Ela estava em um lugar estranho e ao mesmo tempo familiar. Uma mulher com cabelos brancos e olhos azuis como os dela estava a sua frente.
— Você é uma Delário, tem que cumprir com seu dever! — Disse a mulher.
— Mas e se eu não quiser cumprir o meu dever? E se esse dever na verdade pertencer a Conan?!
Ela deu as costas para a mulher e saiu andando.
— Ariela, volte aqui. Eu estou falando com você.
Ela entrou em um quarto e fechou a porta na cara da mulher.
— Ariela, abra a porta por favor. Filha, vamos conversar, abra a porta.
— Ariela, Ariela, você tá escutando? — Chamou Laís.
— Oi?
— Aonde você está com a cabeça?
— Desculpa, eu estava distraída.
Uma sensação ruim tomou conta de Ariela ao se lembrar daquilo, ao se lembrar de sua mãe. Ela tinha uma família a final, mas será que estavam vivos? Será que estavam procurando por ela? Ou nem se importavam?
— Você pode prestar atenção no nosso problema, que por sinal, é seu problema também.
— Desculpa, o que vocês estavam falando?
— Tem alguma teoria sobre quem é esse cara?
— Não, eu estou um pouco cansada, eu vou pro meu quarto.
Ela entrou e fechou a porta, e por algum motivo, começou a chorar. Ela estava com saudades, não se lembrava da sua família, mas sabia que os amava, assim como eles a amavam.
Alguém bateu na porta. Ela secou as lágrimas.
— Entra.
— Está tudo bem? — Perguntou Nikolás entrando no quarto — Você estava chorando?
— Não, eu...
— Não precisa se explicar, mas está tudo bem? Você ficou estranha de repente. Por acaso ficou com medo de H. ser um psicopata também?
— Não, é só que... Eu me lembrei de uma coisa.
— O que foi?
— Da minha mãe. Eu me lembrei da minha família.
— Você não parece estar muito feliz com isso.
— É que ela não estava feliz, nem eu, nós estávamos discutindo sobre algo.
— Eu entendo, já discuti muito com meus pais.
Ela deu um riso.
— Do que está rindo?
— Não me leve a mal, mas não é uma surpresa para mim, não consigo imaginar você e seu pai tendo uma relação saudável.
— E você está certa, mas eu também tenho uma mãe, e nós já discutimos muito por causa do rei.
— Está vendo? Você não gosta nem um pouco dele.
Ele olhou para ela por um tempo.
— Posso fazer uma pergunta?
— Pode.
— Por que deixa seu cabelo curto?
— Eu não sei, ele sempre foi assim. Mas você é tão aleatório assim o tempo todo?
— Não, é só que reparei que a maioria das mulheres que já conheci preferem seus cabelos cumpridos.
— Está dizendo que eles são feios?
— Não, eles são apenas diferentes. Eu gosto do que é diferente, é como um ponto de luz no meio da escuridão, ou o amor em um mundo feito de ódio. O diferente é a salvação.
— Obrigada — Disse ela com um sorriso.
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Prisão De Asas E Memórias
FantasyAriela, acusada de assassinato e sem memória, está prestes a morrer enforcada, quando é salva por uma mulher que nunca viu antes. Agora fugitiva e sendo procurada pelo rei, ela se junta a verdadeira assassina, uma ladra de joias, uma padeira e o pr...