Camila
Assim que abri os olhos, meu celular estava despertando e quase desligando pela bateria baixa. Haviam algumas mensagens de Lauren e eu rolei na cama, esfregando os olhos para despertar. Eram apenas mensagens de bom dia, dizendo que ela me viu dormir e achou incrível dormirmos em chamada de vídeo. Foram mensagens que me animaram e me fizeram ter um pouco mais de disposição para os exercícios matinais.
-Oh, céus!- bato na testa antes de sair de casa.- A ração do Mourrice!
Corri até o quintal e busquei o saco de ração, agitando um pouco para chamá-lo. Despejei um pouco no pote dele e guardei o saco, saindo de casa antes que ele viesse. Fiz um rápido alongamento antes de começar a correr, sentindo um leve aperto no peito por não ter Lauren comigo hoje. Quando retornei para casa, o aperto no peito voltou, mas nada indicava um ataque cardíaco ou saudade dela. É quase como uma premonição, algo está me dizendo que tem alguma coisa muito errada.
Caminhei até a cozinha e enchi um copo com água, tomando longos goles. Pela janela da cozinha, eu consegui ver o cercadinho do Mourrice. Nada parecia ter se movido naquele lugar, o que é simplesmente impossível. Fontes me disseram que o pato é o ser mais desastrado existente, depois de mim. A fonte se chama Dinah. Abri a janela e chamei por ele mais uma vez enquanto lavava meu copo, usando até da tática do "quack". Enxuguei as mãos rapidamente e saí para o quintal com as mãos na cintura.
Antes eu não tivesse feito isso.
***
Abracei meus joelhos, ainda no quintal gramado, enquanto meu corpo balança com meus soluços. Ouço a porta de casa abrindo e os passos se tornando mais altos. Os primeiros cinco minutos que passei após sair para o quintal, foram de choque. Os últimos dezessete minutos foram esperando Ally e Dinah chegarem.
-Onde ele está?- Ally pergunta, tocando meu ombro.
Aponto a direção da casinha dele e escondo a cabeça nos joelhos, sentindo Dinah se abaixar do outro lado e me abraçar os ombros. Eu acabei descobrindo o porquê do Mourrice não me atender.
-Você tem alguma noção de quando ele morreu?
-Eu não... Não sei.- limpo o nariz com a camisa.- Eu o encontrei assim. Deve ter sido de madrugada.
-Eu sinto muito, Walz.
-Ele foi meu companheiro por anos.- minha garganta se aperta.- Ele estava bem ontem, Dinah. Ele estava...
-Camila, olha pra mim.- suas mãos se apertam nos meus ombros.- Eu sei como é perder um bichinho. Se lembra do Bob? Do Joey? Do Boo?
-O Boo doeu até em mim.
-Eu sei que doeu. Você dormiu na minha casa por quatro dias e a gente chorava todas as noites. Então eu entendo se você quiser chorar por uma semana, tudo bem, eu entendo você. Mas mantenha na sua mente que isso vai passar. Ok?- balanço a cabeça em concordância.- Agora vamos entrar. Você vai tomar um banho quentinho, eu vou cuidar do presunto com a Ally e depois nós podemos sofrer juntas. Ok?
-Não chame meu amigo de presunto.- fungo rapidamente e me levanto, caminhando para dentro de casa.- Ah, só uma coisa. Se a Lauren ligar, você pode atender? Avisa que eu ligo pra ela amanhã de noite.
-Não se preocupa, eu lido com a branquela.
-Obrigada.
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Um ano para ter você
Hayran KurguO tempo passou. Depois de três longos anos Lauren retorna para Brookland, sendo transferida para um dos hospitais de Washington DC. Você pode encontrar aqui algumas dicas valiosas como: atenda o telefone e não misture amor e bebidas. Infelizmente fo...