capítulo 6

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Daryl sentiu os braços da garota deslizar lentamente, saindo do abraço que ela estava dando nele, e era como se isso não fosse errado, e que o pequeno corpo dela trouxesse um conforto e calor.

Ela entrou de volta para dentro da casa e Daryl ficou lá fora se recuperando do seu momento. Ambos colocando seus pensamentos em ordem e se acalmando depois de terem dito e feito coisas que não queriam.

Beth passou a maior parte do tempo sozinha dentro da casa, a ponto de se preocupar com Daryl, se ele estava bem, se ele tivesse ido embora, mas o homem só estava evitando ficar próximo da garota por enquanto.

Ele ficou do lado de fora, mas viu que era hora de entrar quando começou anoitecer e viu que a garota se sentou no chão da varanda, ainda com o copo em mãos, sem perceber a presença dele a observando.

Daryl percebeu que estava na hora de resolver as merdas dele e se concertar; metade das coisas que ele falou na hora da briga não era uma total verdade que ele achava, mas sabia que provavelmente ela estava pensando nas palavras dele.

Ele se aproximou e se sentou de frente para ela, Beth levantou o olhar brevemente para ele, mas não falou nada, apenas continuou bebendo e observando a lua, hora ou outra via Daryl distraído também, furando a madeira da pilastra com a faca, quase que de maneira involuntária.

Beth sabia que ele nunca puxaria algum assunto, então resolveu falar o que sentia naquele momento.

_ entendo por que meu pai parou de beber- ela fala, e isso atrai o olhar quase de imediato de Daryl para ela.

_ sente- se mal?- pergunta preocupado.

_ não. Queria me sentir assim o tempo todo. isso é mau.

_ tem sorte de ser uma bêbada feliz - ele responde.

_ é, tenho sorte. Algumas pessoas viram imbecis quando bebem- ela fala para ele.

Ele levanta o olhar para ela, sabendo exatamente que a indireta foi para ele.

_ é, eu sou um canalha quando bebo.- ele confirma.

Foi a deixa para que Daryl pudesse falar, e para a surpresa de Beth, ele estava falando sobre ele.

Ela escutava tudo atenta e ainda não entendendo o motivo da vida dele ser tão curioso para ela, deve ser o motivo deles serem totalmente o opostos.

Eles não perceberam o quanto a conversa entre eles fluiu de forma tão normal, que parecia que se conheciam a muito tempo, que falar as coisas que sentiam, já não eram tão difícil assim.

Daryl não entendia como as palavras dela, deixava ele tão transparente, mas uma frase em específico deixou ele rígido.

_ vou morrer um dia- ele afirma, ele rapidamente adverte.

_  pare.

_ eu vou - ela continua- você o ultimo homem de pé.

ele olhava atento para ela, sem saber o que falar, mas sua expressão de negação estava estampada em seu rosto.

_ será - afirma ela novamente.- vai sentir muita saudade de mim quando eu partir, Daryl Dixon.

E isso caiu como uma bomba no colo dele. Ela estava tão convicta de suas palavras, que formou um nó na garganta dele, pois novamente ela leu ele, sim, ele sentiria falta dela.

_ não é uma bêbada alegre afinal - a única coisa que ele consegue dizer.

_ sou alegre. Só não sou cega- e como uma garota atrevida com a resposta na ponta da língua, ela responde para ele.

Daryl não estava entendendo como ela conseguia falar com tanta naturalidade isso, e muito menos com um sorrisinho tranquilo no rosto.

_ tem que continuar sendo quem você é, não quem você era. Lugares assim, você tem de evitar- e novamente ela estava com suas palavras.

_ e se não puder? - pergunta.

_ você precisa, ou isso vai te matar- ela falar com a preocupação verdadeira e sincera, que ele foi incapaz de desviar o olhar- aqui- ela complementa.

ele olha para baixo assimilando todas as palavras da loira.

_ deveríamos entrar- ele falar, sem olhar para ela agora.

Beth olhou suavemente para ele sorriu leve, quando percebeu que suas palavras foram bem assimiladas pelo caçador.

_ deveríamos queimar tudo. - ela propõe sorrindo.

Ele pensou seriamente em dizer que ela era louca, pois para onde eles iriam, depois de queimar tudo, sem contar que esse ideia poderia ter um pouco da influencia do álcool no sistema da garota, mas ele apenas se levantou e falou.

_ vamos precisar de mais bebidas.

E isso foi o suficiente, para que ela se levantasse e fosse com ele até as bebidas.

 Eles começaram a jogar toda a bebida em cada canto do barraco, sem nenhum pesar no coração pelo contrário, em suas mentes, aquilo era mais certo do que qualquer coisa no momento.

_ quer acender?-ele pergunta, após derramar toda a bebida e  saírem da casa.

_ pode apostar.

afinal aquele dinheiro que ele pegou no clube de golfe teve uma utilidade. Beth colocou fogo no maço dinheiro e Daryl jogou dentro da casa, que rapidamente o fogo consumiu todo o comodo.

Beth e Daryl se afastaram por segurança e observaram o fogo crescendo cada vez mais.

Beth olhou tudo aquilo satisfeita com a ação deles, e estendeu o dedo do meio em direção a casa, logo cutucou Daryl para ele imitar o ato, que rapidamente fez também.

Não demorou muito para que os zumbis se aproximassem, sendo atraídos pelo fogo.

Daryl indicou a Beth que eles deveriam ir. Ela rapidamente se virou e não olhou para trás, deixando tudo de ruim naquele barraco em chamas.

Daryl fez o mesmo que ela, mas com a garota agora em sua frente, e o calor do fogo sendo deixado para trás, ele teve a certeza.

Beth é como uma luz no fim do túnel, para ele.




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