I'm not the only one - Vinnie Hacker

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                           POV Cassie

  As ruas tranquilas sempre conseguiam me deixar fora do ar, era muito raro essa cidade ficar tão tranquila desse jeito, adorava ver os carros passando correndo pelas ruas e vários grupos saindo para apenas ficar atoa, mas adorava mais ainda o jeito que tudo ficava calmo depois de uma longa chuva.

  Se passava das 20:00 e mesmo assim não tinha ninguém na rua, provavelmente por estar muito frio e serenando, mesmo dentro do carro e com todas as janelas fechadas, ainda sentia um enorme frio em minhas pernas, deveria ter continuado com minha calça de moletom.

  Fomos diretamente ao drive thru e Vinnie pediu nossos lanches, ele já sabia exatamente o que eu sempre pedia e eu certamente admirava muito isso nele.

  Estacionou o carro em um grande estacionamento aberto de um mercado que a essa hora já estava fechado, começava a esfriar mais então liguei o aquecedor, um grande alívio percorreu todo meu corpo assim que senti aquele ar quente deixar todo o carro aquecido.

  Abri meu lanche e dei uma grande mordida, em seguida enchi a mão de batatas fritas e enfiei tudo na boca, estava realmente com fome e aquele lanche estava me tentando.

  Só então percebi que Vinnie me encarava com um sorriso divertido no rosto, juntei as sobrancelhas não entendendo e ele se aproximou, seu polegar passou delicadamente por minha bochecha e percebi que estava suja de molho.

  O loiro levou o polegar até a boca e lambeu o ketchup, aquilo me causou sensações estranhas que eu nem mesmo sabia que podia sentir, fiquei completamente hipnotizada com aquilo e só consegui me ligar novamente quando ouvi sua risada ecoar pelo carro.

  -- Cala a boca. - revirei os olhos dando outra mordida em meu hambúrguer, meu olhar se perdeu no lado de fora do carro onde era possível ver uma longa estrada cheia de palmeiras e luzes laranjas que ficavam nos pés das plantas.

  Estava um completo silêncio dentro do carro, sentia que Vinnie queria dizer algo pois era nítido em seu rosto, dei um gole em meu suco e tentei controlar a ansiedade.

  -- Eu... Terminei com a Olívia. - falou em tom baixo e me olhava como se esperasse alguma reação minha, mas eu não tinha uma.

  Óbvio que havia gostado de saber que ele finalmente acabou tudo com ela, mas não sabia se ele tinha feito isso apenas por que eu pedi ou se ele realmente queria isso.

  -- Ah... - Foi tudo que consegui dizer, desviei o olhar tentando assimilar aquilo e foquei no céu escuro que já indicava que voltaria a chover logo logo.

  -- "Ah"? Não vai dizer mais nada? - perguntou tomando sua bebida e seu olhar ainda era fixo em mim e cada movimento que eu fazia.

  -- O que quer que eu diga? - perguntei terminando meu lanche e colocando o lixo em uma bolsa vazia que tinha ali, não sabia o que dizer ou como agir com essa novidade.

  -- Não sei. - deu de ombros e me virei para o mesmo, nós dois ficamos em completo silêncio e ambos não tínhamos sequer alguma reação.

  -- Terminou por que eu pedi ou por vontade própria? - perguntei e totalmente sem querer acabei colocando uma gotinha de ironia em minha pergunta.

  -- Por que eu quis Cassie, eu só quero você e não tenho a menor ideia de o por que estava com ela e não com você. - falou tudo rápido demais e não consegui assimilar tudo.

  Era muito bom escutar suas declarações para mim, mesmo sem querer ele sempre fazia isso e eu provavelmente nunca me acostumaria.

  Não conseguia formular uma frase inteira em minha mente então apenas fiquei em silêncio, minha mão foi até seu rosto e eu acariciava sua pele gelada que  esquentava com meu toque.

  Me aproximei e deixei um selinho demorado em seus lábios, senti sua mão tocar meu pescoço com delicadeza e acariciar o local, seus anéis gelados me deixavam arrepiada por completo e eu desejava não sair de seu toque.

  -- Eu te amo e nunca me canso de dizer isso. - falou baixo com o rosto ainda próximo do meu, seus olhos estavam fechados e ele tinha um sorriso de canto de rosto, meu estômago parecia querer explodir de borboletas e minhas pernas pareciam ter me abandonado naquele momento.

  -- Eu te amo Vinnie, muito mesmo. - falei baixo e deixei dois selinhos em sua boca, antes que pudéssemos continuar pudemos ouvir o som alto de seu celular alarmando que alguém ligava.

  -- Um segundo. - se afastou e pegou o aparelho de seu bolso, pude ver o nome "Kio" na tela e suspirei pesado. - Oi. - atendeu a chamada e em questão de segundos seu sorriso se desfez, sua expressão mudou para confusão e preocupação ao mesmo tempo.

  Ficou em silêncio por um momento e podia ouvir a voz de Kio, parecia desesperado e triste ao mesmo tempo, Vinnie tentava entender o que acontecia e eu tentava ouvir o que o moreno dizia do outro lado da linha.

  -- Fala com calma Kio, o que aconteceu? - Vinnie perguntou tentando acalmar o outro, desisti de tentar ouvir algo e me encostei no banco terminando meu refrigerante.

  Parecia ser algo sério e eu não queria bancar a chata que fica xeretando nos assuntos, os trovões apenas aumentavam e dava pra se ver que choveria bastante.

  -- Okay tô indo. - Vinnie terminou a chamada e o olhei. - Kio tá com uns problemas com os pais dele, vou ter que ir. - apertou os lábios e assenti rapidamente pois parecia algo realmente sério.

  -- Mas tá tudo bem? - perguntei em tom de preocupação e ele negou.

  -- Acho que não, Kio parecia realmente muito mal. - jogou o lixo em uma bolsa e deixou no banco de trás, deu ignição na chave e saiu com o carro dali. - Vou passar onde deixei meu carro ontem, aí eu pego ele e você volta pra casa. - falou prestando total atenção nas estradas molhadas.

  -- Quer que eu vá com você? - perguntei começando a ficar mais preocupada, Kio sempre fazia tudo sozinho e com certeza não era normal ele ligar a essa hora.

  -- Não precisa, você tem que voltar pra casa antes que seu pai chegue, sem contar que acho que eu vou demorar, então já fico por lá. - respondeu sem me encarar.

  -- Tudo bem então. - decidi não dizer mais nada, o resto do caminho foi em total silêncio, Vinnie se preocupava com seus amigos e sempre dava o seu melhor para ajudá-los.

  Tive que explicar exatamente onde seu carro estava estacionado pois ele não lembrava de quase nada do dia anterior, quando chegamos Vinnie olhou em volta e não demorou muito para encontrar seu veículo parado no mesmo lugar em que deixou.

  -- A gente se vê amanhã, eu te aviso se der algo errado. - tirou o cinto de segurança e segurou meu rosto deixando um beijo rápido e minha boca, em seguida beijou minha testa e saiu do carro, fiquei o observando entrar em seu carro e sair com ele dali.

  Suspirei e passei para o banco do motorista, não queria ficar sozinha naquela grande casa, pensava que voltaria com Vinnie e ficaria acordada a madrugada toda com ele, mas meus planos foram por água abaixo.

  Dirigia lentamente pelas ruas apenas aproveitando a rua vazia, fazia questão de não passar em nenhum lugar perigoso pois estava totalmente sozinha e mesmo que estivesse na parte "mais segura" da cidade, ainda era possível ouvir nos jornais o aumento de roubos que havia ali.

  Não demorou para chegar em casa e ver que o carro de meu pai ainda não estava ali, agradeci mentalmente e estacionei o carro de qualquer jeito na grande garagem, desci entrei rapidamente em casa com as sacolas cheias de lixo nas mãos, joguei na lixeira da cozinha e subi as escadas.

  Entrei em meu quarto e me joguei em minha cama me sentindo completamente sozinha, não demorou mais nem um minuto para começar a chover fortemente de novo.

  Não estava com sono então apenas coloquei uma série qualquer na tv e tentei pensar em todas as possibilidades do que havia acontecido para Vinnie sair tão apressado para a casa de Kio.

  
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  Postando outro cap como pedido de desculpas, votem bastante e tô querendo fazer maratona, mas não sei se vcs preferem que poste muita maratona ou se fica cansativo, se gostarem e quiserem posso ver se posto sábado ou domingo, vai de vocês :)
Ily💙