Capitulo 16

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Em primeiro lugar: Quem é mesmo a lady Estephania? Segundo: O que ela sabe sobre meu pai que eu não sei? Terceiro: O que é que ele está tramando?  Essas eram as perguntas que passavam pela cabeça de Nikolás enquanto ele andava pelo castelo até a biblioteca. Eram muitas perguntas sem resposta, mas naquele momento tinha coisas mais importantes para pensar, como por exemplo, ter prometido a Ariela que a ajudaria a descobrir quem era ela. Ele não fazia a menor ideia de como faria aquilo, mas daria um jeito. 

Ele caminhou entre as estantes da grande biblioteca, a procura de um livro que ainda não tivesse lido. Ele encontrou um. Contava a história de uma princesa adormecida, e um monstro improvável, cheio de amigos estranhos que salvavam a princesa do sono profundo. Parecia interessante, e divertido. 

Nikolás adorava ler, poderia passar horas fazendo apenas isso. Achava incrível a ideia de se enxergar em um personagem, ou viajar pelo mundo, conhecer novas pessoas, novos estilos de vida, e tudo isso, sem sair de um cômodo. As vezes os livros pareciam ser seu lar, e os personagens sua família.  

— Não acha que está tarde para ler? — Perguntou Cassandra entrando em seu quarto.

— A madrugada é o melhor momento para isso.

— E então, como foi o encontro com Ariela? 

— Não foi um encontro. 

— Ruim? 

— Fala logo o que veio fazer aqui e some. 

— Nossa, eu não posso mais fazer uma visita da madrugada pra você? Não se fazem mais irmãos como antes. Mas falando sério, tá afim de conversar enquanto comemos chocolate?

— Tá, tudo bem. 

— Ótimo. — Disse ela se sentando na cama e despejando uma sacola de bombons em cima dela. 

— Você saqueou a cozinha? 

— Bem, digamos que  Ériko me irritou um pouco hoje, e eu o ameacei de morte caso não me desse doces. 

— Ele ainda não esqueceu da vez que você quase o matou com a espada de um guarda, quando ele puxou seu cabelo, não é?

— Não, e se depender de mim, nunca vai esquecer. Você tem de concordar que esse ato foi muito benéfico para nós. — Disse ela apontando para os doces. 

— Sabe, as vezes acho que só nosso corpo cresceu, e nós continuamos duas crianças. 

— Se você disser isso para a mamãe, ela vai responder: "Vocês tem apenas vinte anos, ainda são bebês". — Falou Cassandra, tentando imitar a voz da mãe. 

— É, bebês que querem matar o próprio pai. 

— Nossa, falando assim parece que somos pessoas horríveis. — Ela deu uma pausa longa. — Nik, tem certeza que está pronto pra isso?

— É claro. Agora mais do que nunca. 

— Por que? 

— Sabe maninha, eu percebi que o rei tem muitos mais segredos do que imaginamos. 

— O que quer dizer? Descobriu alguma coisa?

— Deixe pra lá, não é nada. 

— Sei. 

Prisão De Asas E MemóriasOnde histórias criam vida. Descubra agora