36. Lobos não comem lobos

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Lilith sentiu o sangue gelar assim que Nott terminou de falar, preocupada com o que aquela mulher sádica poderia querer com ela a essa hora da madrugada. Lili não tinha feito nada nas últimas semanas que fosse contra as milhares de regras inúteis do Ministério.

Guiado pelo desespero, Draco destrancou a porta e empurrou a garota de volta para dentro do seu quarto, trancando a porta mais uma vez, agora com ela lá dentro. Lili demorou a reagir pelo susto e, talvez por causa da ansiedade que estava sentindo, mas ficou tão nervosa que esmurrou a porta algumas vezes para deixar claro que não estava contente com as atitudes do garoto.

— Por Merlin, fica quieta! — Draco gritou do outro lado da porta, isso só irritou-a mais ainda e ela bateu na porta outra vez, com mais força, o que fez com que Luna acordasse assustada. A ruiva se virou para ela, desculpando-se com o olhar, mas a loira estava perdida demais para entender qualquer coisa.

— Você sabe que isso não vai funcionar, né? — Ela apoiou o ouvido na porta para conseguir ouvir Nott reclamando com Draco e só pôde presumir que o loiro permaneceu em total silêncio, pois não conseguia identificar a sua voz. — Vai ser pior se Umbridge a encontrar no corredor dos meninos. Vamos deixar ela no quarto de Pansy.

— Agora não dá mais tempo. — Draco finalmente falou e os dois garotos ficaram em um silêncio mortal. Lilith não tinha como saber que eles se calaram pelo caminhar imponente de Dolores e ela só conseguiu saber o que estava acontecendo lá fora quando a voz estridente e chata de Umbridge se sobressaiu: — Onde estão?

A corvinal encostou a ponta da varinha atrás da orelha para ampliar a capacidade auditiva e assim conseguir ouvir com clareza o que os três estavam discutindo. Quando Luna finalmente percebeu que estava acontecendo algo do lado de fora, correu até a porta, imitando as ações da melhor amiga.

Do lado de fora, Nott tinha uma expressão dissimulada e com uma voz doce perguntou: — O que?

— Não seja cínico. A mal-nascida e a amiga idiota dela, onde estão?

Lili achou que Umbridge ficava ainda mais irritante quando estava estressada. A voz que já era aguda ficava ainda mais fina e estridente, como giz arranhando um quadro verde.

Nott olhou em volta, girando a cabeça em um movimento exagerado e teatral. — Claramente, não estão com a gente! — Nott falou com um tom de voz brincalhão.

— Muito engraçado, Senhor Nott. Tragam as duas pestinhas aqui agora mesmo.

— E a senhora não pôde esperar até amanhã? — Essa era a voz de Draco. Ele finalmente tinha  falado alguma coisa depois de muito tempo em silêncio. — Está estragando a nossa festa.

— E desde quando o Ministério precisa esperar para agir em horário comercial? — Umbridge perguntou debochada. — Eu não me importo com a sua festinha, Sr. Malfoy. Quero as duas na minha frente agora.

— Pense nisso como um ótimo agradecimento pelo grupo de Potter.

As duas garotas da corvinal, que ainda estavam escondidas no quarto, não entendiam nada do que estava acontecendo. A verdade é que, em uma noite de caminhada pelo castelo, Daphne viu um trio de alunos saindo escondidos de uma sala que ela nunca tinha visto antes. A curiosidade sempre foi uma característica predominantemente em Greengrass e, tão astuta quanto uma sonserina deve ser, se escondeu no escuro para observar quem mais sairia de lá e do que se tratava aquela sala. Foi assim que ela descobriu sobre as reuniões da Armada de Dumbledore. A loira não perdeu tempo e correu para contar para a realeza, onde Draco aproveitou para usar essa informação em troca de conseguir o que queria: a festa de sexta.

autodestrutivo × draco malfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora