22. Espere por sua conta e risco

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Lilith

Os encontros com a família Malfoy não diminuíram. Pelo menos duas vezes na semana acontecia uma reunião na mansão, e às vezes, aqui em casa. Graças a isso, o meu convívio com Malfoy aumentou nos últimos dias, não que tenha melhorado em qualquer aspecto, mas agora o suportava um pouco mais.

Felizmente, minha mãe me buscaria em alguns dias e eu só o veria novamente em Hogwarts. Até lá tudo voltaria ao normal e eu só teria que aturar sua "perseguição ocasional".

- Acabei de lembrar que ainda não te mostrei meu quarto. - A voz de Draco corta meus pensamentos e eu levantei o olhar do livro que peguei na estante da biblioteca dos Malfoy para dar-lhe atenção.

- E nem precisa.

- Eu quero te mostrar.

- Mas eu não quero ver - rebati pela segunda vez e voltei meu foco para a história infantojuvenil que eu estava lendo. Draco ficou quieto por um breve momento mas se levantou do sofá que ele estava deitado e andou até mim, tirando o livro da minha mão e me puxando para cima pelo meu pulso. - Eu consigo andar sozinha.

- Do que adianta se você só vai se eu te arrastar até lá.

- Tá bom, Draco, você conseguiu. Agora para de me puxar. - Assim que eu cedi as suas vontades, pelo o que parecia ser a milésima vez nessas férias, ele soltou meu pulso e esperou que eu passasse à sua frente.

- A terceira porta à esquerda. - Ele respondeu com um sorriso orgulhoso, ao mesmo tempo que colocava as mãos no bolso da calça de alfaiataria.

- Você não deveria ir na frente? Tipo, é o seu quarto.

- Ah, você quer que eu abra a porta pra você? Porque não avisou antes. - Era possível ouvir o tom zombeteiro em sua voz. Assim que ele passou na frente e abriu a porta, Draco imitou a postura de um mordomo. - Primeiro as damas.

- Idiota - resmunguei mas não escondi o riso da sua imitação.

A decoração do quarto de Draco destoava com a do resto da casa, as paredes eram claras e as cortinas tinham um tom de verde bem escuro. Me sentei na borda da cama que ficava encostada no canto do quarto, os lençóis extremamente brancos e macios. Draco deve ter mesmo muito orgulho de ser sonserino, porque tem uma prateleira inteira só de itens da casa das serpentes, de medalhas e certificados das atividades escolares - principalmente poções - e extracurriculares. Malfoy sempre foi um dos mais inteligentes de seu ano, ficando lado a lado com Hermione e essa era apenas mais uma das inúmeras rivalidades entre os dois.

- O que teria sido da sua vida se você não tivesse entrado na sonserina? - perguntei olhando para o porta-retrato dele bem pequeno, vestindo um macacão da sonserina enquanto era segurado em pé por Narcisa.

- Nunca existiu essa possibilidade. - Ele respondeu de maneira simples e se jogou de costas no colchão ao meu lado. Me senti um pouco desconfortável com a sua proximidade, então me dirigi em direção a parede de medalhas como pretensão do porque me afastei.

- Você recebeu muitos prêmios.

- Eu sou bom em muitas coisas. - Draco respondeu, fez uma pausa e depois voltou a falar. - Você tem muita sorte, e nem faz ideia.

- Por que eu seria sortuda por isso? - Me virei para encarar seu rosto, mas a expressão maliciosa fez eu contorcer a minha em desgosto e voltei a ignorá-lo. - Nojento.

A risada do loiro ressoou pelo quarto. Pela visão periférica pude ver que ele continuava me encarando passear pelo quarto, mas não se mexeu para me impedir de tocar em nada. Só quando eu cheguei perto da cômoda com seus livros que Draco finalmente se levantou, mas ainda assim, não fez nenhum outro movimento para me impedir. Pensando bem, olhando para ele, ele parecia estar se divertindo bastante com a situação. Isso me deixou um pouco ansiosa.

autodestrutivo × draco malfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora