Conto de um ninja apaixonado

A missão

Já era tarde, mas não conseguia descansar, por mais que eu tentasse só voltava na cena em que Hinata estava no chão a um fio da morte. Aquela noite não consegui pregar os olhos, e isso afetaria meu desempenho amanhã no momento da missão. Quando amanheceu lavei o rosto e me preparei para sair, quando estava a trancar a porta avisei que estava saindo mesmo tendo ciência de que não havia ninguém para me responder.
A missão era algo fácil, ir na vila da areia entregar alguns relatórios, mas por conta de que poderia haver mais alguém interessado naqueles documentos mandaram o Shikamaru me acompanhar.
Depois de um certo tempo o Shikamaru chegou, a feição dele era algo que nunca mudava, aquele rosto sempre no tédio permanecia o mesmo, mas a inteligência parecia ser aguçada cada dia mais.

SHIKAMARU - Bom dia sensei.
KAKASHI - Bom dia, vamos indo pois temos três dias de viagem.

Respondi e voltei os olhos para o livro.
Pude sentir o menino revirando os olhos como de praxe, ignorei e me foquei no caminho até a vila, quando estávamos no meio do caminho o menino resolve conversar.

SHIKAMARU - Sensei?
KAKASHI - hm....
Respondi sem dar muito apreço.
SHIKAMARU - Você parece abatido, anda descansando bem? Talvez uma fonte termal lhe ajudará a ficar melhor.
KAKASHI - Não tem nada de errado, mas as fontes seria uma ótima ideia para um dia de folga.
SHIKAMARU - Quando é assunto de coração as fontes não irão resolver seu dilema sensei.

Como ele conseguia deduzir essas coisas e mesmo sem saber de nada e acertar. O resto do caminho ele seguiu em silêncio e os pensamentos da noite anterior tinham voltado como fumaça a minha mente. Aquela menina deitada no chão a fio da morte havia me deixado em desespero, não sabia o que fazer, como agir, como salva lá, meu coração parecia que saltaria pela boca quando fui surpreendido com a parada brusca do Shikamaru.

KAKASHI - O que houve?
SHIKAMARU - Está para anoitecer, precisamos nos abrigar.
KAKASHI - Certo.

Shikamaru logo saiu para buscar algo, e eu fiquei ali arrumando a fogueira, nessas horas o Yamato faz falta pois em questão de segundos ele teria providenciado uma casa confortável com o estilo madeira. Mas ele precisava permanecer em konoha a pedido da princesa Tsunade que estava estudando as células do avô. Não sei quanto tempo se passou desde que Shikamaru havia saído, estava começando a ficar inquieto com a demora, e fui ver se o encontrava. Estavamos no meio do caminho para chegar a vila da areia, logo pela manhã do próximo dia antes do almoço já estaríamos la, fui interrompido dos meus pensamentos quando eu ouvi vozes.

** - Fala baixo alguém pode lhe ouvir!
** - Ninguém vai me ouvir, enfim, eu estava sentindo sua falta, por que demorou tanto para retornar?
** - Eu não posso ficar saindo assim, tenho as questões do clã para resolver e ainda estou em treinamento.

Aquela conversa me pareceu algo particular, peguei e retornei onde estava, demorou em torno de uma hora para que Shikamaru voltasse, ele trouxe junto alguns peixes para que pudéssemos nós alimentar aquela noite.

SHIKAMARU - Você tem medo da maneira em que as pessoas irão julgar, certo?

Eu estava distraído olhando os peixes serem assados na fogueira quando Shikamaru disse isso.

KAKASHI - Oi? Não sei do que está falando.
SHIKAMARU - Sensei, não quero parecer intrometido, nem nada do gênero, mas seus pensamentos estão em konoha, mais exatamente no clã Hyuuga, você precisa resolver isso, ou vai escapar entre seus dedos.

Apenas acenei com a cabeça em sinal de concordância, e voltei a atenção aos peixes prontos, tirei uma lança e me pus a comer, naquela noite procurei não pensar no que Shikamaru havia dito, procurei também manter meus pensamentos longe de Hinata. Estava deitado havia tempos observando o céu e já estava pegando no sono.

A noite estava tranquila, quando Shikamaru foi surpreendido com Kakashi muito agitado mas ainda estava dormindo, Shikamaru entendeu apenas um nome que era dito com frequência.

KAKASHI - HINATA!

CONTÍNUA...