Sooshu One Shots

58 - Bullying (Final)

oi gente, agora eu espero que seja o final dessa saga enorme que foi Bullying, espero que tenham gostado.

vamo?

AH

ALERTA DE GATILHO ALERTA DE GATILHO ALERTA DE GATILHO ALERTA DE GATILHO 

(...)

Já era noite quando Soojin ouviu a campainha tocar. A coreana, apesar de estranhar o horário, se dirigiu até a porta e a abriu. 

- Oi... será que podemos conversar? - Shuhua disse, assim que pôde ter uma visão completa da mulher.

- Eu não acho que seja uma boa ideia agora, as coisas estão meio...

- O que você está fazendo aqui? - Ouviram a voz de Minji atrás da coreana.

- Minji, por favor, agora não. - Soojin disse, temendo iniciar uma nova discussão. A mulher já podia sentir sua cabeça começar a doer.

- Você só pode estar brincando, mamãe. Você sabe as coisas que ela disse sobre você? Tem noção de como ela se referiu à você na frente de todos os meus amigos, na minha frente? Se isso não foi o suficiente pra você repensar essa palhaçada, eu não sei o que vai ser. - A menina disse, com raiva.

- Seo Minji, preocupe-se com a porra da sua vida e me deixe em paz. - Soojin falou, e a menina logo se retirou da sala e voltou para o seu quarto.

- Soojin, eu... e-eu te expliquei e pedi desculpas, eu peço quantas vezes forem necessárias. - A taiwanesa disse. 

- Olha só, Shuhua... - A coreana começou, estava cansada desse assunto. - Nada justifica o que você disse, e eu sei que você já pediu desculpas e eu já as aceitei. Pra mim não faz diferença o que você disse ou deixou de dizer, o que eu não quero é que vocês fiquem martelando isso na minha cabeça o tempo inteiro.

- Eu vou tentar consertar isso. Confia em mim. - Shuhua disse simples, antes de se retirar novamente, ouvindo Soojin bater a porta atrás de si.

(...)

No dia seguinte, durante um dos intervalos entre as aulas, a taiwanesa percebeu sua deixa para se aproximar de Minji. Não queria nenhum conflito daquela vez, muito pelo contrário, estava disposta a se aproximar em paz.

- Oi, Minji. - Disse calma. - Posso falar com você?

- O que você quer? - A menina estava preparada para uma troca de farpas, como sempre. A verdade é que até ela mesma estava cansada de tudo aquilo.

- Eu vim pedir desculpas pelo o que eu disse sobre a sua mãe. - Explicou, obtendo um olhar surpreso e irritado de Minji.

- É muita ingenuidade da sua parte acreditar que fazendo isso, você vai me convencer de que está arrependida. Eu sei que esse teatrinho é só pra você continuar fodendo a minha mãe e eu achar normal, mas isso não vai rolar. - Disse ríspida.

- Olha, eu sei que você é xenofóbica, ignorante, sem noção e antipática, mas burra eu sei que não é. - Tentou uma abordagem mais firme. - Por um lado você está correta, estou aqui pela sua mãe também. Ela é uma mulher boa, Minji, e não merece nada disso o que está acontecendo. Por outro lado, eu estou aqui por mim. - Amenizou o tom, ao notar que a coreana parecia prestar atenção. Aproveitou para sentar-se ao seu lado, relaxando os ombros.

A taiwanesa pensava que talvez a melhor forma de lidar com Minji naquele momento, era abrindo seu coração, expondo o que tudo aquilo significava para ela.

- Eu nasci e cresci em Taiwan, que, eu não sei se você sabe, mas não fica na China. - Brincou, com um pouco de lágrimas nos olhos. - Quando eu era criança, o meu pai bebia muito, muito mesmo. Ele era motorista de caminhão, quase não ficava em casa, era muito agressivo. Minha mãe já foi traída inúmeras vezes, claro. Até que um dia chegou a notícia de que ele havia sofrido um acidente por ter bebido demais e que ele não resistiu. E eu não vou mentir, por um lado foi um alívio enorme por saber que minha mãe não ia mais apanhar e nem ser humilhada nunca mais.

Shuhua dizia tudo calmamente, contendo as lágrimas em seus olhos enquanto mexia em suas mãos ansiosamente. Minji, por incrível que pareça, ouvia tudo atentamente. 

