24. Muitos que querem a árvore fingem recusar o fruto

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Uma mão se pressionou contra a boca de Lilith, a impossibilitando de gritar por ajuda. Logo em seguida, ela foi puxada para dentro da estufa 1 de Hogwarts. O desespero da garota só durou tempo suficiente para que ela reconhecesse o cheiro característico que Lilith nunca sentiu em mais ninguém. A mistura perfeita de petrichor, menta e canela.

— Não grita! Sou eu. — Draco sussurrou enquanto mantinha um aperto firme em sua boca. Ele diminuiu a força assim que sentiu a ponta dos dedos gelados dela segurar seu pulso.

— Você ficou maluco? — Pritchard questionou com raiva. Ela tentou acalmar a respiração quando sentiu o peito começar a doer devido ao susto, e acabou por não perceber o cenário onde estavam.

O sol do fim da tarde iluminava perfeitamente toda a estufa, dando um lindo tom dourado nas bancadas que estavam repletas de plantas não-nocivas; as únicas que os primeiranistas podiam estudar com segurança.

— O que você quer?

— Tirar fotos.

— Tirar fotos? — Ela perguntou em descrença, escolhendo não acreditar na motivação que Malfoy tinha ao trazê-la ali. — Você quer que eu tire fotos suas? — Draco começou a rir assim que as palavras saíram dos lábios dela, então ela tentou uma segunda vez. — Você quer tirar fotos minhas?

Draco concordou com a cabeça e a garota soltou uma risada soprada. — E o que te faz pensar que eu deixaria?

— Você não quer ser minha musa?

Lilith voltou a ficar em silêncio por um tempo, pensando no que responder e mais ainda no que ela queria de verdade. Servir de modelo para alguém parecia uma ideia tão tentadora e todo o charme por trás da posição artística de ser a musa de alguém, a inclinava totalmente a aceitar sua proposta, mas tinha algo que estava impedindo-a e Draco notou isso.

— Sabe, você está tão bonita hoje. — Ele começou a falar ao mesmo tempo que se aproximava lentamente, tudo sobre seus movimentos exalava a sutileza do bote de uma serpente. — Tão excepcionalmente bonita. Eu não pude deixar de pensar no quanto eu queria te fotografar.

Ele estava tão perto que Lilith sentia a respiração dele bater contra seu rosto e suas pálpebras tremeram com a proximidade, acompanhando a enxurrada de cenários que corriam por sua mente naqueles curtos segundos. Draco percebeu cada mísera reação que o corpo da garota deixava escapar e isso foi um grande impulsionador de ego.

Devagar, Draco tirou a franja que cobria boa parte do rosto de Lilith, a colocando atrás da orelha e esperou alguns segundos para observar como a corvinal reagia ao seu toque. Não recebendo nenhuma retaliação, ele deixou com que a palma descansasse em sua bochecha e a frieza dos anéis de prata causaram um arrepio  gostoso na pele dela. — Você vai deixar, certo?

Ele olhou com carinho para todo o rosto dela, embora Lili nunca tenha desviado seus olhos escuros dos olhos acinzentados de Draco. Retomando a consciência em um susto, ela se afastou completamente dele e pigarreou desconfortável, o que fez o sonserino sorrir mais ainda com orgulho do efeito que causou.

— O que eu preciso fazer? — A voz de Lilith soou baixa e insegura. Draco, que nunca tirou o sorriso cafajeste do rosto, tirou a câmera semiprofissional da mochila. Se Lili tivesse prestado mais atenção no garoto, teria notado a forma como os olhos dele brilharam em felicidade genuína.

— Senta naquela bancada. — Era uma das únicas bancadas vazias e coincidentemente era a que recebia o melhor sol. Ela não entendeu que o motivo daquela coincidência era que Draco havia arrumado a sala mais cedo para isso.

Com receio, a garota colocou a mochila no chão, perto do pé da mesa, e subiu na bancada. E completamente sem jeito, cruzou os tornozelos, apoiou a palma das mãos no joelhos e curvou levemente os ombros pra frente.

autodestrutivo × draco malfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora