44. Peter perdendo Wendy

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Inverno, 1977

Cecília estava sentada na comunal da corvinal, completamente sozinha, apenas curtindo a própria companhia. Ela tinha o costume de desenhar todo final de semana, mas nunca em um lugar fixo. A morena gostava de revezar entre os seus locais secretos favoritos, para não cair na rotina e conseguir inspirações diferentes para os seus desenhos.

Desenhar foi a melhor forma que ela conseguiu de se distrair da onda de terror que acontecia no mundo bruxo. O castelo de Hogwarts era o lugar mais seguro para se estar naquela época, principalmente para os nascidos trouxas e mestiços e por ordens da sua mãe, Cecília estava confinada no colégio.

Um avião de papel encantado voou na direção da cacheada até parar delicadamente em seu colo com outra declaração de amor. Foi a primeira vez que ela leu palavras bonitas de romance direcionadas - exclusivamente - para ela.

"Minha querida Cecília,

Posso não ter o talento dos grandes poetas, mas posso, com certeza, amar como um.
Amar-te como um. E é isso que eu estou fazendo.

Você sequer sabe disso, mas cada mísera respiração que eu dou é por sua causa, o meu coração só funciona bem quando eu te vejo e o seu perfume floral é a única coisa capaz de acalmar todos os demônios que assombram a noite.

Tudo no meu dia é sobre você e tem sido assim desde que te vi pela primeira vez, dois anos atrás.

Você não me conhece ainda, mas eu vou ser a pessoa que você procura quando está feliz, triste ou enraivecida.

Com amor,
- A."

Cecília sentiu-se como a protagonista de uma história de amor. Ela não conteve um suspiro de surpresa, sentindo a adrenalina de se apaixonar invadir todo o seu sistema nervoso e controlar cada decisão do seu corpo. E então, ela respirou fundo e fechou a cara quando sentiu um sorriso ladino começar a surgir em seu rosto. Não poderia se apaixonar, era estritamente proibido para ela e a garota citou motivos racionais para não cair nas armadilhas do amor.

1. O mundo está em ruínas, isso não é momento para pensar em namoro.
2. Você nem sabe quem ele é, você não sabe se ele é uma boa pessoa.
3. Isso pode ser apenas uma brincadeira cruel. Ninguém nunca reparou em você, Cecília Belmonte. Por que fariam isso agora?

Esses eram os três motivos que ela repetiu na própria cabeça como um mantra sagrado. Então, ela sentiu o peito doer, implorando para que ela acreditasse no bilhete anônimo e se deixasse ser amada. No fundo, queria tanto ser amada por alguém, mas não do jeito que sua mãe a ama, ou do jeito que seu pai amava antes de falecer. Cecília quer ser amada como uma mulher e, com a mesma intensidade, quer amar alguém também.

Belmonte segurou a carta entre os dedos delgados, analisando-o com cuidado. Com isso, ela reparou que o pergaminho estava tingido de roxo, mas não qualquer tom de roxo. Era lavanda, a sua cor favorita, e estava perfumado com a fragrância inconfundível de lírio-do-vale. Seja quem for o admirador secreto, a conhecia muito bem.

autodestrutivo × draco malfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora