Em suas mãos

Capítulo 19

Acordo sentindo minha cabeça doer fortemente. Me arrasto para fora da cama sendo inundada por memórias constrangedoras da noite passada.

Em cima da mesinha ao lado da cama tinha um copo de água e aspirina. Tomo sentindo o remédio descer com dificuldade.

Pego meu celular e abro as várias mensagens de Alison e Joanne. Elas já haviam criado um chat e debatiam sobre meu sumiço.

Já se passava das dez horas da manhã.

Ignorando as suposições delas apenas respondo que dormi na casa de Tyler e não, a gente não dormiu junto.

Bom, isso não aconteceu porque ele me respeitou, mas eu praticamente me ofereci de bandeja.

Bato em minha testa sentindo minha cabeça doer, eu mereci. Como fui tão descarada, o que ele estaria pensando de mim agora?

Eu estava em seu quarto. Será que ele havia ficado no quarto de hóspedes ou na até mesmo na sala? Droga, como vou olhar para a cara dele agora?

Completamente perdida em pensamentos vou até o banheiro e lavo o rosto arrumo um pouco a bagunça do meu cabelo e passo as mãos no vestido afim de desamarrotar um pouco.

Volto para o quarto e calço minhas botas saindo logo em seguido.

Desço a escada à procura do meu chefe que eu praticamente abusei ontem a noite. Ele não estava na sala nem na cozinha saio pra rua e o vejo sentado na grama brincando com Balt, o pitbull. Eu não tinha boas lembranças com o cachorro.

Me aproximei receosa. O pitbull latiu em direção, mas não com fúria apenas como se avisasse minha chegada.

Tyler o tranquilizou e me chamou pra perto.

Sentei ao seu lado sob o olhar curioso do animal.

__Como está?

__Com uma ressaca horrível. Acho que nunca mais bebo tanto.-Lamento.

__Mesmo? É, uma pena. Foi divertido te ver descontraída e eu diria até ousada.

Abaixo a cabeça fitando o gramado e evitando olha-lo.

__Desculpa, eu passei dos limites.

Ele dá de ombros e faz carinho no cachorro que já parece mais a vontade com minha presença.

__Eu gostei apesar de querer vê-la sóbria com tamanha ousadia.

Levanto meus olhos em sua direção e o vejo sorrir como se me instigasse a tentar algo. Eu não faria, não mesmo.

__Será que posso toca-lo? -Digo mudando de assunto e voltando minha atenção ao Balt.

__Claro, ele não vai fazer nada. Já aprendeu que você faz parte daqui agora. -Suas palavras soavam como uma profundidade maior do que eu imaginava.

Aproximo minha mão da cabeça de Balt e afago suavemente, o animal parece gostar e ficar relaxado com aquilo. Ele deixa Tyler e se aproxima mais de mim descansando sua cabeça em minhas pernas.

Sorrio encantada.

__Bom garoto. -Diz Tyler afagando o animal também.

Nossas mãos se tocam sutilmente.

Ele prende seus dedos nos meus e sorri de forma maliciosa como se lembrasse de algo. Só então me recordo do que fiz quando estávamos no carro, eu invadi sua camiseta e toquei em seu abdômen sem pudor algum.

__Você deve me achar uma pervertida. -Comento soltando sua mão.

Tyler ri achando graça.

__Definitivamente não. Eu soaria mais pervertido ainda se você estivesse sóbria. -Sua voz não passou de um sussurro rouco.