Capitulo 4

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A cidade estava dividida naquele dia, parte das pessoas estavam nas ruas, eufóricas espalhando as notícias, e a outra parte, estava escondida dentro de casa, com as portas e janelas trancadas, com medo de uma assassina a solta. Nikolás se perguntou o que fariam se soubessem que a assassina estivera a solta a meses. Ele sabia o porquê H. dissera dois dias antes, especificamente, que quem deveria resgatar a jovem era Laís. Como um ato de redenção.

Ele tinha que admitir, achara Ariela bastante interessante, como uma pessoa que não se lembra de quem é conseguiu para na cena de um assassinato. Ele ficou pensando na pergunta enquanto caminhava até o castelo. Uma figura encapuzada caminhando pelas sombras.

Ao chegar aos portões do palácio, os guardas os abriram sem hesitar, o que não deixou o príncipe feliz, queria dizer que seu disfarce não estava bom o suficiente. Nikolás seguiu andando para dentro do palácio, em direção ao salão de refeições.

— E ai mané — Disse um voz escondida pelas sombras de uma parede. — Os guardas te reconheceram novamente?

Ele revirou os olhos quando Cassandra deu um passo a frente.

— Se quiser posso te dar umas aulinhas.

— Não enche.

— Acho que estamos atrasados para o almoço com nosso queridíssimo pai. — Disse ela, o acompanhando.

— Nik, tem certeza de que está pronto para fazer... isso?

— Nós já conversamos sobre isso, e sim, estou.

Trombetas soaram para anunciar a entrada dos gêmeos no salão, onde o rei e a rainha já os esperavam sentados à mesa.

— Onde estavam os dois? — Perguntou a rainha verdadeiramente preocupada.

— Andando pela cidade. — Mentiu a princesa.

— A partir de hoje estão proibidos de sair desse palácio. — Disse o rei.

— O quê?! Por que? — Uma indignação da parte dos dois irmãos.

— A assassina que seria morta hoje, ela está a solta.

— E o que temos a ver com isso?

— Não podemos arriscar que ela tente matar vocês.

— E por que temos que perder nossa liberdade?

— Ninguém está te prendendo, Cassandra. Isso é só por segurança.

Cassandra se virou para o irmão, com um olhar que parecia dizer vou mata-lo agora. Para ela, ficar trancafiada naquele palácio parecia realmente um castigo, ela não conseguia sequer imaginar o que ela faria se fosse presa e obrigada a minerar pedras durante meses. Tinha visitado a prisão uma vez. Visto as milhares de pessoas presas injustamente pelo rei. Ela não conseguia chamar o homem sentado ao seu lado de pai, já conseguira um dia, anos antes. Antes de...

— O que sabe sobre essa assassina? — Perguntou Nikolás ao pai.

— Bem, a única coisa que sei é sobre o crime que ela cometeu. Fui informado por um dos capatazes da prisão que ela perdeu a memória, e não foram encontrados nenhum registro sobre ela no reino.

Estranho, aquilo era muito estranho Cortlend era conhecido por ser um reino que não podia ser infiltrado, pois as fronteiras eram muito bem vigiadas, e não aceitavam imigrantes sem documentos, sendo assim, ela teria que ter algum registro de sua entrada no reino, a não ser que...

— Com licença, tenho que me retirar. 

Prisão De Asas E MemóriasOnde histórias criam vida. Descubra agora