16 - Maus momentos (Especial Yuyeon)

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primeiramente venho dizer que pode ser que as vezes eu escreva "ugui" e é força do hábito.

segundo, quem quiser me mandar sugestões para one shots, fique à vontade, um dia a criatividade acaba.

por último mas não menos importante, esse capítulo contém referências ao primeiro capítulo, coisa básica.

no mais, sigamos.

(...)

Song Yuqi nunca foi uma garota muito ligada em questões espirituais, ou em destino, ou sequer em religiosidade.

Na verdade, ela gostava de acreditar que acasos acontecem e que pessoas são só pessoas, e nada existe além disso.

Mas naquele momento, naquela hora, sentada no sofá do dormitório que dividia com Soyeon e Minnie, ela sentia algo.

Algo que nunca havia sentido antes, era como uma dor muito forte, um sentimento angustiante demais para não ter causa.

Sabia que aquele não seria um bom dia, acordou com esse pensamento e nada a fazia mudar de ideia. Parecia o dia ideal para que uma ligação chegasse e a notícia da morte de alguém viesse.

No fim do dia começou a sentir esse aperto no peito, essa sensação estranha de que algo aconteceria em breve, o que a deixou preocupada.

Tentou se distrair, limpar os móveis, cozinhar, mas o tempo não passava e o sentimento persistia. Soyeon e Minnie haviam saído logo cedo, a tailandesa havia ido até o dormitório de Miyeon para vê-la, enquanto Soyeon foi para a Cube para resolver alguns problemas em relação à sua nova música.

A chinesa tentou se convencer que estava tudo bem, mas não conseguia. Ouviu a porta da frente abrir e Minnie passar por ela.

- Ei, Ugui. - Ela disse.

- Oi... - Disse baixo, voltando à guardar algumas louças que estavam sobre a pia.

- Está tudo bem? Cadê a Soyeon? - Foi até a geladeira e pegou uma garrafa de suco e se serviu.

- Eu não sei, ela está demorando, né? Está o dia todo fora. - A pontada em seu coração parecia querer dizer alguma coisa, que não fosse nada demais, ela pedia.

- Vou ligar pra ela. - A tailandesa disse quando notou que Yuqi estava aérea, parecendo preocupada. Aquela definitivamente não era a Yuqi que conhecia.

Minnie tentou ligar mas caía na caixa de mensagens, o que estava a deixando apreensiva. Quando ouviram a porta novamente, se sentiram aliviadas, mas não durou muito tempo.

Quando Yuqi chegou na sala, viu a pior imagem que poderia ver. Sabia que não seria um bom dia, ela sentiu, sentiu que havia algo errado, mas não com ela...

Ela não podia suportar a ideia de algo ter acontecido com a mulher que amava, não podia, mas estava acontecendo, estava ali bem na sua frente e ela não conseguia reagir.

A pequena mulher estava coberta de sangue. Seu rosto estava ferido, seus braços, o cabelo curto manchado de sangue, estava tudo banhado por ele.

Suas roupas estavam sujas, seu cabelo bagunçado, os olhos... os olhos estavam prestes a derramar. Como alguém poderia fazer algo assim com alguém tão precioso?

- O que fizeram com você? - Yuqi perguntou com a voz fraca, seus próprios olhos haviam derramado. - O que fizeram com você, Soyeon? - Perguntou mais firme, vendo a namorada abaixar a cabeça e iniciar um choro doloroso.

A chinesa se aproximou, e mesmo com medo de tocá-la e acabar piorando as coisas, a abraçou. Sentiu-a apoiar a cabeça conta os seus seios, o ouvido bem em cima de seu coração acelerado.

- Era a... - Minnie ia dizendo antes de entrar na sala. - Meu Deus, o que aconteceu aqui? Soye, olhe pra mim, vamos. - Se aproximou rapidamente, fazendo com que a mulher levantasse seu olhar. - O que fizeram com você, meu amor?

- Eu... eu... - A mulher tentava dizer, sentia sua voz trêmula, fraca.

