capitulo 22

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Eles sairam bem cedo da pequena cabana. Como previsto, Rick e o grupo só esperou que o inverno diminuísse para que pudessem voltar a andar, já que estava ficando insuportável viver naquele pequeno cubículo como várias pessoas, principalmente para Beth que não estava olhando para Maggie, pois se sentia magoada, não conseguia ficar perto de Daryl, pois ela não era trouxa de ficar perto, lembrando de como o homem era tão inconstante, e a ignorava. Ela o amava, mas também tinha amor próprio e se dava o valor e Daryl teria que se decidir e ficar entregue como ela estava entregue a ele.

Daryl parecia que toda vez que olhava para frente via a garota com o rabo de cavalo alto loiro, sentia algo dentro dele, um amargo em sua boca, um aperto no coração e um sentimento de saudades. Saudades de sentir ela em seus braços, falando com ele olhando diretamente em seus olhos, saudades de ver o sorriso fácil dela, e a carinha dela sem ter medo de provocar ele e saudades de ver sua coragem, audácia e força, que ela tem e transparecia quando necessário de forma extraordinário. Sabendo que sentia tudo isso, por que ele ainda não fez nada?

Eles pararam um pequeno momento para descansar em uma sombra, esperando para saber para que lado seguiriam o caminho.

Maggie e Glenn estavam perto um do outro, próximo a Rosita e Tara, Carol estava com Judith e os outros estavam encostados em outra sombra, enquanto Carl e Beth estavam mais na frente também parados, esperando qualquer decisão.

_ socorro!- exclama um voz alta e desesperada. Vindo do meio da floresta.

Beth escutou no mesmo momento se ergueu e olhou para Carl e os dois não esperou mais nenhum segundo e correram em direção aos gritos. Ela olhou para trás escutando passadas rápidas se aproximando. Olhou de relance e viu que era Glenn, também correndo em direção aos gritos.

Viu um homem em cima de uma pedra, com vários zumbis a sua volta tentando o alcançar ele, totalmente sedentos.

Ela puxou sua faca do cinta e cravou direto na cabeça do primeiro zumbi que apareceu em sua frente e assim fez com vários outros.

Quando acabou, ouviu vários passos apressados vindo até eles. Ela se virou e viu Rick já com sua arma olhando preocupado para Carl. Daryl e Michonne vem logo atrás com suas armas. Podia ver os demais se aproximando ainda um pouco distantes.

Glenn que estava ajudando o cara de roupa preta de padre a descer da pedra e Carl, estava sendo examinado pelo pai. Todos eles estavam completamente sujos de sangue de zumbis.

_ não façam mais isso. Poderia ter sido uma armadilha- Rick fala com calma depois de olhar com cautela para o seu filho.

_ você está louca?- Daryl coloca sua mão no ombro de Beth e pergunta bravo. Beth olha para ele e tem a certeza que ele está falando com ela. Ela fecha sua expressão ouvindo o modo que ele está falando e com na altura desnecessária- poderia ter morrido. Pare de agir como uma adolescente inconsequente.

Beth enfurece, mas sorrir sarcasticamente, olhando para ele amargamente.

_ quem é você para ditar como eu devo agir, não é meu pai. Sou uma adolescente inconsequente? Fiz uma coisa que quis e faria novamente, pelo menos não estou parada e não estou tomando decisões por que estou com medo. Sou realmente uma adolescente inconsequente, Dixon? Não está nem falando comigo. Pare de hipocrisia. Não haja como se importasse- ela fala tudo irritada soltando a mão de Daryl de seu ombro e sai para o outro lado esbarrando acidentalmente no ombro de Maggie, completamente cega pela raiva.

Beth parou por uns minutos e seus nervos acalmaram, ela observou de longe, Rick conversando com o padre e não pode deixar de enrugar a testa vendo o homem vestido de padre colocar tudo que tinha no estômago para fora.

Aparentemente o padre tinha um igreja não muito distante, então eles caminharam até ela. Daryl o seguiam quase no modo automático, pois sua mente estava em Beth e suas palavras. Ela tinha razão, ele estava sendo um idiota e sabia que a cada dia que passava ele estava a perdendo.

Se afastar de dela, era o que ele achava que era o melhor para Beth, mas por que ele não conseguia parar de pensar nisso, não conseguia parar de pensar nela.

Caminharam por mais alguns minutos e finalmente chegaram. A igreja estava lá completamente intacta. Sim, isso seria um bom lugar por enquanto.

Era como finalmente está em casa, mesmo isso estando muito longe de ser uma casa confortável. Eles estavam sentados, uns no chão, outros nas cadeiras, comendo com as luzes de velas. A quanto tempo eles não tem uma refeição decente?

A sopa enlatada quente batia no estômago de Beth, que ela queria muito agradecer a Deus e estava no lugar propício para isso. Depois de comer, conversar e escutar sobre a cura que Eugene falava. Poderia sentir uma pitada de felicidade e agonia, pelo modo lento e robótico o homem falava. Ela se deitou em um dos bancos fofinhos que os fies sentavam e permitiu tentar pegar no sono, com a imagem de quando seu pai a acordava cedo no domingo de manhã para ir a igreja. Ela reclamava bastante de sono, mas era o sacrifício que ela queria voltar a fazer.  Com a sensação de proteção e o quentinho das velas ela fechou os olhos com as imagens antigas em sua cabeça, que proporcionava o ambiente. Antes de pegar completamente no sono, ela sentiu um tecido grosso e com o cheiro conhecido, pousar em cima de seus ombros.
Assim dormiu profundamente.

Daryl jogou sua jaqueta nos ombros de Beth, e viu ela suspirar, como se estivesse completamente relaxada em seu sono. Ela parecia um pequeno anjo encolhido naquele branco grande. Seus cabelos loiros  jogados se destacando na almofada vermelha. Sua respiração calma e uniforme, como se não houvesse problemas.

Eles não podiam ficar assim. Daryl percebeu que não fazia bem manter Beth longe dele, e que apenas causava o efeito contrário, ambos ficavam mal.
Juntos eles podiam fazer mais e por incrível que pareça, eles poderiam se dar muito bem no meio do caos e poderiam ser felizes e enfrentar o mundo.

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