Capitulo 36

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Pov Annabeth

Hazel chorou e gritou quando o túnel se fechou. Socou as pedras e gritou palavrões.

Leo olha para mim com olhos arregalados, com uma súplica silenciosa para que eu faça algo. Mas não a muito que eu possa fazer, além de deixá-la extravasar. Precisamos ir, rápido.

Hazel por fim pareceu lembrar que estamos aqui e do que precisamos fazer. Seu olhar mudou quando olhou para Leo.

-Sinto muito - Ela limpou o rosto.

-Ei, está tudo bem. - coloquei uma mão em seu ombro.

-É - Leo deu de ombros - ja ataquei algumas pedras também.

Hazel engoliu em seco.

-Frank está... ele...

-Hazel - a interrompi - Frank tem habilidades, sabe como lutar.

-Provavelmente vai se transformar em um canguru e dar alguns golpes de jin-jitsu naquelas carrancas horrorosas. - Leo completou.

Ele a ajudou a se levantar. Nunca havia visto Hazel assim, e sei que ela está em pânico. Mas ela sabe que estamos certos: Frank e os outros não estavam desamparados. Vão descobrir um jeito de sobreviver, vão lutar e sobreviver. O melhor que podemos fazer agora é seguir em frente e resgatar Percy.

Hazel olhava para Leo desde que começamos a andar. Não se concentrava em nada a seu redor, se não nele.

-Leo, sinto muito - disse ela.

Olhei para os dois. Certo, assunto particular. Talvez eu deva ir na frente.

Ele ergueu uma sobrancelha.

-Ok... Mas por que?

-Por... - Ela gesticulou ao redor - Tudo. Por pensar que você era Sammy...

-Hum... eu vou indo na na frente para que vocês possam conversar melhor e... - Hazel parecia ter se lembrado que eu estava ali, porque seus olhos demonstraram surpresa por alguns milésimos de segundos - é, vou indo na frente, ok?

-Annabeth, me desculpe... - ela começou.

-Não, não! Tudo bem. - cortei sua fala - não me importo de ir na frente, e vocês podem conversar em particular. Só... não demorem muito.

Porque Percy está perto e eu quero reencontra-lo o mais rápido possível. Porque Percy pode estar em perigo nesse momento e nesse lado das Portas. Mas eu não diria isso em voz alta. Não à Hazel.

-Certo. Nós já vamos - apesar de eu não ter falado em voz alta, Hazel pareceu ler as entrelinhas.

Comecei a andar e dei uma olhada para trás. Leo parecia ansioso com o que quer que Hazel tinha para falar antes que eu saísse de lá, porém assim que ela começou, ele se acalmou.

    Eles não devem demorar muito. Sabem que precisamos chegar as Portas, e sabem que mesmo não demonstrando, eu preciso encontrar Percy. Espero.

    Percy... todo esse tempo no Tártaro, sozinho. Ele vai estar machucado quando sair daquele lugar? Não só fisicamente, mas emocionalmente, claro.. Tudo que passou lá - o que quer que tenha sido - com certeza o marcou. Trouxe uma pochete comigo com algumas coisas que ele pode precisar: ambrosia, nectar, curativos e água. Salgada e potável, assim ele pode se curar sem ambrosia ou nectar se estiver muito mal.

    A qualquer momento, Percy estará comigo.

Dez metros andando, e um túnel se divide em quatro artérias menores e idênticas. Assim que olho para o túnel, tenho um mau pressentimento. Paro e espero os outros chegarem. Não faz sentido ir sozinha semi desarmada.

Hazel, Leo e eu trocamos um breve olhar antes de seguirmos pelo da esquerda, que irradia frio.

-Esse parece o mais perigoso. - disse Hazel.

-Só pode ser esse. - concluí.

Assim que chegamos ao primeiro arco, a doninha Gale nos encontrou.

Gale correu ate Hazel e enroscou-se em volta de seu pescoço, guinchando zangada, como se reclamasse da nossa demora.

-Essa doninha flatulenta outra vez - disse Leo - se essa doninha soltar um pum assim tão perto do meu fogo, vamos explodir.

A doninha guinchou para Leo e Hazel os mandou se calarem.

De repente, senti outro mau pressentimento. Olhei para Hazel, que confirmou com a cabeça.

-Preparem-se. Estamos perto.

-Perto de que? - Leo perguntou.

Antes que Hazel pudesse responder, uma voz feminina ecoou pelo corredor:

-Perto de mim.

Os joelhos de Hazel se dobraram e ela caiu. Parecia estar com náusea muito forte. O mundo inteiro rodou, e a náusea também me atingiu. Fechei os olhos com força e quando abri, me vi cem metros mais abaixo no corredor, na entrada da câmara, mesmo que não tenha andado um passo sequer. Leo e Hazel estavam tão desnorteados quanto eu.

-Bem-vindos - disse a voz feminina - Aguardei ansiosamente por isso.

Olhei atentamente a caverna, em busca da voz. Não conseguia ver quem estava falando. Então analiso o lugar, a procura de algo que possa nos ajudas ou alguma saída.

O lugar lembra o Panteão de Roma, mas decorado no estilo Hades Moderno. As paredes de obsidiana são entalhadas com cenas de morte: vítimas da peste, cadáveres no campo de batalha, câmaras de tortura com esqueletos pendurados em gaiolas de ferro, tudo adornado com pedras preciosas, que de algum modo tornam as cenas ainda mais medonhas. Como no Panteão, o teto abobadado é composto por um padrão de painéis quadrados rebaixados, mas ali cada painel é uma estela, uma lápide com inscrições em grego antigo.

No cume do teto, onde ficaria a claraboia do Panteão, brilha um círculo de pedra negra, como se para reforçar a ideia de que não se tem um jeito de escapar desse lugar: nenhum céu lá em cima, apenas a escuridão.

Mas o que me deixou mais intrigada, foi um conjunto de portas de elevador isoladas com painéis entalhados em prata e ferro. Fileiras de correntes em ambos lados, fixando a moldura a grandes ganchos no chão.

-As Portas. - minha voz saiu baixa, como num sussurro.

    A qualquer momento, Percy estará comigo. Vivo ou morto.

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Revisado!

Dark PercyOnde histórias criam vida. Descubra agora