Capitulo 12

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A carruagem parou na padaria e depois seguiu para o palácio. Elas entraram na padaria, e uma mulher morena, bastante parecida com Dália, e bem irritada parecia esperar por elas. 

— Ah, finalmente a madame resolveu aparecer! Onde é que você estava?

— Bom dia, mãe. Eu sai com meus amigos. — Respondeu Dália.

— E deixou a padaria sem ninguém! Eu sai de casa para começar o trabalho, e a padaria estava fechada, eu subi em sua casa, e a senhorita não estava lá! 

— Desculpa mãe, era importante. 

— Eu não sei o que você tem feito ultimamente, mas sei que você prometeu ao seu pai que iria cuidar tão bem dos negócios quanto ele, e acho que se seus amigos te fazem descumprir suas promessas, não são tão seus amigos assim. 

— Eu não sou mais criança mãe, e conheço meus amigos. E por favor, pare de usar meu pai cada vez que não faço o que você quer! 

Dália entrou para dentro da cozinha, deixando a mãe e as amigas para trás. Ela amava a mãe, mas as vezes ela exagerava muito. Mas no fundo, ela estava certa, havia mesmo prometido ao seu pai que cuidaria da padaria. Era a coisa mais importante da vida dele, além de Dália e Catherine, claro. 

Dália tinha dez anos quando ele morreu. Antes de sair de casa em uma manhã, ele se despedira de Dália e sua mãe como se fosse a ultima vez que  veria elas. O homem se juntou a um grupo de rebeldes para fazer um protesto contra as milhares de vidas que estavam sendo presas injustamente, e nunca mais voltou.

Havia sido morto pelo próprio rei, enforcado e depois pendurado na praça, junto com outros corpos, para que fosse comido pelos pássaros. Ela ainda conseguia se lembrar do grito que sua mãe deu, quando saíram para passear naquela tarde, e Catherine viu o corpo do marido. 

Então não fazia mal se ela deixasse a padaria sozinha por algumas horas, porque ela estava fazendo aquilo por seu pai, para que nunca mais alguém tivesse que ser preso injustamente, para que ninguém encontrasse um familiar morto de repente. 

Um tempo depois sua mãe apareceu. 

— Oi.

— Oi.

— Olha filha, desculpa pela maneira que falei com você, mas você sabe como isso era importante para seu pai. 

— Eu sei, mãe. Prometo que foi só dessa vez, e talvez amanhã. 

— Quem eram aquelas duas?

— A Laís e a A... Francesca. Elas estão morando comigo. 

— E suponho que Francesca não seja o nome real dela, e nem o cabelo.

— O quê? 

— Dália, diferente do que você pensa, eu não sou boba. O que é que Ariela está fazendo na sua casa? E não precisa ficar com medo de me contar, eu sei muito bem que Laís é a assassina nessa história. 

— Eu não sei do que você está falando. 

— Eu sei que você está mentindo. Me conte tudo. E pode me contar o que os príncipes tem a ver com isso. 

— Mãe, acho melhor você não se envolver nisso. Só promete que você não vai contar nada a ninguém. 

— Está bem, eu prometo. — Catherine respondeu com certa relutância e preocupação. 

Prisão De Asas E MemóriasOnde histórias criam vida. Descubra agora