Prólogo - As aparências enganam

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Estava quase na hora de partir.

No fim de semana anterior, Lilith saiu da casa de sua mãe, na Londres trouxa, para ficar com seu pai antes do ano letivo começar de fato. Ela estava ansiosa para estudar na tão aclamada Hogwarts, afinal, sua mãe estudou lá e foi ali onde conheceu seu pai, antes de se afastar de vez do mundo mágico.

Quase não dormiu a noite anterior, estava ansiosa para ir ao Beco diagonal com seu pai e não conteve a animação quando a manhã chegou. A primeira loja estava cheia, um grupo de meninas rodeavam um autor famoso, mas o que chamou sua atenção foi a formação de um pequeno grupo perto da escada. Uma garota ruiva e dois meninos encaravam um menino de cabelos brancos e havia fúria na expressão facial dos quatro até um homem mais velho se aproximar deles, trazendo a atenção do resto da família ruiva para ele, mas em poucos minutos eles se dissiparam.

O homem e o menino loiro passaram ao lado dela para ir embora. — Senhor Pritchard. — O homem disse apaticamente antes de sumir da visão de Lili. Seu filho indo junto sem olhar para trás nenhuma vez.

— Vamos buscar a sua varinha, minha princesa? — O pai chama a atenção da menina que estava focada na saída do pai e filho platinado. Ela prontamente concordou e logo eles foram para a loja do Senhor Ollivanders.

Estranhamente, não demorou muito para serem reconhecidos pelo ancião, embora ela nunca o tenha visto antes. Acreditou que fosse pela reputação de seu pai como alfaiate. — Senhor e senhorita Pritchard — cumprimentou ele, se virando para pegar uma caixinha que já estava separada. Tirando uma varinha branca e texturizada com arabescos. — Varinha de Freixo, núcleo de pêlo de unicórnio, 12 ½, quebradiça. Extremamente leal a um único dono.

Ao pegá-la, Lilith sentiu-se estranha, como se uma força externa apertasse seu coração. A careta de dor passou despercebida pelo pai que olhava para a varinha com expectativa, mas Ollivanders percebeu. — Vai, filha, teste a varinha. — A contragosto ela agitou a varinha e nada aconteceu. A incerteza do renomado fabricante de varinhas aumentou ao perceber a relutância da varinha em obedecer os comandos da jovem bruxa. — Engraçado. Foi feita especialmente para você — comentou.

Lilith sentiu-se tonta, o peito doía cada vez mais e era como um som estático dentro da sua cabeça ficasse cada vez mais alto, até que ela sentiu uma descarga de força passando pela mão com a varinha antes de cair para trás. Menos de um minuto depois, ela abriu os olhos novamente, a tontura estava passando aos poucos mas ainda sentia uma leve náusea. A varinha estava caída no chão, do meio para a ponta estava reduzida às cinzas e tinha manchas pretas no chão ao redor dela.

Tanto o pai quanto o fabricante pareciam espantados com o que aconteceu. O último prontamente já começou a explicar o que poderia ter acontecido. — Ela não quis você. É comum ter dificuldade na hora de achar a varinha ideal, mas nada perigoso.

Ollivanders se virou coçando a cabeça e parecia bastante desconcertado. O pai de Lilith, no entanto, estava verificando o bem-estar da filha que ainda estava fraca pra se levantar do chão.

— Tente essa. Senti que precisava fazê-la há poucos dias, tem um potencial letal bem alto, mas talvez seja o que você precise. — Ele entregou outra caixa, diferente da anterior, essa era acinzentada ao invés de branca como as outras.

Ao abrir Lili encontrou uma varinha lisa, sua cor era um marrom bem claro, mas tinha um subtom rosado e era bem mais modesta que a anterior. Quando pegou na mão ela não sentiu mal-estar igual a primeira varinha, era extremamente calmo como se nada tivesse acontecido antes. Girou levemente os pulsos e um raio prateado se projetou da varinha, o chão manchado estava como se fosse novo. O fabricante deu uma risada alta.

— Madeira de cerejeira com núcleo de coração de dragão, 12 ¾ e bastante flexível. Você vai precisar de muito autocontrole, mocinha. — Ele disse e saiu resmungando como o pressentimento dele estava correto enquanto terminava de destruir e descartar a primeira varinha testada.

autodestrutivo × draco malfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora