21 - Fim da Visita

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Eu ainda estava me sentindo meio incomodada com toda a atenção que Serena estava me dando. Ela me levou até um quarto e me deu uma toalha para que eu pudesse me lavar. O banheiro parecia algo saído dos meus sonhos, era amplo com uma hidromassagem e um chuveiro gigante, a bancada da pia era cheia de maquiagens, hidratantes e loções.

Depois que tomei meu banho e vesti o vestido cor de rosa, Serena entrou com uma cadeira no banheiro e me obrigou a sentar. Ela fez um penteado no meu cabelo que deixou todo meu cabelo para o lado esquerdo e do lado direito da minha cabeça haviam várias tranças. O penteado era muito complexo para minha compreensão, porém Serena fazia parecer algo que uma criança de cinco anos poderia fazer no próprio cabelo.

- Agora vamos a maquiagem.

Disse Serena de uma forma muito animada. Eu me senti uma Barbie nas mãos de uma criança.

- Eu não vou fazer nada muito glamoroso ou complexo por que infelizmente as bases que eu tenho aqui são para tons de pele mais claros. Tipo eu e a Cassandra.

Ela e Cassandra eram realmente muito brancas, Cassandra ainda mais do que Serena. Deve ser a falta de sol, já que as duas trabalham durante a noite. Ela passou sombra e delineador nos meus olhos, corrigiu minhas sobrancelhas e passou um batom da mesma cor do que ela estava usando nesse exato momento.

- Eu acho essa cor de batom primorosa, ela destaca bem a boca.

Ela disse entre risinhos enquanto passava o batom. Serena estava se divertindo como se não houvesse amanhã.

- Serena querida, eu vou precisar da sua ajuda um instante.

- Já vou amor… me espera aqui, Mel. Deve ser coisa rápida.

Serena saiu voando pela porta do banheiro, o que me deu tempo de me olhar no espelho. Eu não parecia a Mel de sempre. Eu poderia facilmente ser uma princesa de contos de fadas. Meus músculos avantajados não faziam tanta diferença agora que eu estava vestida de forma tão elegante.

- Você está muito bonita menina. Queria que sua mãe pudesse te ver agora.

Eu vi pelo reflexo do espelho a Cassandra na porta. Ela me olhava de forma gentil.

- Como minha mãe era? Quer dizer… depois dos últimos acontecimentos… eu acho que ela era uma pessoa diferente do que eu achava que ela era…

- Entendo… sua mãe não queria que você ficasse como ela, sabe? Sua mãe fez muitas coisas erradas, muitas coisas certas… ela se tornou assassina…

- Então é verdade… ela realmente treinou a Alice.

- Sim meu bem… ela sentia que algo estava para acontecer com ela… então ela treinou a menina que havia achado em um cartel…

- Um cartel? Eu achei que a Alice tinha vindo de um orfanato.

Cassandra começou a andar de volta ao quarto quando parou e disse:

- Por que não conversamos sobre isso bebendo um pouco de sangue?

Eu realmente estava faminta. Ainda não havia comido. Eu tinha acabado de chegar do trabalho quando a Alice apareceu na minha casa, não tive tempo de comer porcaria nenhuma, logo, eu estava fraca.

- Acho que eu vou aceitar.

Eu segui Cassandra até a cozinha. Enquanto passávamos pela sala de estar, eu pude ouvir alguns barulhos abafados vindo de uma porta do lado direito. Eu não entendi bem o que estava acontecendo ali, então não dei importância.

- Sente-se querida.

Cassandra estava servindo um vinho que parecia muito caro. Ela colocou um terço de vinho nas taças e completou com algo que eu acredito que seja sangue.

ALMA VAZIAOnde histórias criam vida. Descubra agora