39. Esse é o peso da coroa que carrega

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Draco não estava preparado para encontrar a grande gaiola de ferro posicionada no meio da sala principal. Pior que isso foi encontrar a própria mãe trancada lá dentro.

Narcisa parecia assustada, os olhos estavam tão arregalados que poderiam sair para fora do rosto, o corpo magro tremia visivelmente, tanto de frio, quanto do sono que ela foi privada durante aquela madrugada. Seu primeiro instinto foi arrebentar as grades com sua varinha, correr até ela e tirá-la de lá, depois ele lidaria com o desgraçado responsável por aquilo, agora, no entanto, a segurança da sua mãe era o mais importante. Mas quando o feitiço não funcionou e as faíscas de magia ricochetearam no ar, ele percebeu que não tinha como sair daquela situação.

Draco desejou que aquilo fosse um pesadelo, que ele voltara a dormir assim que Snape o chamou e nada daquilo estava acontecendo de verdade, mas ele sabia que era real, a dor em seu peito não existiria se tudo fosse apenas um sonho cruel. Por mais egoísta que fosse, Draco queria voltar para o momento em que fora acordado no começo da manhã. Mesmo a angústia de sentir que algo estava errado era melhor que a certeza de que sua mãe estava em perigo.

Draco tentou catalizar magia nas mãos e arrebentar as grades de ferro ele mesmo, mas quanto mais esforço ele colocava, mais fraco se sentia. As barras de prata polidas e forjadas por duendes drenaram sua energia mágica e ele se sentiu desgastado e sonolento.

Ele lutava contra a necessidade de abrir os olhos e tentou ignorar o barulho irritante de batidas na madeira. Era abafado, mas contínuo e parecia nunca parar até que ele despertasse totalmente. O loiro tentou ignorar a perturbação e voltar a dormir, no entanto, a pessoa do lado de fora não desistiu. Irritado jogou um dos travesseiros na direção da cama de Blaise, mas o amigo só resmungou e jogou um travesseiro de volta. Malfoy abriu os olhos quando as batidas ficaram mais altas e andou irritado até a porta. Os ponteiros do relógio de pulso, que estavam jogados em cima da cabeceira de cama, mal marcavam as cinco horas da manhã. É melhor que isso seja muito importante, Draco pensou. — Que porra você quer?

Deu de cara com um Snape muito enraivecido, suas sobrancelhas grossas estavam franzidas e tão próximas que de longe pareciam uma super monocelha. — Pegue sua mala e vá até a sala do diretor, Senhor Malfoy. Urgentemente. — O homem ranzinza se virou e desceu as escadas para fora dos dormitórios. Draco fechou a porta devagar, tentando raciocinar sobre o que seria aquela comoção inteira. Blaise estava sentado na cama, tentando vencer o sono e olhou o colega por uns segundos sem dizer nada, depois suspirou e disse: — Que merda você fez, Malfoy?

— Eu não fiz porra nenhuma — respondeu irritado por causa do sono e preocupado por causa do professor Snape.

— Deve ter feito alguma, porque você pareceu estar bem fodido agora. — Blaise se virou de costas e fechou os olhos, tentando voltar a dormir, mas não podia negar para si mesmo que estava preocupado com Draco.

O loiro, por sua vez, se arrumou o mais rápido que conseguia e foi até a sala do diretor com a mala levitando atrás de si. Ele não bateu, apenas entrou e deixou a mala cair no chão em um baque oco.

— Draco? — Um nome o chamou. Ele olhou em volta perguntando quem tinha sido, mas a sala estava completamente vazia. — Draco? — A voz gritou de novo, dessa vez mais alta e feminina. Tinha algum toque de familiaridade nela, mas ele não conseguia reconhecer da onde. Draco sentiu a cabeça latejar e um zumbido irritante abafou sua audição, pouco a pouco o som foi clareando e ele reconheceu a voz. Era Narcisa, sua mãe.

Draco abriu os olhos tão rápido e se levantou na mesma velocidade que ele quase sentiu que fosse desmaiar de novo, o estômago revirava como se ele fosse vomitar. As mãos trêmulas de sua mãe seguravam sua panturrilha como se a vida dos dois dependesse disso. Ela estava chorando e Draco sentiu vontade de chorar também.

autodestrutivo × draco malfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora