Declaro Guerra!

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Istambul
Em um elevador.

"No amor e na guerra vele tudo!"

Quando fogo e gelo se encontram uma reação química é gerada. O hidrato de metano, por exemplo, é capaz de pegar fogo, o famoso “gelo que arde”. Se ele não queima ele derrete.

Serkan Bolat estava prestes a derreter em contato com a pele de Eda Yildiz.

— Não! Não! Não! — Ela mal conseguia acreditar na própria sorte e isso era uma ironia.
De todos os lugares abertos e bem arejados em que poderia estar, foi ficar presa justo em um elevador de 4m² com o homem mais odioso, não, o segundo mais odioso, que existia. 

Se afastou dele cerrando os punhos contra as portas de metal. 

Já tinha vivido algumas situações desesperadoras antes, como ficar trancada em um banheiro no ensino médio, mas neste caso escapou pela janela uma solução prática, no entanto, elevadores não possuíam janelas, sendo assim, nenhuma solução prática lhe passava pela cabeça se não esmurrar as portas.

Detestava lugares pequenos, parecia que o ar iria acabar a qualquer momento e dividir o espaço com outra pessoa só piorava, porque nesse caso, morreriam mais rápido.

Voltou a bater contra a porta e pedir por socorro aos gritos.

— Pelo amor de Deus Yildiz, o que acha que está fazendo?
Ele não era cego, mas deveria ser idiota. Que tipo de pergunta era essa? Estavam presos.

— O que você acha? — Chutou com força a porta de metal. — Eu não quero morrer aqui! — Afirmou. — Com você!

O homem franziu seu rosto desacreditado, e então soltou seu ar cruzando o espaço pequeno até o painel.
Eda espiou sobre o ombro dele. — O que é isso?

Serkan se virou impaciente. — Um botão de emergência, vai sinalizar que o elevador está parado.

— O que? Eles não sabem?

Ele coçou o queixo. — Sabem, mas assim vão saber que tem pessoas aqui e vão trabalhar mais rápido.

Ela cruzou os braços, mordeu seus lábios e bateu seu pé contra o chão.

— Deveria se acalmar. — Serkan disse.

— Me acalmar? Sabe que isso é culpa sua né? — As sobrancelhas do ruivo se arquearam. — Não finja surpresa! Eu vim atrás de você para te dar uma lição por ser tão babaca. Se você não fosse um babaca, então eu não estaria aqui.

— É a segunda vez se refere a mim desse jeito, é um bom motivo para demissão.

— Acha que me ameaçar é uma boa ideia? Estamos sozinhos aqui e francamente você não me assusta.

— Não é uma ameaça Yildiz. — Pausou, os dedos passearam ao longo do tecido escuro de seu terno caro. — Mas eu teria motivos para tal.

Eda bufou, apertando ainda mais seus braços ao corpo, que tipo de motivos ele teria? Ela cumpria a carga horária, graças a ele tinha acumulado algumas horas extras, seus projetos estavam caminhando bem e tinha um excelente relacionamento com seus novos colegas, claro que ele era a exceção, mas não precisava e nem queria ter uma boa relação com ele, desde que fizesse seu trabalho ele não teria, qualquer
m o t i v o para reclamar dela, sua opinião pessoal não lhe dizia respeito.

— Você é rebelde e pouco disciplinada. — Serkan disse a estudando. — Parece estar sempre andando por aí, distrai os outros e também é pouco focada. É uma peça solta.

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