Day 113

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Camila

Assim que abri os olhos, meu celular estava despertando e quase desligando pela bateria baixa. Haviam algumas mensagens de Lauren e eu  rolei na cama, esfregando os olhos para despertar. Eram apenas mensagens de bom dia, dizendo que ela me viu dormir e achou incrível dormirmos em chamada de vídeo. Foram mensagens que me animaram e me fizeram ter um pouco mais de disposição para os exercícios matinais.

-Oh, céus!- bato na testa antes de sair de casa.- A ração do Mourrice!

Corri até o quintal e busquei o saco de ração, agitando um pouco para chamá-lo. Despejei um pouco no pote dele e guardei o saco, saindo de casa antes que ele viesse. Fiz um rápido alongamento antes de começar a correr, sentindo um leve aperto no peito por não ter Lauren comigo hoje. Quando retornei para casa, o aperto no peito voltou, mas nada indicava um ataque cardíaco ou saudade dela. É quase como uma premonição, algo está me dizendo que tem alguma coisa muito errada.

Caminhei até a cozinha e enchi um copo com água, tomando longos goles. Pela janela da cozinha, eu consegui ver o cercadinho do Mourrice. Nada parecia ter se movido naquele lugar, o que é simplesmente impossível. Fontes me disseram que o pato é o ser mais desastrado existente, depois de mim. A fonte se chama Dinah. Abri a janela e chamei por ele mais uma vez enquanto lavava meu copo, usando até da tática do "quack". Enxuguei as mãos rapidamente e saí para o quintal com as mãos na cintura.

Antes eu não tivesse feito isso.

***

Abracei meus joelhos, ainda no quintal gramado, enquanto meu corpo balança com meus soluços. Ouço a porta de casa abrindo e os passos se tornando mais altos. Os primeiros cinco minutos que passei após sair para o quintal, foram de choque. Os últimos dezessete minutos foram esperando Ally e Dinah chegarem.

-Onde ele está?- Ally pergunta, tocando meu ombro.

Aponto a direção da casinha dele e escondo a cabeça nos joelhos, sentindo Dinah se abaixar do outro lado e me abraçar os ombros. Eu acabei descobrindo o porquê do Mourrice não me atender.

-Você tem alguma noção de quando ele morreu?

-Eu não... Não sei.- limpo o nariz com a camisa.- Eu o encontrei assim. Deve ter sido de madrugada.

-Eu sinto muito, Walz.

-Ele foi meu companheiro por anos.- minha garganta se aperta.- Ele estava bem ontem, Dinah. Ele estava...

-Camila, olha pra mim.- suas mãos se apertam nos meus ombros.- Eu sei como é perder um bichinho. Se lembra do Bob? Do Joey? Do Boo?

-O Boo doeu até em mim.

-Eu sei que doeu. Você dormiu na minha casa por quatro dias e a gente chorava todas as noites. Então eu entendo se você quiser chorar por uma semana, tudo bem, eu entendo você. Mas mantenha na sua mente que isso vai passar. Ok?- balanço a cabeça em concordância.- Agora vamos entrar. Você vai tomar um banho quentinho, eu vou cuidar do presunto com a Ally e depois nós podemos sofrer juntas. Ok?

-Não chame meu amigo de presunto.- fungo rapidamente e me levanto, caminhando para dentro de casa.- Ah, só uma coisa. Se a Lauren ligar, você pode atender? Avisa que eu ligo pra ela amanhã de noite.

-Não se preocupa, eu lido com a branquela.

-Obrigada.

Um ano para ter vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora