Capitulo 21

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*Esse capitulo pode conter gatilho de estupro*

O passado ainda a assombrava, havia sido logo após seu último assassinato, ela e Lucca estavam namorando. Ele sempre a tratara de forma abusiva e violenta, mas ela era jovem demais para perceber. Era a única demonstração de afeto que havia recebido durante sua vida. Até aquele dia.

Eles estavam morando juntos fazia um mês, Laís estava cansada, fazia tempo que ele estava cansada daquele trabalho, não queria machucar mais ninguém. Lucca estava um pouco bêbado, ele tinha alguns sérios problemas com isso.

"Vamos lá Lali, você não me ama?" Ele disse, ela negou, negou e negou. Mas não pode negar quando ele empurrou uma bebida que a fez apagar, garganta a baixo. Ela se lembrava apenas de tentar afasta-lo, até que ela apagasse de vez.

Na manhã seguinte ela arrumou sua coisas e tentou ir embora. Mas Lucca não deixou, ele a machucou quando Laís tentou sair da casa, e a trancou no quarto. A forma que encontrou de escapar daquele pesadelo foi sair pela janela do quarto, sem dinheiro, sem roupas, sem nenhum pertence.

Ela nunca contara aquilo para ninguém, apenas para Eleonora. Ela a havia ajudado todo aquele tempo. Mas o que ela podia fazer? Se Lucca fosse preso ela iria junto, afinal era uma criminosa tanto quanto ele. Então ela apenas seguiu em frente, estava envolvida em um outro propósito, e podia parecer que não, mas era muito mais nobre do que apenas machucar pessoas em troca de dinheiro. Mas não era fácil ver Lucca ali, a sua frente, relembrar cada momento daquele inferno.

Ela teve medo dele, mas havia prometido a si mesma que não teria medo de novo. Ele era só um canalha que gostava que as mulheres se submetessem a ele, e era exatamente aquilo que ele queria, que dessem aquele gostinho de vitória a ele. Laís não duvidava que ela não houvesse sido a primeira, mas ele iria pagar, e iria pagar muito, muito caro.

Laís resolveu sair do quarto, e para sua surpresa, todos estavam na sala, esperando por ela.

— Está tudo bem? — Perguntou Eleonora.

— Está.

— Quer nos contar quem era ele? — Perguntou Dália.

— É uma longa história.

— Nós temos todo o tempo do mundo — Respondeu Leo.

— Muito bem, quando eu tinha cinco anos, minha irmã mais nova ficou doente, meus pais saíram em uma viajem longa a procura de um médico, porque essa cidade não tinha uma alma que quisesse ajudar um pobre, mesmo que essa pessoas fosse um bebê de dois anos. Eles passaram por um rio no meio da viajem eles caíram em um rio e morreram afogados, então eu fiquei órfã. Fui morar com meus tios — Disse apontando para Leo. — Digamos que eles não eram um poço de simpatia comigo. Margaret me fazia limpar toda casa, vestir e alimentar o bando de pirralhos dela, sem ofensa

— Você sabe que não me ofende, mas eu não posso dizer o mesmo dos meus irmãos.

— Continuando, quando fiz catorze anos resolvi ir em bora, eu morei um tempo nas ruas, até Lucca e os Assassinos da Noite me encontrarem. Lucca me treinou e digamos que em um ano eu era uma assassina. Nós começamos a namorar...

Laís contou toda a história a eles, que ouviram calados, prestando o máximo de atenção.

— Alguém tem uma ideia para assassinar esse cara?

— Nikolás...

— Eu estou falando sério, Laís. O que ele fez com você é imperdoável.

— Não acho que é o momento certo para isso. Vamos nos concentrar primeiro no plano de H.

— Como desejar.

Laís se sentia leve. Ninguém sabia sobre sua vida, ela nunca se sentira confortável para compartilha-la com ninguém, mas aqueles eram seus amigos, sua família.   

Prisão De Asas E MemóriasOnde histórias criam vida. Descubra agora