27. O homem é senhor do que pensa e escravo do que diz

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Lilith

A reunião da armada ia começar em aproximadamente trinta minutos e eu andava com pressa pelos corredores, tentando fugir do Sr. Filch que agora servia como os olhos e ouvidos da inquisidora Umbridge.

Ao longe vejo Draco vindo pelo lado oposto do corredor, bufando e pisando forte. Pelo visto a cobrinha não gostou de provar do próprio veneno. Contenho o sorriso provocador e sigo andando como se fosse ignorá-lo, mas Malfoy não me deixaria ir muito longe de qualquer jeito. Ele parou na minha frente e me segurou pelos dois ombros, me impedindo de sair do corredor onde estávamos.

— Quer me explicar que porra foi aquela? — Ele parecia estar prestes a surtar de verdade.

— O que?

— Você realmente quer se pagar de santinha agora? Eu juro por Merlin- — Draco se cortou e passou os dedos pelos cabelos brancos com raiva.

— Do que você tá falando, Malfoy? — ri, fingindo que não sabia do que se tratava o drama do sonserino, e depois de muitos anos lidando com seu tom condescendente, eu agora conseguia replicá-lo muito bem. — Ah, o beijo que Ron me deu? — observei a forma como sua mandíbula travou e não perdi a chance de irritá-lo um pouco mais. — Aquilo te incomodou?

— Pode apostar que sim.

Não evitei de sorrir arrogantemente dessa vez e respondi com uma simpatia fingida. — Coitadinho. Nada diferente do que você já estava fazendo antes.

Ele ficou em silêncio por um tempo, respirando fundo com a língua pressionada contra a lateral da bochecha, essa era quase a sua marca registrada. E então algo mudou, como se uma engrenagem tivesse girado na cabeça do sonserino.

— Oh, já entendi. — Ele gargalhou, jogou a cabeça para trás e depois se inclinou na minha direção. Sua mão descia lentamente pelo meu braço, em um toque que eu nem sentiria se não estivesse prestando muita atenção. — Você está tentando me deixar com ciúmes, marrenta?

— Não — acho que foi a oscilação no meu tom de voz, mas Malfoy não quis acreditar em mim e minha negação só o fez gargalhar mais.

— Que coisa feia. — Malfoy estalou a língua e balançou a cabeça em negação. — Usando o pobre menino Weasley para me provocar.

— Eu não fiz isso.

— Ah, você fez — segurando meus pulsos, ele me puxou para mais perto dele. — E tudo isso porque eu dei mais atenção à Marieta que à você?

Pisquei chocada com a realização que eu não tinha feito antes, senti como meu coração errou uma batida e, logo em seguida voltou a bater com o dobro da velocidade normal. E então algo que eu estava ignorando a muito tempo despertou, aquele sentimento feio de raiva e rancor sem motivo que eu tentei tanto ignorar.
Me neguei a acreditar.

— Eu não estou com ciúmes!

— Eu acho que está. Na verdade, tenho certeza que está.

— Não tem nada a ver. Por que eu teria ciúmes de você? — soltei meus pulsos de seu aperto. Mas Malfoy aproveitou a deixa para segurar meu quadril em um aperto fraco, depois, com a mão direita, ele enrolou delicadamente a franja do meu cabelo em seus dedos.

Ele se encostou na parede do corredor, dobrando um pouco os joelhos para que ficássemos na mesma altura. — Você só precisa admitir que gosta da atenção que eu te dou e não vai precisar dividi-la com mais ninguém.

Eu não sabia o que dizer e muito menos o que fazer. Parecia que algo tinha roubado minha voz, eu me sentia tão fraca que meus joelhos poderiam ceder a qualquer momento e eu cairia no chão.

autodestrutivo × draco malfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora