda de vocês.

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