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oi gente, tudo bom? antes de tudo eu quero me justificar e dizer que muitas coisas aconteceram nos últimos tempos e por isso eu dei uma sumida, as coisas estão meio difíceis por aqui. mas está tudo bem eu acho, na medida do possível.

vamo lá?

(...)

— Qual é a porra do seu problema? — Shuhua pôde ouvir a voz da mulher atrás de si enquanto se afastava. — Eu estou falando com você!

— Você só pode estar de brincadeira... — Disse, sem se virar para encará-la.

— Shu-

— Sabe qual é a porra do meu problema? — A interrompeu enquanto se virava. Estavam no caminho de sua casa, paradas no centro da rua vazia. — Eu gosto de você, Soojin! E você sabe muito bem disso, então vai se foder. — Disse, antes de se virar e sair novamente.

A verdade é que Soojin não sabia. Quer dizer, óbvio que já havia passado por seus pensamentos, mas não tinha nenhuma certeza. Ouvir aquelas palavras foi como um choque, uma colisão, talvez.

O frio na barriga se estabeleceu e, ainda que quisesse, não conseguia dizer nada. Estava tão confusa que ao menos conseguiu impedir que Shuhua fosse embora. Não parecia real. O álcool em seu sangue parecia não fazer mais efeito, estava sóbria quase que instantaneamente, seu corpo estava em alerta.

Sabia que deveria ir até a casa da mulher e tentar resolver as coisas, seja lá como fosse chegar à essa conclusão. Sentia que precisavam conversar, esclarecer o que quer que estivesse acontecendo, aquilo não poderia apenas ser solto num rompante e deixado de escanteio. Sequer fazia sentido.

Além disso, se conheciam a tempo demais para que algo ficasse mal resolvido. Confiavam uma na outra para dizer o que estava acontecendo, pelo menos era o que acreditava até o momento.

A mulher se dirigiu até a casa da taiwanesa, que já estava com as luzes apagadas. Levou os nós dos dedos até a porta, nem lembrou-se da campainha, estava ansiosa, nervosa e com medo de que as coisas se perdessem antes de tentar consertar.

— Shuhua! Por favor, abre... vamos conversar. — Dizia, enquanto insistia em bater. Algum tempo depois ouviu o som da fechadura e observou a mulher abrir minimamente a porta.

— De verdade, só me deixa em paz, tá? Eu estou tão cansada, Soojin, você não tem ideia... — A mulher disse, a coreana pôde notar algumas lágrimas em seus olhos. Se perguntou se deveria recuar antes de piorar as coisas mas sabia que não conseguiria relaxar novamente com aquele sentimento pesando em seu peito.

— Cansada de mim? — Perguntou confusa. Estava realmente perdida, com medo e sem saber o que fazer. Tinha medo de perder a única pessoa com quem se identificava e por quem sentia algo de bom.

— Eu estou cansada disso aqui. — Gesticulou entre ela e Soojin. — De como parece que eu não significo nada pra você e eu juro, eu estou me esforçando pra conseguir não surtar, mas tá muito difícil. — A coreana tinha seus próprios olhos prestes a transbordar. Seu coração estava tão acelerado que sentia-se à beira de um colapso.

— Me deixa entrar? - Pediu, na esperança de conseguir acalmar os ânimos da conversa. — A gente senta, tenta entender o que está acontecendo, mas por favor, por favor, não fecha a porta na minha cara de novo... — Implorou.

— Eu não estou afim de me magoar de novo. — Seu olhar era pesaroso. Shuhua disse, mas Soojin não estava disposta a desistir. 

— Se for demais pra você, eu vou embora e a gente se vê outro dia. Mas me deixa tentar consertar isso. — Por um segundo a taiwanesa pensou que não havia mais nada a perder. Já estava cansada, sentindo-se humilhada, insegura e completamente sem chão depois da cena que presenciou enquanto estavam juntas na festa de Miyeon alguns minutos atrás. Então apenas abaixou sua cabeça e soltou a porta, se dirigindo para dentro e dando passagem para Soojin entrar. 

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⏰ Última atualização: Jun 27, 2022 ⏰

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