- Tá de mal humor comigo? - Pergunta Miguel com os braços cruzados no peito.
- Não. - Respondi seco e fria.
- Não parece.
- Nem tudo o que parece é.
- Calma! Acordou com os pés fora da cama?
- Talvez. - Quando ele ia falar mais alguma coisa já estava na hora do julgamento.
Aquilo parecia demorar uma eternidade, e para piorar, Vasco não tirava o olho de mim. Podia ser só impressão minha mas Miguel também tinha notado isso.
- Ele não tira o olho de você. - Ele sussurrou mas eu não respondi.
Só engoli seco e tentei evitar ao máximo olhar Vasco.
Por aquilo que entendi, Vasco cometeu roubos e também vendeu crianças e mulheres para ganhar dinheiro. Coisa bem pesada.
Ele deu a desculpa de sua mãe estar doente e precisar de dinheiro, mas o verdadeiro doente ali era ele mesmo.
Fui destemunhar o que me aconteceu e a Melissa também e eu estava super nervosa. Brincava com as minhas unhas debaixo da mesa e tinha minhas pernas a tremer.
Quando terminei foi a vez de Miguel e ele parecia super calmo. Ele terminou e sentou de novo do meu lado.
Eu ainda estava nervosa com as mãos a suar, as pernas a abanar e constantemente a mudar de postura.
Miguel segurou minha mãos e entrelaçou nossos dedos e falou:
- Calma, você não tem motivos para ficar assim.
Por mais que aquele gesto fosse bom, eu afastei nossas mãos e cruzei meus braços. Ele me olhou confuso mas depois voltou sua atenção para o julgamento.
Terminou e o juízo anunciou que não tinha mais volta a dar, então aquele seria o último e único julgamento e falou por fim:
- Senhor Vasco Sousa está condenado a prisão perpétua. - Assim bateu o martelo.
Dois polícias o algemaram e quando ele saiu olhou para mim com cara de nojo e eu fiz o mesmo apesar do medo.
Movi meus lábios para que ele os lesse "morre na prisão".
Saí do tribunal e Miguel veio atrás de mim.
- Posso levar você a casa? - Ele perguntou.
- Não obrigada. - Caminhei o ignorando.
- Qual seu problema? - Ainda o ignorei e depois vi ele indo para seu carro.
Pensando que ele ia embora, estava completamente enganada. Ele parou o carro do meu lado e falou:
- Entre. - Suspirei e entrei porque não tava afim de briga.
Sentei e coloquei o cinto depois cruzei os braços no meu peito.
- Vai me falar o porquê de estar brava? - Perguntou sempre olhando na estrada.
- Eu não. - Olhei o espelho do meu lado evitando olhar aquele belo rosto.
- Então você tá.
- Não tou.
- Fale comigo Isabella! Porra! - Ele cerrou a mandíbula. - Eu tou tentando mas você não facilita!
- Quer que eu diga porquê? Porque você beijou minha amiga! Contente? - Gritei e ele ficou em silêncio até parar o carro num estacionamento não muito conhecido. - Me leve para casa ou eu saio! - Quando ia abrir a porta ele a trancou. - Mas que droga! Isso é sequestro!
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Entre Dois Irmãos 2
RomanceIsabella depois de 6 anos volta. Ela volta a ver as pessoas que menos espera, ela volta a viver grandes emoções. Depois de 6 anos as coisas vão voltar a mudar, talvez para pior ou até mesmo melhor. Muito sofrimento mas também muita dor, arrependimen...