2. Quem planta vento, colhe tempestade

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Malfoy estava voltando mais tarde de outra aula de poções. Depois de ter ficado, fazendo as atividades "extracurriculares" que seu pai pediu ao professor Snape. Draco só tinha 15 anos e já precisava aprender oclumência para poder servir a uma causa maior no futuro e, embora seu pai não tenha explicado qual a causa, a necessidade de orgulhar a família era forte demais para negar as ordens do Sr. Malfoy.

Ao entrar na comunal da sonserina não perdeu tempo em soltar a capa e jogar em cima da poltrona antes de se deitar no sofá. Tirando alguns alunos mais velhos que estudavam para alguma prova nas mesas perto da janela, a sala estava praticamente vazia. Mas não demorou muito para que os amigos de Malfoy, a realeza da sonserina, descessem de seus quartos e se sentassem ao redor do líder.

— Qual foi, Malfoy? — perguntou Zabini depois de empurrar as pernas do loiro para o chão e se sentando ao seu lado. Draco não respondeu e só bufou se sentando direito para que os outros amigos pudessem se acomodar também. Antes que ele começasse a falar, Daphne entrou na comunal voltando de mais algum encontro secreto com algum lufano que ela estava manipulando agora.

— Diggory. — Ela explicou depois que viu a rodinha que os amigos tinham formado e se sentando no braço da poltrona ao lado de Pansy que riu pra amiga depois de observar a expressão azeda de Malfoy.

— Tanto faz, eu só não aguento mais praticar oclumência. — Draco bufou impaciente e a frustração só aumentou quando Nott soltou um: — Então não pratica. — Como se esse conselho estúpido fosse realmente ajudar com alguma coisa.

— Por que a gente não faz uma reunião no quarto do Theo e assim você pode desestressar? — Daphne comentou e Draco pensou por um momento, se perguntando se isso ajudaria mesmo ou era só uma desculpa pra Greengrass poder beber escondida de novo.

— É uma ótima ideia — concordou Theo. — Principalmente pra Pansy que tá um pé no saco desde que as repetidas humilharam ela no salão principal anteontem. — Ele comentou rindo enquanto Parkinson jogava a capa de Malfoy nele e gritava um: — Cala boca.

— Como assim?

— A Weasley mandou a Pans consertar a cara de buldogue que ela tem e, como se não fosse o bastante, a duplicada ainda disse que ela fede a cachorro também.

— Pritchard disse isso? — Draco perguntou surpreso por cima dos grunhidos de frustração da amiga morena. Ele podia ouvir ela resmungando sobre o quanto aquelas duas são desaforadas, em como ela não iria deixar isso passar e ia se vingar delas ainda, mas Draco só conseguia pensar em como sua garota tinha sido corajosa por se impor mesmo sabendo o quanto ela odeia confrontos porque fica nervosa demais e não consegue controlar as próprias emoções direito.

— Você achou engraçado? — Daphne perguntou medindo as reações do amigo, antes de Nott se intrometer e responder, irritando ainda mais a outra sonserina. — Porque é engraçado.

— Zabini você consegue descolar 2 garrafas de whisky de fogo com aqueles seus amigos do quinto ano? — perguntou Malfoy desviando o foco da briga dos dois. Blaise foi rápido pra se prontificar de trazer essas duas garrafas a noite depois do jantar.

Eles começaram a beber logo depois do acidente com Bicuço. Draco estava reclamando exaustivamente do animal, de Hagrid, dos professores, da escola, do pai, de Dumbledore e do Harry Potter que a realeza não aguentava mais. No dia em que foi liberado da enfermaria, Blaise o recebeu na comunal e o levou para o quarto que dividia com Theo, lá tinha uma garrafa de um whisky de fogo e as meninas, principalmente Daphne que já tinha bebido escondida antes, esperando ansiosas.

Eles passaram mal naquela noite, e a ressaca no dia seguinte foi a pior, o que atrapalhou-o bastante na reunião que ele teve com Snape no intervalo entre a aula de feitiços e o almoço. Mas pelo vazio que fez em sua cabeça, pela sensação de paz e liberdade que aquela bebida trouxe, valia a pena ter mais outra manhã de ressaca se ele tivesse uma noite de felicidade.

autodestrutivo × draco malfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora