Dark Percy

Capitulo 7

Pov Percy

    -Falta muito? - um deles, de voz rouca mas aguda, perguntou

    -Ah, pelo Tártaro! - Kelli resmungou - Cara, vocês são muito chatos! Eu já falei, é a três dias daqui.

    Montros podem sentir cheiro de semideuses de longe, ainda mais de filhos dos três grandes. Mas essas empousai não dão nem sinal de terem sentido meu cheiro. Talvez o cheiro no Tártaro seja diferente, ao menos. Talvez os odores fortes sejam suficientes para mascarar o meu. Ou são apenas burras e distraídas mesmo.

    -Eu acho que talvez você não saiba o caminho, minha jovem. - uma terceira voz disse, velha e séria.

    -Ah, cale a boca, Serefone, sua imbecil! Quando foi a última vez que vocês escaparam para o mundo mortal? - Kelli respondeu -Eu estive lá há alguns anos. Sei o caminho! Além disso, eu sei o que estamos enfrentando lá em cima. Vocês não tem a mínima ideia!

    -A Mãe Terra não fez você nossa líder! - interveio outra voz mais grave.

    Elas sussurraram mais algumas coisas que eu não pude entender. Talvez tenham sentido meu cheiro e saibam que estou aqui. Se souberem, não tenho como fazer muita coisa. Estou exausto e não conseguiria lutar contra todas de uma vez. Elas me matariam.

Mas eu não facilitaria as coisas.

   -Basta! - Serefone berrou. - Por enquanto vamos seguir você, mas se não nos conduzir direito, se descobrirmos que mentiu sobre as invocações de Gaia...

    -Eu não minto! Podem acreditar, tenho um bom motivo para entrar nessa batalha. Tenho inimigos a devorar e vocês vão se banquetear no sangue dos heróis. Deixem apenas um em especial para mim... - Kelli olhou para cima como se sonhasse com alguma coisa. Provavelmente minha morte - Percy Jackson.

    Eu já esperava por isso. Aparentemente, monstros têm uma boa memória e parecem estar muito bravos comigo. Ou são meus fãs. Poderia ter esperança de que seja a segunda opção, mas acho que depois de mata-los, seria meio difícil não ser a primeira.

    -Podem acreditar em mim - continuou Kelli - Gaia nos convoca, e vamos nos divertir muito. Antes do fim dessa guerra, mortais e semideuses vão tremer ao som de meu nome. E aquele garoto... ele será o primeiro a quem detonarei.

    É. Definitivamente, ela não é uma fã. O que me faz ter que bolar um plano, rápido. Não posso atacar todas, mas talvez...

    Espera. Elas estão indo para as Portas da Morte.

   Então só me resta segui-las.

                                             *

    Elas já estão à alguns metros de mim quando percebo o que tenho que fazer. Tento fazer o mínimo possível de barulho, mas isso é difícil quando se desce um penhasco de pedras. Com bolhas recém-curadas em seu corpo. Com fome. No Tártaro.

    Preciso parar novamente e beber água do Rio de Fogo. Meu estômago tem a sensação de estar encolhido no tamanho de uma bala de goma. Mas também preciso seguir as empousai, e mais importante, ter um plano para fechar as portas.

    Muito provavelmente, as portas estão protegidas por monstros muito mais perigosos que Kelli. E o olhar de lobo que Lupa me ensinou, não deve ser suficiente.

    Continuo então andando com dificuldade. Meu corpo esta no piloto automático. Meus dedos estão com câimbras, e bolhas voltam a surgir nos meus tornozelos.

E com fome, meu estômago me lembra. Um pouco alto demais.

    Quando penso nisso, lembro-me de Tântalo, que foi castigado preso para sempre em um lago sob uma árvore frutífera, sem poder alcançar nem a água nem o alimento.

    Caramba, não pensava em Tântalo à anos. Aquele sujeito idiota tinha sido brevemente o diretor do acampamento no lugar de Quíron. Provavelmente está de volta aos Campos de Punição. Nunca tinha sentido pena dele antes, mas agora sinto uma pontada de compaixão por ele.

Continue a descer, pensei.
   
    Cheeseburgueres, meu estômago protesta.

    Cale a boca

    Com fritas, continua meu estômago.

Talvez eu esteja ficando louco.

   Mil anos mais tarde, com mais de 10 bolhas no pé, finalmente cheguei ao fundo. Adiante, se estende quilômetros de terra estéril fervilhando com larvas monstruosas e árvores que parecem pelos gigantes de insetos. À direita, o Flegetonte se divide em braços. Ao norte, ao longo do curso principal, ha inúmeras entradas de cavernas.

    O solo em que piso é estranhamente macio e quente. Abaixo para pegar um punhado de terra mas o que sinto é uma fina camada de terra e caliça, o chão como uma grande e única membrana... pele.

    Luto contra a vontade de vomitar, o que é fácil-Não há nada em meu estômago se não fogo.

Cerca de 100 metros à minha frente, uma bolha estoura no chão. Um telquine sai, abrindo caminho com suas garras. Conseguiu rastejar apenas alguns metros quando algo saiu disparado da caverna mais próxima, tão rápido que só consegui vislumbrar uma cabeça reptiliana verde-escura, que abocanhou o telquine e o arrastou para a escuridão, enquanto a presa guinchava.

Renascer só para ser devorado 5 segundos depois. Pelo menos ele sabia que irá voltar, demorando ou não.

    Só percebi que estava parado olhando à cena quando notei que havia perdido as empousai de vista.

   E é claro, como sempre na vida de um pobre semideus, capitei um vislumbre de movimento entre duas rochas à minha direita. Um monstro

    Perfeito! Perdi minha carona que levava direto às Portas da Morte e estou sendo seguido por um monstro.

    Não. Não havia monstro algum me perseguindo. Posso estar com bolhas dos pés à cabeça, com muita fome, minhas pernas tremendo de cansaço, mas eu notaria um monstro atrás de mim.

Não. As empousai haviam me notado.

    Saquei a espada tarde de mais. Elas surgem em minha volta, formando um círculo perfeito.Uma armadilha perfeita.

   Kelli se adianta mancando com aquelas suas pernas diferentes. Seus cabelos flamejantes caem em cascata sobre os ombros, o uniforme esfarrapado de líder de torcida esta coberto de manchas marrom acobreado, e provavelmente não é ketchup. Ela me encara com os olhos vermelhos e exibe suas presas.

    -Percy Jackson - exclama ela alegremente - que maravilha! Nem preciso voltar ao mundo mortal para destruir você!

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Revisado!