capitulo 23

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Na manhã seguinte Beth acordou bem disposta e também bem dolorida, o banco não era confortável, mas antes de reclamar ou resmungar das dores nas costas, ela simplesmente agradeceu, por ter dormido em um lugar, que ainda por cima tinha pessoas que gostava, o lugar era quentinho e aconchegante, deveria principalmente agradecer por está viva.

Ela viu que alguns ainda estavam dormindo, menos quem ficou de guarda durante a noite e o padre que estava em pé olhando o nada, além do altar. Beth se aproximou lentamente dele e olhou para onde seus olhos estavam tão focados, que quase não piscava.

Tudo era bem rústico e bem interior, que dava uma sensação boa e nostálgica.

O padre percebe a presença dela e tenta ao máximo não se sentir desconfortável.

_ meu pai era bem religioso. Gosto daqui, me faz me lembrar dele- ela fala sem ao mesmo o padre ter aberto a boca.

_ E você é?- o padre pergunta.

_por incrível que pareça, mesmo o mundo estando desse jeito, não perdi a minha fé, tanto na religião e em outras coisas....

_ não perdeu a fé nas pessoas- ele fala a olhando. Ele não estava perguntando e sim a afirmando.

_ não. Eu vi coisas horríveis, que nem acreditava que o ser humano podia ser capaz de fazer, mas ainda mantenho isso.

_ eu sei- o padre fala e Beth olha confusa para ele.

_ como o senhor pode saber, nem me conhece.

_ vi quando você e os dois me salvaram, você brigou e não mediu esforços. A fé, esperança e força, é um modo de lembrança do seu pai, uma forma de manter ele vivo dentro de você. Isso é algo que está dentro de você, ninguém te tira isso- ele fala como se desvendasse o mistério que tinha por de trás dos grandes e redondos olhos azuis.

Por muito tempo ela esteve confusa sobre si mesma, mas ele leu ela que pareceu ser tão fácil e Beth só pode agradecer.

_ obrigada. Como consegue fazer isso?- ela pergunta curiosa.

_ escutava bastante confissões. - ele responde de uma forma simples como se não fosse uma grande coisa.

_ você deve ser um bom padre...- Beth fala, mas essa simples frase fez o rosto do padre Gabriel muda completamente. A deixou confusa se isso foi por causa de um simples elogio. Será que para ele é um elogio?

_ tenho que ir. O seu líder não uma das pessoas mais generosas do mundo- ele fala com um pouco de humor. Beth rir entendo exatamente  o que o padre está se referindo. Rick e Daryl conseguia ser bem amargo na maior parte do tempo e isso assustava bastante que não os conhecia.

_ tenha um bom dia. Sabe... Eu realmente gostaria de tomar um banho, mas eu não sei- Beth fala até um pouco envergonhada, pois o padre deixaram eles aqui e deu sua comida.

_ no quartinho, tem um banheiro bem pequeno, mas é o suficiente. A água é da cisterna. - dito isso,ele sai. Beth observa ele sair e depois volta para o banco onde dormiu e encontrou a mochila preta no chão. Ela pega e vai em direção ao banheiro.

Beth entra no pequeno quarto e vai para dentro do banheiro, sem notar muito os detalhes do pequeno quadrado. Ela abre a mochila  e agradece por te os quites de limpeza pessoal dentro dela, que pegou a casa de funerária, e dentro da mochila ainda tinha roupas dela e de Daryl que usaram no início do inverno.

Sem olhar muito as roupas pretas que pertence ao caçador. Ela entra debaixo do chuveiro e segura a boca, quando a água gelada vai em suas costas.

Ela olhou abismada para o chão vendo a grosta de terra que tinha em seu corpo.
Cristo, como ela precisava disso.

Com todo o corpo limpo, ela torna para o centro da igreja, já encontrando as portas abertas e todos acordados. Isso parecia algo novo e bom.

Rick naquele dia tinha separado o que cada um poderia fazer, já que não tinha água o suficiente para beber, comida, entre outras coisas básicas.

Beth ficou para procurar por água e por acaso Daryl também ficou, mas seria algo bom já que ele parecia mais familiarizado com o ambiente. Carol se voluntáriou para ir junto com Beth e Daryl, para confusão de Beth e desgosto de Daryl.
Não que Daryl não gostava da amiga, mas ele queria ficar pelo menos um minuto com a garota loira, que ultimamente tem feito ele perder o sono.

Os três caminharam em silêncio até a mata, olhando cada detalhe que poder achar algo de útil.

_ acho que por aqui pode ter água- Daryl fala apontando com a besta.

Beth observa e concorda.

_ por quê?- Carol pergunta confusa

_ a mata está se fechando, quase sempre significa que tem um rio de água corrente- Beth responde. Daryl dá um sorrisinho concordando.

_ podemos ir lá conferir - Carol fala. Seus olhos pareciam até um pouco ansioso por isso, como se quisesse ver o rio.

_ acho que pode ter água em outro lugares também, por alí tem uma estrada- Daryl fala.

_ podemos nos separar- Beth sugere, e Daryl e Carol olha para ela.- o que foi?- ela pergunta. Eles não acreditam que ela é capaz de ficar sozinha?

_ tem razão- Daryl fala.

_ eu e Beth vamos pela estrada - Daryl fala e Carol ergue as sobrancelhas, enquanto Beth  bufa e sai andando na frente.

Daryl e Carol olha a menina indo na frente, depois se encaram.

_ vai lá- Carol fala e Daryl concorda.  Ele precisava falar com Beth, resolver suas cagadas e Carol precisa colocar a mente no lugar para seu bem, ela não está muito bem desde que estava com Judith e as irmãs na floresta com Tyreese.

Daryl observava Carol entrar dentro da floresta e ele se vira e apressa os passos para acompanhar Beth, que já estava bem distante.

Quando chega perto o suficiente, ele desacelera os passos e fica pensando em como iria abordar o assunto com ela, como iria pedir desculpas. Não sabia nem como olhar para ela.

_ eu não preciso de babá- o voz doce da garota chama atenção dele, mas não estava apenas doce, como também carregada de raiva.

_acha que eu não sei?- Daryl fala e Beth o olha e pergunta.

_ então por que está aqui comigo?

_ por que eu queria falar com você- ele fala e Beth sorrir sarcasticamente.

_ que é? Vai falar o seus milhares de motivos pelo qual não podemos ficar juntos, por que eu sou uma "adolescente" infantil? Vai me dizer o motivo de ter medo de ficar comigo, Dixon? Por que se for falar isso não precisa, eu já sei. E sei também que...

Sua fala e cortada quando Daryl se aproxima e coloca a mão no pescoço dela e a encara com tanta intensidade,que se Beth não tivesse magoada e com raiva, sentiria suas pernas ficarem bambas, mas diferente do que aconteceu, ela permaneceu dura e firme o olhando nos olhos e encarando na mesma intensidade.

_ será que você pode me escutar por um minuto? Sim, estou aqui para te falar meus motivos, motivos pela qual eu te amo e não suporto ficar longe de mim, me desculpa por ser tão cabeça dura, covarde, medroso, que tem medo do amor, receito de aceitar que gosta de uma pequena garota loira, que me leva a loucura em todos os sentidos possíveis- ele fala entre dentes, transbordando raiva e verdade em seu olhar. Beth sabia que essa raiva não era dela e sim dele mesmo.

Com todas as revelações, com Daryl tão perto dela, sentia que seu coração ia sair do peito, suas mãos suando, garganta seca, e uma quentura subindo cada vez mais.
Ela achava isso de efeitos, Daryl Dixon.

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