Capitulo 37

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Ela não conseguia ver nada, estava tudo escuro, até que um flash se acendeu. Ela estava acorrentada a um chão de pedra. Seu corpo inteiro doia, haviam cortes por sua pele e alguns ossos quebrados. Mas nada comparado a dor lancinante que percorreu suas costas. Ela não estava na prisão e não havia sido açoitada mais uma vez, era muito pior. Suas asas haviam sido cortadas.

As mesmas pessoas que haviam cortado suas asas a empurraram do penhasco. Ela estava gritando. Nunca havia conseguido gritar antes. Ela sabia exatamente o que aconteceria a seguir, ela seria pega no ar pelo flyer e  ficaria tudo bem. Mas isso não aconteceu.

Ela caiu por todo o penhasco até ser perfurada por uma das pedras pontiagudas.

— Ariela! — Chamou Nikolás, sua voz estava distante.

— Ariela, acorde. — Chamou ele novamente lhe chacoalhando. Ela acordou.

— Está tudo bem? Você estava gritando.

Ela não conseguia falar nada. Sua mente havia sido tomada por aquela memória. Ela havia sido torturada, depois haviam cortado suas asas. Ela não estava morta, apenas porque seu pai havia lhe salvado.

Ela olhou para Nikolás, o filho do homem que havia feito aquilo com ela. Ele não é como o pai dele, ele nunca faria isso com você, ela repetiu para si mesma. Mas ela só conseguia pensar em toda a raiva e a tristeza que sentia. Ela tentara se manter calma, mas não dava.

Ela explodiu em um grito. Luz se espalhou pelo quarto e gelo subia pelas paredes. Nikolás tentou se aproximar, mas uma fina parede do gelo o barrava. Ele conseguiu quebra-la e fechou os olhos para não ficar cego.

Ele foi até Ariela, que no momento era uma bola de luz, e a abraçou. Ele não esperava que aquilo funcionasse realmente, mas depois de um tempo, a luz se apagou e o gelo derreteu. Havia apenas uma Ariela chorosa em seus braços.

Ele esperou que ela se acalmasse por completo antes de perguntar:

— O que foi que aconteceu?

E então ela lhe contou, a lembrança que tivera, sobre seus sonhos. E ao fim, ele só conseguia sentir raiva. Raiva por quem ele era. Pelo que o homem que um dia ele havia chamado de pai havia feito.

Prisão De Asas E MemóriasOnde histórias criam vida. Descubra agora