Sooshu One Shots

45 - Secret (Parte 1)

oi gente, eu prometo que já volto com as finalizações dos capítulos anteriores (emergency, girlfriend e books), mas esse capítulo é uma vibe e eu preciso que vocês segurem na minha mão.

ele também pode ser um pouco triste. e provavelmente será um pouco longo, pq eu pensei nuns troço muito aleatórios... confiam?

enfim, vamo?

(...)

A família Seo nunca foi um exemplo de união e estabilidade. Sua base sempre foi desestruturada e caótica, o que levou os irmãos Soojin e Seongjin a serem cada vez mais próximos. Ambos se apoiavam eu todos os momentos, pois sabiam que eram a única família um do outro. 

O Senhor Seo sempre foi rígido, sua forma de criar e educar seus filhos era bruta e pouco afetuosa, o que, acompanhado de muita bebida alcóolica, contribuía para a construção de um inferno pessoal.

Já a Senhora Seo aceitava e desenvolvia com excelência seu papel de mulher submissa, estava pronta para servir e obedecer ao marido independente de qualquer coisa, inclusive dos filhos. Em troca, a mulher recebia lindas joias e eletrodomésticos novos.

Criados nesse ambiente, as crianças cresceram e se tornaram adultos independentes. Soojin decidiu seguir carreira na música, era apaixonada por canto e dança, e conquistou um espaço perfeito em um grupo musical em desenvolvimento, o (G)-IDLE. 

Este fato acabou fazendo com que Soojin e Seongjin se distanciassem um pouco, por conta das viagens e apresentações da coreana. Mas ambos ainda mantinham contato sempre que possível, a mulher sabia que seu irmão era a pessoa que mais a amava no mundo inteiro, e era completamente recíproco.

A coreana havia tomado conhecimento do grupo musical através de Yeh Shuhua, que era uma das melhores amigas de Seongjin, e que fazia parte daquele grande projeto. Os dois eram muito próximos, mas não em um nível romântico, o que permitiu que a coreana e a taiwanesa desenvolvessem um romance, com total apoio do rapaz.

Ainda lembrava-se do nervosismo antes de contar ao irmão sobre seu relacionamento, já sólido, com Shuhua. Surpreendeu-se, porém, quando o mesmo disse já ter conhecimento da situação, pois, segundo ele, as mulheres não eram nem um pouco discretas. Podia lembrar-se claramente das palavras do homem mais velho.

(...)

- Vocês se olham como eu olho para um pedaço enorme de bolo! - O homem disse, rindo.

- O que? - Soojin perguntou, confusa.

- Como se vocês quisessem se comer. - Disse simples, fazendo Shuhua corar.

- Idiota! - Sua irmã lhe deu um soco fraco no ombro, o que o fez rir ainda mais.

(...)

Com o passar do tempo, Soojin notou que o rapaz estava cada vez mais distante, pouco aparecia e quando aparecia, era breve em suas palavras e demonstrações de afeto, o que não fazia sentido, já que nunca havia sido daquele jeito.

A mulher o questionou algumas vezes, mas não conseguiu uma resposta. Ele dizia que estava tudo bem e que a coreana estava imaginando coisas. Shuhua, por outro lado, também pouco sabia o que se passava com o rapaz, visto que ele também havia cortado o contato com a taiwanesa quase que completamente.

Esse fato ocorreu após a taiwanesa presenciar uma cena e questioná-lo sobre, o que o deixou transtornado e o fez implorar para que nunca, jamais, contasse à Soojin. Shuhua estava assustada, nunca achou que veria Seongjin naquelas condições, e, num ato de desespero, apenas deixou a cena e voltou para casa.

Havia prometido que não contaria nada para a namorada, mas não sabia como guardaria algo como aquilo.

(...)

- Baby, está tudo bem? - A coreana perguntou, após notar a namorada um pouco aérea, sentada na cama após o banho.

- S-Sim... - Olhou para a mulher e sorriu.

- E estava pensando em que? - Sentou-se atrás da taiwanesa, massageando levemente seus ombros.

- Na próxima apresentação, estou ansiosa. Com medo de acontecer algo de errado. - Mentiu.

- Vai dar tudo certo, como sempre. - Shuhua se sentiu mal por mentir, mas havia prometido e além do mais, não sabia como contar aquilo para Soojin.

- É, tem razão. É besteira minha.

(...)

A taiwanesa guardou aquele segredo por muito tempo, o máximo que conseguiu. Até uma bomba explodir sobre suas cabeças.

A notícia da morte de Seongjin abalou o grupo como nenhuma outra coisa foi capaz de fazer. Soojin sentia que uma parte de si havia partido.

O desespero da coreana era completamente plausível, o corpo do irmão foi encontrado em uma das ruas de Seoul, coberto de sangue e sem suas roupas. Não havia explicação para o crime, o que a deixava ainda mais indignada. Não fazia sentido.

A coreana sentia-se sufocando, como se seus pulmões não fossem fortes o suficiente. Sentiu seu corpo ceder, suas pernas mal tinham alguma coordenação, sequer pensava em como seu corpo estava reagindo, apenas sentia a maior dor de toda a sua vida.

Rapidamente foi amparada pelas outras cinco meninas, mas não era suficiente, precisava vê-lo, ter certeza de que era ele. Após o reconhecimento, a mídia foi tomada pela notícia da morte brutal de Seo Seongjin, irmão da estrela coreana Seo Soojin.

Parecia um grande pesadelo.

Shuhua estava dividida entre a tristeza de perder seu melhor amigo, a dificuldade em amparar sua namorada e claro, a culpa. Pensava se teria sido diferente se tivesse contado a verdade assim que teve conhecimento da situação, mas ousava pensar que pouco mudaria os acontecimentos.

Lembrou-se do olhar do amigo implorando para guardar segredo, das lágrimas nos olhos, do rosto vermelho.  Era como um filme, como se fosse recente. Quando se afastou de Soojin, após conseguir que a mulher dormisse um pouco por conta dos remédios que insistiu para que ela tomasse, a taiwanesa se permitiu chorar em descontrole.

Era quase uma dor física, a culpa a corroía por todos os lados, formigava, queimava por dentro. Mas não havia nada que pudesse fazer agora. Era tarde demais. Pensava se aquele era um bom momento para contar o que sabia para Soojin e as outras, mas não conseguiu pensar em um motivo para fazer a coreana sofrer e deturpar a imagem do seu irmão mais velho naquele momento.

Ela sentia como se tudo estivesse caindo sobre sua cabeça, mas não tinha ideia de que aquele seria apenas o começo de tudo.

(...)