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Serpente Lobisomem - HP

Capitulo 15 : Serpentes rastejam pelo silencio.

Reza a lenda do povo mais antigo que pisou na terra, que as Serpentes vinham de ser o animal mais inteligente inventado. Com suas escamas   perfeitamente traçadas sobre seu corpo, em um tom tão quente de verde que havia sido a própria criação de sua cor. Suas presas eram divinas, onde o veneno escorria de seus dentes como mel aos que o caçavam. E o seu rastejo, que por milênios hipnotizou cada um dos homens mal feitores de Mayque ao se assemelhar com uma linda negra cigana com o balanço da morte, que com seus movimentos sedutores poderia abater até mesmo o homem mais fiel.

Alya sempre teve um enorme fascínio por serpentes, não qualquer cobra, tinha que ser Serpentes. Quando era apenas uma criança pequena se recordava vagamente de ficar a frente da floresta proibida junto de Cedrico, enquanto tentava atrair Serpentes para pinta-las. Quando cresceu um pouco e se tornou mais velha, começou a ler sobre as lendas das serpentes, e sobre o criador da casa dos ambiciosos que residia em sua escola. Infelizmente, aqueles momentos de alegria e curiosidade não duraram muito, Dumbledore havia descoberto as façanhas de Alya e a proibido de ler sobre Salazar, enfeitiçando muitos dos livros da biblioteca da escola para que se embaralhassem ao passar por sua mão. Era triste, mas mesmo assim não a impediu de continuar com seu amor pelo animal.

Esse fascínio pelas Serpentes foi dado de bom grado, assim que Alya acordou novamente na floresta obscura em que seus pesadelos eram passados. Os galhos secos das árvores bateram contra seu cabelo quando se levantou meio tonta. Alya já não havia mais seu uniforme, e sim um vestido negro com mangas cumpridas em arabescos rendados, descendo em uma saia longa até seu joelho descoberto. Seus cabelos negros involuntariamente estavam arrumados, presos em um rabo de cavalo com duas mechas soltas.

Se existisse uma princesa das trevas, se assemelharia a ela naquele momento.

As sombras salpicavam seus pés sujos enquanto pisados sobre a terra, se rastejando como serpentes. O único vestígio vivo naquele lugar sujo e totalmente sem vida. O ar negro que pairava sobre Alya se erguia triunfante a cada segundo, quando se insistia em chegar mais perto do fogo.

Em meio as árvores com seus cascos grossos havia uma fogueira, que queimava tão intensamente quanto da última vez. Seu fogo abarrotava o ar, o deixando quente e abafado como se estivessem presos em uma caixa.

-Sou Fognix, e será um prazer servir a você, minha senhora.

Os pelos de seu corpo se arrepiaram involuntariamente ao ouvir a voz feminina temorosa rugindo contra o ar. Seus pés seguiram até atrás de uma árvore, recebendo um arrepio gélido na nuca com um aviso silêncio de acordar daquele sonho tormentoso.

Alya respirou fundo algumas vezes, recuperando o ar que pareceu ter faltado em seus pulmões, e então se esgueirando lentamente ao lado da árvore, conseguindo tomar visão do que acontecia atrás dela.

Fognix, a mulher que fora criada através das chamas do fogo estava ali, ainda ajoelhada a frente da bruxa de cabelos trançados e sua família. Seu pássaro permanecia em suas costas. Uma Fênix com suas penas tão vermelhas que até mesmo pareciam fogo, com pequenas circunferências amarelas entre seu bico. Parecia ainda mais perfeita sendo vista de costas.

Fognix sorriu de lado , com seu rosto perfeitamente alinhado ao encarar uma árvore. Era a árvore mais grossa de toda a floresta, e mais antiga também. Seus galhos crescendo sobre os ares tão altamente que poderiam ser vistos das estrelas, e suas folhas tão cumpridas que serviriam de abanadores. Seus galhos começaram a se encrespar uns nos outros, se formatando lentamente em o que parecia a formação de uma nova árvore.

𝑺𝑬𝑹𝑷𝑬𝑵𝑻𝑬 𝑳𝑶𝑩𝑰𝑺𝑶𝑴𝑬𝑴- 𝑯𝒂𝒓𝒓𝒚 𝑷𝒐𝒕𝒕𝒆𝒓 1Onde histórias criam vida. Descubra agora