𝑺𝑬𝑹𝑷𝑬𝑵𝑻𝑬 𝑳𝑶𝑩𝑰𝑺𝑶𝑴𝑬𝑴- 𝑯𝒂𝒓𝒓𝒚 𝑷𝒐𝒕𝒕𝒆𝒓 1

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Serpente Lobisomem - HP

Capítulo 3 : 31/10/1981

31/10/1981

Tania Black

Finalmente depois de tanto tempo e insistência Tania havia conseguido convencer Severus de abrigar Alya na casa no qual permanecia a quase um ano escondida. As situações para a primogênita Black nunca se encontraram boas, mas pareciam ter ficado cada vez mais complicadas com o tempo e as decisões que ela reputava por impulso. Tudo vinha sendo de extrema complicação dês de deixar seu posto como comensal da morte no grupo de Lorde Voldemort. Cada passo que Tania dava e cada respiração soltada era minuciosamente acompanhada por ele, que não se opôs nem um segundo se quer em colocar uma boa parte de seus aliados das trevas atrás da mulher. Esses feitos perversos de seu antigo mestre a perturbavam constantemente, já que mesmo sendo quase impossível de se imaginar Tania agora era mãe, e não deixaria que qualquer que fosse o ser das trevas chegar perto de sua filha.

Em um dos dois quartos infantis da casa Tania se encontrava sentada em uma poltrona preta aveludada deslumbrando cada detalhe do rosto perfeito que sua filha mesmo tendo apenas um ano resguardava. O quarto de Alya não era um quarto de bebê como o que Tania via em revistas bruxas que ganhou durante os meses de gestação. Ela não daria a sua primeira e única filha um quarto rosa entupido de bichos de pelúcia e entulhado de bonecas.

O quarto da pequena Black se dizia o oposto de tudo isso. Ele era grande, sem janelas com uma única porta de madeira antiga e desgastada. As paredes se encontravam em um tom forte de cinza queimado tendo apenas uma central em um tom escaldante de roxo onde o berço negro residia. As paredes longas subiam perfeitamente até o teto preto, sem nenhuma cor, até as luzes se apagarem e sua escura tonalidade ser tomada por uma galáxia coberta das estrelas mais variadas que assoberbavam o céu.

Uma música quase silenciosa e extremamente calmante rodava ao redor do quarto se esvaindo do móbile prateado que sobrevoava a cabeça de Alya. Decorado cuidadosamente com as estrelas da constelação Serpente e pequenos lobos negros, um presente dado de seu tio e padrinho, Sirius e Remus.

A situação parecia calma demais, até mesmo Tania feliz como estava poderia sentir todos os pelos de seu corpo se arrepiarem algumas vezes ao se sentir estranhamente observada.

-BOOM!

Tania se desviou quase de imediato para a porta ao ouvir o estrondo temoroso atingindo o andar de baixo de sua casa. Ela se levantou no segundo seguinte recebendo friamente o arrepio em sua espinha ao sair do quarto. As escadas da casa pareciam ser mais longas do que nunca antes, tendo como fim apenas o infinito e o desespero atingindo cada célula da Black ao passar pelos corredores.

Seu peito prendeu uma arfada de ar ao descer o último degrau antigo de madeira dando de cara para a sala bagunçada. Seus moveis jogados, o sofá virado e Sirius seu irmão gêmeo tendo uma intensa batalha quase perdida para duas sombras saídas da escuridão. Dois comensais da morte de porte masculino usavam capas longas cobrindo-os dos pés à cabeça tampando seu torço por completo, tendo apenas visível uma parte de seu rosto, os olhos. A máscara prateada aterrorizante ocultava cada centímetro da face dos comensais deixando apenas seus olhos odiosos famintos por sangue visíveis.

-Sirius! - O grito estridente quase rouco deixou a garganta de Tania.

Sirius se virou exibindo sua feição desesperada e o suor que escorria de cada um dos fios de seu cabelo, tendo de ignorar a dor sentida em seu corpo e gritando o único pensamento que realmente conseguia ruminar naquele momento:

-Alya! - A voz quase sem vida do Black mais novo gritou.

O peito de Tania se afundou em uma forte onda de sentimentos que nem mesmo poderia imaginar serem sentidos. Ela estava preocupada, não só com Alya mas também com Sirius. Tinha medo, de perder seu irmão e não conseguir salvar sua filha. E principalmente o sentimento horrível de déjà vu ao ver novamente um de seus irmãos em perigo e não poder fazer absolutamente nada. O amplificador em seu braço impedia qualquer coisa.