Capitulo 32

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Pov Annabeth

A escadaria se divide em três diferentes direções. Assim que Hazel escolhe um caminho, a escadaria se divide outra vez. Enquanto abrimos caminho, tudo parece igual: túneis interligados e câmaras mortuárias, com nichos empoeirados entalhados nas paredes que outrora deveriam ter abrigado cadáveres. Os arcos sobre os portais com suas pinturas retratando gado preto, galhos de álamo-branco e corujas.

-Eu pensei que a coruja fosse o símbolo de Minerva - murmurou Jason.

-A coruja é um dos animais sagrados se Hades - disse Nico - seu pio é considerado mau presságio.

-Por aqui - Hazel apontou para um portal que parecia igual a todos os outros - é o único que não vai desabar sobre nós.

-Boa escolha, então. - murmurou Leo.

Minha pele formiga. Talvez um efeito do veneno, talvez a ansiedade de finalmente ver Percy novamente. Acho que ambos.

O vento dança em meu rosto. Não sei o que aconteceu com ele nesse tempo. Pode ser que tenha mudado. E se ele ficou com raiva por eu não ter feito o que ele fez? Ele se jogou por mim e eu não fui atrás. Ele sabia que suas chances de sobreviver lá embaixo eram mínimas, mas ainda assim não hesitou.

    Por mim.

    Não, não faz sentido Percy estar com raiva. Faz?

    Balanço a cabeça pra afastar tais pensamentos, chamando atenção de Piper.

    -Então, Chase. - Ela para a minha frente e segura meus ombros com as duas mãos, me forçando parar - Ta tudo bem?

    Os outros vão na frente sem falar nada. Eu estava demonstrando algo e nem percebi? Ficamos apenas as duas por alguns segundos. Sabemos que não podemos ficar muito pra trás ou vamos nos perder sem Hazel. E não temos tempo. Com uma breve pausa, respondo.

    -Ta, sim.

    Piper da um sorrisinho de lado, mas não hesita nem um segundo antes de responder.

    -Mentirosa.

    De repente, a abraço. Ela já esperava, claro. E ela também ja sabe que não preciso de palavras de conforto. Por isso, depois de alguns segundos, nos afastamos e continuamos a andar, em silêncio.

    O que quer que tenha acontecido no Tártaro, trouxe traumas para Percy; E eu vou ser seu apoio. Como sempre fui, e como ele sempre foi pra mim.

                                        *

Enfim chegamos a um lugar diferente. Estar aqui em baixo me lembra de quando tive a missão de resgatar a estátua gigante de Atena.

Felizmente, agora não estou sozinha.

O arco é esculpido na forma de crânios humanos. Talvez sejam realmente crânios humanos incorporados à rocha. Sob a luz roxa do cetro de Diocleciano, suas orbitas parecem piscar.

Frank estava prestes a bater no teto, quando Hazel tocou em seu braço.

-Essa é a entrada para o segundo nível - disse ela - é melhor eu dar uma olhada.

Frank demorou alguns segundos para perceber que estava na frente do portal, mas enfim percebeu.

-Ah, sim. - disse corando.

Abriu caminho para Hazel, que correu os dedos pelos crânios.

-Não há armadilhas na porta, mas... tem algo estranho aqui. Minha sensibilidade subterrânea está... está difusa, como se alguém estivesse tentando me atrapalhar, escondendo o que está a nossa frente.

-A feiticeira sobre a qual Hécate nos advertiu? - adivinhei - aquela que Leo viu em um sonho?

-Qual o nome dela? - Jason perguntou.

-Seria mais seguro não dizê-lo em voz alta - Hazel mordeu o lábio - mas fiquem atentos. De uma coisa tenho certeza: deste ponto em diante, os mortos são mais poderosos do que os vivos.

Assim que Hazel terminou, pude notar que as vozes na escuridão pareciam estar sussurrando mais alto. Nas sombras, alguma - ou algumas - coisa se movia. Pelo modo que os outros moviam seus olhos, também perceberam.

-Onde estão os monstros? - Frank perguntou - achei que Gaia tivesse um exército defendendo as Portas.

-Não sei. - disse Jason. Sua pele está tão verde quanto o veneno do cálice - neste momento eu quase prefiro uma luta aberta.

-Cuidado com o que deseja, cara. - respondeu Leo, criando uma bola de fogo em uma das mãos - Pessoalmente, prefiro que não tenha ninguém em casa. Entramos, encontramos Percy, destruímos as Portas da Morte e saímos. Talvez possamos até dar uma passadinha na loja de suvenir.

-Claro - disse Frank - pode ir esperando.

É claro que não é tão simples como Leo deseja, mas ainda assim, tenho aquela esperança de que não seja tão difícil.

O teto estremece e escombros caíram.

Mesmo que ainda tenha esperança, sei que o que quer que nos espere, não vai ser fácil. Mas ainda me pego sussurrando.

    -Hora de lutar.

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Revisado!

Dark PercyOnde histórias criam vida. Descubra agora