- Vem, eu vou te ajudar a se limpar. Vamos consertar tudo isso. - Yuqi a pegou pela mão, trocando um breve olhar com Minnie que pegou seu celular para falar com as meninas. Soyeon precisava do apoio que sempre concedia às outras.

Ao entrarem no banheiro, Yuqi a ajudou a se despir lentamente, estava com medo de machucá-la ainda mais.

- Eu estava tão preocupada... sabia que algo estava para acontecer. - A menina sentiu seus olhos marejarem novamente.

- Eu estou bem, baby... não se preocupe. - Soyeon disse devagar, querendo acalmar a mulher. - Sempre soube que me amava. - Brincou, tentando descontrair e conseguiu arrancar um sorriso da menina.

- Você está ficando louca. - Disse, levando a mulher para o chuveiro. - Eu só estou fazendo o que estou sendo paga para fazer. - Seguiu com a brincadeira, tentando fazê-la relaxar.

- Ah, está? E como estão lhe pagando? - Soyeon perguntou, puxando o corpo da namorada para perto do seu pela cintura.

- Te digo se me disser o que aconteceu. - Ugui disse num sussurro sobre os lábios da mulher, enquanto mantinha seus olhos fechados e encostava suas testas. - Foram aqueles homens?

- Ugui...

- Foram eles, não foram? - Não obteve resposta. O banho seguiu, a chinesa lavou os fios loiros da namorada, limpou suas feridas e o que restou foram alguns hematomas, além de uma carinha cansada e claro, muitas dores.

Ao terminarem, saíram do banheiro direto para o quarto que estavam dividindo. Soyeon se deitou de barriga para cima, enquanto Yuqi deitava ao seu lado, virando de lado e apoiando a cabeça sobre uma das mãos para observá-la.

- Estou preocupada com você. - Disse, levando sua mão desocupada para contornar a sobrancelha da namorada, que olhou em seus olhos. A chinesa se aproximou e deixou um selinho delicado em seus lábios, para logo se afastar novamente. - Confie em mim.

- Eu estava voltando para casa. - Ela começou, ainda com os olhos presos nos olhos bonitos de Yuqi. - Eu estava voltando, mas o motorista da Cube não estava disponível e o carro que eu pedi por aplicativo havia parado duas ruas à frente, então eu decidi ir andando até ele. - Pegou a mão da namorada que acariciava seu rosto e desviou seu olhar, detestava vê-la triste.

- E o que aconteceu?

- Entre a rua em que o carro estava e a Cube, tem um pequeno beco, lembra? - A menina assentiu. - Eles estavam lá, amor. Eles estavam e eu não consegui me defender. - Sentiu seus olhos cheios, como se revivesse aquela cena. - Eles não nos aceitaram bem, eu acho. - Se referiu ao fato de terem assumido seu relacionamento publicamente alguns dias antes.

- Eu avisei que eles eram perigosos. Por que não foi ao hospital? Ou à polícia?

- Eu queria vir para casa, queria ficar com você. - Disse se aproximando e deitando sobre o peito de Yuqi, fazendo-a se acomodar melhor e iniciar um carinho em seus cabelos. - E a polícia não faria nada quanto à isso, estamos na Coréia, amor. Eu me sinto mais segura com você.

Yuqi sentia que aquilo mudaria sua namorada para sempre, nada seria como antes. Sabia o quão forte Soyeon era, mas nem os mais fortes aguentariam aquilo.

- Eu tenho orgulho de você. De nós, da sua coragem. - Disse baixo. - Você é forte, mas está tudo bem se quiser desmoronar um pouquinho, estamos sozinhas, hum?

- Não estão, estamos com você, Soye. - Puderam ouvir a voz de Miyeon na porta, as meninas estavam ali por ela.

- Como você me disse uma vez... - Ouviu a  voz de Soojin. - Nós controlamos os danos depois. Estamos juntas. Vamos estar aqui nos bons momentos, nos maus e principalmente nos piores. Okay?

(...)

Sooshu One ShotsOnde histórias criam vida. Descubra agora