À segunda vista |✅|

Conhecendo o inimigo

O ditado é simples:
Mantenha os amigos perto e os inimigos mais perto ainda.

Eda ergueu a xícara de porcelana preenchida pelo líquido quase dourado levando a boca. A quentura do vapor que escapava do chá de alecrim acariciava a ponta de seu nariz em um calor confortável.

— Está se alimentando bem? —Sua tia a estava interrogando desde que ela cruzou a cozinha naquela manhã. — Parece mais magra. Está aqui a uma semana e parece que não come mais... — Eda escutou seu suspiro de lamúria, a tia possuía a veia dramática das Yildiz em um nível mais elevado. O que a fazia se questionar se, em algum momento ela também se tornaria assim. — Que tipo de trabalho é esse em quem você nunca está em casa?

— É apenas uma questão de costume, eu preciso me adaptar ao ritmo deles... Estou adiantando o máximo possível do meu trabalho, não quero atrasar e usar a desculpa de ser “a novata". — Ela diz provando mais do chá.

— Não sei se gosto disso. Parece que via mais você quando estava na Itália do que agora, estando na mesma casa.

Fifi agita sua cabeça de maneira quase imperceptível do outro lado da mesa, com um sorrisinho atrás de sua torrada.

— E ainda tem a questão do chefe...— Ela começa levantando a xícara com café preto. — Ele vivo pressionando ela contra a parede.

Eda cuspiu parte do seu chá sobre a mesa enquanto a prima prendia um sorriso no rosto sonso dela.

— QUENTE... QUENTE! — Repete algumas vezes agitando a mão enquanto planejava um funeral.

Maldita hora que confiou naquela garota.

— Eda querida! — A tia se inclina para ela acariciando suas costas. — Tudo bem? Precisa tomar mais cuidado.

— Bem... — Diz forçando um sorriso.

— Isso é estresse, precisa conversar com o seu chefe.

— É Eda! Afinal vocês vivem batendo boca... — Eda a chuta por baixo da mesa fazendo a garota saltar do outro lado. A tia passeia seus olhos aguçados entre elas as estudando com atenção.

— Do que estão falando?

— Nada... — Respondem em uníssono. — Mas não se preocupe tia, assim que tudo estiver em seu devido lugar então eu terei mais tempo, — Assim esperava. — E você? Como está sua saúde nos últimos dias?

Sabia por Fifi que ela tinha estado aparentemente bem, mas ainda não conseguia manter-se Livre de preocupações quanto a isso.

— Bem! Estou ótima, como já havia lhe dito. — Por mais calma que sua voz parecesse Eda sentia que ainda guardava algo dela.

Trocou olhares com a prima tão preocupada quanto ela.

— Não fiquem se olhando como se eu tivesse prestes a morrer. Estive mal pelo cansaço, com vocês por perto eu sempre me sinto bem... — Ayfer estende uma das mãos sobre a mesa esperando que Fifi a tome e põe a outra sobre a de Eda apertando levemente. — Agora minhas duas filhas estão em casa.

Disse com um sorriso.

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Tomou as escadas ao chegar no escritório, andava evitando os elevadores desde o “incidente” com o sr. Gelo, não que temesse que o ocorrido pudesse voltar a suceder, não aconteceria,ele mesmo tinha deixado claro o que a deixou irritada, por que homem algum tinha direitos sobre suas vontades.