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Serpente Lobisomem - HP

Capitulo 3:  Koshmar - O deus dos pesadelos e das sombras.


Nada.

Isso que se resumia o universo. Uma quantidade significativa de escuridão sem fim, apenas o universo vasto e desgasto de tantos anos de solidão, sem vida, sem cor, sem rumo.

Essa escuridão fora levada por anos, carregada de angustia e tristeza em um núcleo vazio de existência em meio ao infinito. Mesmo depois de milénios e milénios quando o mundo já havia perdido suas esperanças em que um dia algum ser vivo pudesse pisar naquele infinito, uma sombra nasceu.

Uma escura e nebulosa fonte de fumaça no meio do vazio.

Ela brilhava, brilhava como as estrelas inexistentes de uma constelação. Brilhava como os olhos brilhantes de um bebê que zilhões de anos não fosse ao menos constatada sua existência. Era definitivamente, a luz em meio a escuridão.

Essa luz resplandecente aguardou anos, muitos e muitos anos. Não era seu tempo, estava longe de ser o momento de sua criação, mas mesmo assim o universo a aguardou pacientemente como se dependesse daquilo. Esperando que essa minuciosa ponta celestial resplandecesse finalmente. A nuvem nebulosa precisou de infinitos anos para isso.

Quando preparada ela se expandiu exageradamente se dividindo em oito graciosos seres celestiais, criados através da primeira aparição viva no universo. Eles eram lindos, e únicos. Apenas oito seres contendo a beleza inexistente em todo o resto da humanidade não criada.

Eram os deuses. Os primeiros seres do universo.

O primeiro deles levou anos para se integrar por completo, se tranformando em um homem. Sua beleza era divina, a pele negra como as luzes da escuridão resplandecente e brilhante como ónix. Seus olhos em um tom esvoaçante de roxo, como as borras mais coloridas das constelações recém criadas no universo. Seus cabelos negros caiam perfeitamente em tranças pontilhadas em dourado assim como sua roupa, uma túnica dourada com correstes envolvendo todo seu corpo musculoso.

Ele fora a primeira divindade a ser cultuada pelos outros seres que já residiam vagando por um pequeno reino, nomeado através do universo como Mayque.

As famílias do reino eram mortalmente comuns, humanos. Sem poderes ou qualquer elegância mágica percorrendo em suas veias, eram apenas... Sem graça.

A chegada de Koshmar foi o raio de sol mais quente em um dia chuvoso e tempestuoso, o que fez com que em um lugar sem vida e nada tão quente além do calor humano resplandecesse de dentro das sombras de forma grandiosa e poderosa, resguardando todas as coisas mais obscuras da cidade em torno de sí com sua chegada.

Ele era a esperança, mesmo que não se sentisse tão importante como tal.

Tratado com um deus em todos os anos mais alegres. Por milénios acompanhou mortais vivendo crescendo e morrendo sem a menor graça. A vida parecia confusa, Koshmar mesmo sendo o ser mais respeitado de toda a existência milenar se sentia apenas vazio, no aguarde de que as outras sete sombras resplandecentes se ligassem e o acompanhem em sua jornada milenar e sem sentido.

Então frustrado com suas decepções, e as vozes que percorreram seus pensamentos murmurando coisas terríveis, Koshmar se cansou. Sendo o deus dos pesadelos e da escuridão ele colocou o terror na cidade. A cidade que costumava ser alegre e cheia de esperança se transformara em um caos. As ruas se encontravam vazias sem ao menos um resquício de humanidade.

E durante a noite o silêncio diurno era substituído pelos gritos desesperados das crianças ao serem visitadas por algo pior que a morte. Seus pesadelos.

As sombras já não residiam mais as costas das pessoas, e sim as costas de seu rei obscuro que persistia insistindo em permanecer na escuridão, para não aceitar a verdade que mesmo sem perdição apinhava seu coração.

Foram anos e anos, milênios inteiros e terríveis para os moradores de Mayque.  Não que os moradores o culpassem por ser alguém terrível. Vivia solitário, foi criado pelo nada para ser adorado sem ao menos dizer o que pensava e o que fazia. Vivia se escondendo nas sombras sem o mínimo de pena e amor para que o recuperasse de sua escuridão. Ele precisava entender o que estava acontecendo.

Não demorou mais que 19150 anos para que Koshmar entendesse seu problema, o que o fazia se sentir confuso e vazio. Ele não se sentia aceito. Não pelas pessoas que o amavam e cultuavam, mas sim por si mesmo.

O grande e impetuoso deus da sombra e da escuridão. O grande deus dos pesadelos e dos sonhos, dos bichos papões que ficavam abaixo da cama das crianças antes de seu sono, havia entendido o que havia de errado dentro de sí.

Era sim uma divindade linda, em um corpo errado.

Koshmar consultou o universo, as estrelas norte e leste que o ajudariam a completar sua jornada finalmente se aceitando como o que realmente era. Uma linda mulher.

Seus desejos foram concedidos quase imediatamente, assim como uma das sombras que finalmente havia se integrado completamente, nascendo naquele dia.

Outra divindade pronta para se transformar e a fazer companhia.

Koshmari - A Deusa dos pesadelos e das sombras.

E

Z....

Continua...

🌌Notas🌌

Não, não postei o cap na história errada. Os deuses do "nada" fazem parte dessa história, e aos poucos suas histórias serão contadas.

Koshmari é uma deusa de criação própria, assim como os outros. Ela além de ser deusa dos pesadelos e da escuridão também é a deusa dos sonhos, manipulação e das sombras.

Enfim, próximo cap já teremos Alya e sua própria história.

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𝑺𝑬𝑹𝑷𝑬𝑵𝑻𝑬 𝑳𝑶𝑩𝑰𝑺𝑶𝑴𝑬𝑴- 𝑯𝒂𝒓𝒓𝒚 𝑷𝒐𝒕𝒕𝒆𝒓 1Onde histórias criam vida. Descubra agora