37 - Cube Mental Hospital (Parte 2)

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oi gente, eu sei que eu sumi, inclusive queria ter esse espaço de diálogo com vocês (se ainda estiverem por aqui).

vocês sabem que o capítulo Cube Mental Hospital (Parte 1) foi escrito num momento meio esquisito pra mim e não tá sendo diferente agora.

eu acredito que todo mundo tá meio ansioso, nervoso, confuso com o que vai vir a partir desse momento e depois, por conta da pandemia né?

a galera já perdeu muita gente, já alcançou os limites de ansiedade e isso é geral. algumas coisas aconteceram, eu não estava me sentindo confortável pra escrever, eu acho que perdi o jeito.

fiquei sem celular, perdi todas as minhas notas de escrita e isso só me desanimou mais. se possível, inclusive, deixem sugestões por favor.

além disso, eu não estava me sentindo bem comigo mesma, nem com a situação que tava a minha volta, então espero de coração que entendam minha ausência.

eu escrevi algumas poesias nesse meio tempo, postei no instagram (@txt_memorias) e se vocês quiserem eu posso tentar trazer algumas pra vocês.

sem mais demora, espero que gostem. a escrita não está nada confusa nesse, não se preocupem.

- ray.

(...)

Shuhua nasceu em Taiwan, morava com seus pais e sua irmã mais nova.

Ela conseguia se lembrar perfeitamente da primeira vez que ouviu algo que não soava tão verdadeiro.

Uma música. Num tom baixo, ecoado. Era quase um murmúrio. Então começou a cantarolar junto.

- O que está fazendo? - Sua mãe, que estava sentada de frente para uma máquina de costura, perguntou. A taiwanesa tinha oito anos.

- Cantando. Não está ouvindo a música? - O que surpreendia a mulher não era o fato da menina cantar, isso era comum, mas sim o fato de reconhecer a língua como outro idioma.

- Não, não há música alguma. Pare com isso. - Mandou, um pouco encabulada.

A garota também se lembrava das ofensas proferidas por sua mãe e seu pai, conforme crescia sob acusações de estar mentindo para aterrorizar sua irmã.

O fato era que ficava mais complicado através dos anos, apesar de estar aprendendo a lidar com a primeira voz, percebeu o surgimento de outra, e outra e mais uma.

As vezes era uma e as vezes eram quatro. Depende.

Tailândia. Coréia. China. Taiwan.

Ainda muito jovem, a menina foi levada à Coréia, convencida de que seria apenas mais uma visita à algum médico. Estava acostumada, eles lhe fariam algumas perguntas e depois estaria livre.

Mas daquela vez foi diferente.

Após conversar com a médica, Doutora Kang -  de quem ainda se lembrava perfeitamente - a encaminhou para uma nova sala.

Seu pai lhe disse que aquilo era para o seu bem e que eles iam consertá-la. Essa foi a última vez que viu seus pais e sua irmã.

Depois disso, muitas coisas vieram, remédios, crises, sedações.

Também se lembrava perfeitamente do dia em que Seo Soojin apareceu. A mulher, mesmo que reservada e tímida, parecia... poderosa.

Shuhua sentiu algo diferente. Todas sentiram. Mas a mulher, ainda que exalasse poder, ainda transmitia algo que parecia a impedir de ser plenamente feliz.

Sooshu One ShotsOnde histórias criam vida. Descubra agora