- Eu achei que as coisas melhorariam depois da partida dele, mas acredite, tudo piorou. - Estava sendo o mais sincera que conseguia, era a sua última chance. - Minha mãe sofreu muito pra conseguir criar minha irmã e eu, nos alimentar, nos dar o que vestir e conseguir fazer a gente ter um estudo bom. - Limpou suas lágrimas com o polegar, vendo que Minji tinha os olhos levemente marejados também. - Quando ela se casou novamente, finalmente as coisas começaram a dar mais certo. Nós vivíamos bem, estávamos em paz. Eu comecei a trabalhar muito cedo, vendendo coisas na rua, trabalhando em cafés, lojas, restaurantes, tudo o que eu conseguia. Eu aprendi a sua língua, por conta própria. E eu juntei dinheiro e consegui vir pra cá, porque era o maior sonho da minha vida e, Minji, não há um dia em que eu não pense nos meus pais e na minha irmã. - Olhou nos olhos da coreana. - Então quando você olha pra mim, nos meus olhos, e diz coisas como as que você me diz, isso fere lá dentro. 

A taiwanesa pôde perceber que a guarda de Minji havia abaixado, sabia que, de alguma forma, aquilo significou alguma coisa e a fez pensar em algo que talvez não houvesse pensado antes. Antes que pudesse reagir, sentiu a coreana cair sobre seus braços, enquanto chorava copiosamente. Por um momento não soube o que fazer, nem como reagir, mas logo a envolveu em seus braços, a segurando forte.

- M-Me desculpa, me desculpa, me perdoa, por favor. - A voz da menina saía abafada e embargada. Seu rosto estava contra a camiseta de Shuhua, molhando o tecido, enquanto suas mãos a seguravam desesperadamente.

- Shhh... calma. - A taiwanesa tentava acalmá-la, enquanto aguardava o choro passar. Não sabia o que se passava na cabeça da garota além de arrependimento. - Minji, respira. - Falava calma.

- Me desculpa, Shuhua... - Falava, antes de reiniciar o choro. 

A taiwanesa estava genuinamente surpresa com a reação da mais nova, não conseguia entender o que estava acontecendo, mas aguardou até que o choro cessasse e que a menina se recompusesse, respirando fundo.

- Depois que eu nasci, minha mãe teve outra filha. - A garota iniciou, com um tom choroso. - A Yuna. Nós fazíamos tudo juntas, éramos inseparáveis. - Minji disse, olhando para cima e tentando conter as lágrimas. Shuhua achava que aquela conversa, apesar do tom melancólico, seria boa para ambas. - Nós somos filhas da mesma mãe, mas temos pais diferentes. O pai da Yuna veio do Japão, eu não me lembro como minha mãe o conheceu. - Então Shuhua começou a entender. - Um dia, a mamãe percebeu que algo estava errado com a Yu, eu não consigo nem dizer isso em voz alta, por Deus... - A menina parou e respirou, antes de deixar cair mais algumas lágrimas, fazendo Shuhua afagar seu ombro carinhosamente. Já havia entendido. - Ela estava mancando, sabe? - A taiwanesa assentiu.

- Onde está Yuna agora? - Shuhua temeu a resposta.

- A mamãe percebeu que algo estava errado, a levou no médico e infelizmente confirmaram que ele havia abusado dela diversas vezes. Estava bem em baixo do nosso nariz e nós não percebemos, Shuhua. - Ela olhava para a mulher com um olhar culpado. - A polícia foi acionada, mas ele já havia sumido... depois de algum tempo, quando nós estávamos num parquinho, ele apareceu novamente. E ele levou a Yuna de nós. - Seus olhos transbordaram novamente. - Acharam o corpo dela alguns dias depois, e foi a pior coisa que já aconteceu em toda a minha vida. A mamãe ficou devastada. Ela não conseguia mais viver, não conseguia reagir, não tinha mais vida dentro dela. E o homem foi para o Japão, nunca pagou por isso, o país o acolheu de volta e a Coréia não pode ir até ele lá. 

Shuhua estava com uma sensação ruim, um amargo em sua boca, sentia tanto por Minji e Soojin, jamais conseguiria imaginar a dor que elas sentiam.

- Eu sei que não justifica, eu sei de verdade, mas eu te peço perdão... - A taiwanesa notou que aquele pedido era sincero.

- Você precisa de um abraço? - A mulher perguntou, como uma oferta de paz. Minji pensou por alguns segundos... antes de assentir.

(...)

gente, eu sei que provavelmente esse não era o final que vocês esperavam, até porque ele não é sobre sooshu, mas foi o que eu achei necessário e coerente. o fim precisava ser das duas, independente do romance entre soojin e shuhua.

em breve eu volto com mais boiolice, safadeza e muito sooshu pra vocês.

cês tem alguma sugestão de histórias que vcs querem ler?

um beijo, até o próximo.