36 - Girlfriend (Parte 1)

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oi, eu sumi, eu sei, mas tá tudo certo.

(...)

Soojin e Shuhua eram casadas a dezoito anos. Se conheceram muito jovens e as coisas aconteceram de maneira natural, ainda que meio apressadas.

Cerca de um ano após o casamento, tiveram sua primeira e única filha, Seo Minji, que estava com dezessete anos completos. A garota sabia ser doce como Shuhua, mas também poderia ser firme como Soojin e isso deixava suas mães secretamente orgulhosas e admiradas.

A garota havia sido fruto de uma inseminação artificial, Shuhua gerou os óvulos doados por sua esposa e o resultado havia sido uma cópia fiel da coreana, o que trazia à tona os lados mais ciumentos das mais velhas.

Minji nunca havia namorado em sua vida, porém no momento, sentia que era hora de apresentar quem amava para sua família e esperava que lidassem bem com isso.

- E-Eu... preciso contar uma coisa. - A menina anunciou durante o jantar, vendo suas mães pararem seus movimentos para prestar atenção no que ela dizia. Minji pigarreou. - É... bom, eu...

- Respira, meu bem. - Soojin aconselhou, reconhecendo os sinais ansiosos da filha. - Aconteceu alguma coisa?

- Não... quer dizer, sim. Mas nada grave, é só... bom... eu estou...

- Está sentindo alguma coisa? - Shuhua perguntou preocupada.

- Não, mamãe. Me escuta. Eu estou namorando. - Disse de uma vez, como quem tira um band-aid.

- O que? - Soojin parecia não ter processado a informação.

- Foi uma boa piada, Minji. - Shuhua disse, rindo. - Uma ótima piada.

- Não é uma piada. Eu estou namorando e queria contar à vocês. - A garota reafirmou.

- É... - Shuhua limpou a garganta. - Eu... eu vou para o quarto, com licença. - Falou um pouco perdida e se levantou, deixando o restante de sua comida intocada e subiu as escadas.

- Mamãe... - Minji chamou com uma voz manhosa e levemente embargada, olhando para a coreana mais velha.

- Você sabe que é difícil pra nós te ver crescendo tão rápido... - Falou, antes de dar um leve sorriso. - Mas a gente acostuma, eu acho. - Sentiu seus olhos marejarem.

- Eu ainda sou filha de vocês, eu só vou precisar me dividir mais um pouco agora. - Esclareceu enquanto se aproximava para abraçar Soojin.

- E... quem é essa pessoa? Como ela é? - A mulher perguntou, resolvendo focar na felicidade da menina, pelo menos por enquanto. Sabia que sua esposa levaria um tempo até se acostumar e de forma alguma queria que sua filha se sentisse mal ou rejeitada de alguma forma.

- O nome dela é Hwang Yeji... - A coreana notou os olhinhos de sua filha brilharem ao citar o nome de sua namorada. - E ela é tão incrível, mamãe.

- E vocês estão juntas a quanto tempo?

- Quase dois meses... - Respondeu com cautela, não podendo evitar o olhar repreendedor de Soojin sobre si. - Eu fiquei com medo de contar, você viu como ela reagiu! E eu queria que tudo estivesse mais sério antes de trazê-la aqui.

- Sua mãe não teve uma reação ruim, ela só está com ciúmes. - Afirmou. - Dê um tempo a ela.

(...)

- Amor? - Soojin chamou ao entrar no quarto e não ver a esposa. - Shuhua? - Viu a mulher sair do banheiro já vestindo um pijama.

- A namoradinha já foi dormir? - Perguntou num tom levemente debochado, fazendo a coreana rir.

- Meu bem, uma hora isso ia acontecer. É natural. - Falou se aproximando da taiwanesa que tinha o cenho franzido.

- A gente gera a criança por nove meses, prepara tudo com todo o carinho, planeja, alimenta, troca as fraldas... pra na primeira oportunidade, ela nos apunhalar pelas costas, isso é crueldade! - Dizia tudo muito séria.

- Baby, ela não nos apunhalou. - Soojin tentava conter o riso. - Essa menina deve fazer bem à ela, Minji não é mais uma criança.

- É uma menina? - Shuhua perguntou, mais interessada. Sua esposa assentiu. - Menos mal... pelo menos não vamos ter mais uma surpresa! - Voltou a se irritar.

- Meu amor, não entendo qual é o problema, nós também começamos a namorar cedo.

- Exatamente! E eu fiz muitas coisas nesse corpinho aí! - Apontou para o corpo da coreana. - Adolescentes transbordam hormônios! - Se dirigiu à cama e se deitou emburrada.

- Tem razão. - Soojin concordou, se aproximando da cama e se colocando sobre o colo da taiwanesa, sentando sobre seus quadris. - Mas Minji jamais faria algo que não quisesse. Então vamos confiar nela, sim? Além do mais, eu pedi para que ela trouxesse Yeji aqui para conhecermos. - Dizia casualmente enquanto retirava sua blusa, ficando apenas de sutiã.

- Yeji é o nome da criatura que está colocando a boca na minha filhinha? - Shuhua perguntou chateada, mas levando suas mãos até as coxas avantajadas da esposa.

- Sim. Vamos dar uma chance, pelo menos. - Terminou de dizer, retirando a peça que cobria seus seios. - Vem cá. - Levou uma de suas mãos à nuca da taiwanesa, trazendo seu rosto até a altura de seus seios expostos, fazendo-a sentar no colchão e segurar sua cintura firmemente antes de levar os lábios e a língua para a parte sensível. - Isso. - Mergulhou os dedos nos fios escuros de Shuhua, a mantendo no lugar.

Certamente aquela discussão se ddebruçaria sobre mais alguns argumentos inconformados de Shuhua, mas não naquele momento.

(...)

O dia de conhecer a namorada de sua filha chegou e Soojin esperava que tudo corresse bem, havia conseguido acalmar sua esposa por alguns dias, mas sua reação perante ao acontecimento, de fato, era imprevisível.

Ao ouvir vozes ao lado de fora da casa, notou que a menina havia chegado junto de Minji.

- Espero que se comporte. É importante pra ela. - Disse entredentes, vendo Shuhua apenas assentir. A coreana foi até a porta e a abriu, observando o desenrolar de uma cena interessante.

- Amor, vai ficar tudo bem, elas vão gostar de você. Não precisa ficar nervosa. - Minji dizia baixo, enquanto segurava carinhosamente o rosto da menina. A primeira coisa que Soojin notou foram seus olhos, eram muito bonitos. Sua filha tinha bom gosto, diga-se de passagem.

- Eu não estou nervosa, nem um pouquinho. É impressão sua. - A coreana notou que, mesmo nervosa, a garota tentava controlar a situação e fazer sua filha sorrir. E funcionava. A menina parecia feliz. - Mas se der errado, nós fugimos para a Tailândia. - Brincou. Soojin achou melhor intervir.

- Então quer dizer que pretendem fugir? - Perguntou, notando os pequenos olhos da menina se arregalarem de susto.

- Mamãe! - Minji a repreendeu. - Essa é a Yeji. Baby, essa é a mamãe.

(...)

Sooshu One ShotsOnde histórias criam vida. Descubra agora