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Serpente Lobisomem - HP

Capítulo 22: Luzha - O Deus da mentira e da enganação.

O ar gélido transpassou pelas alamedas despovoadas de Mayque. Os ventos levaram as folhas sutilmente entre as sombras límpidas quase invisíveis. Uma melopeia hipnotizante esvoaçou pelas ruas obscuras da cidade vazia. Um cachorro com pelos mesclados deitado sobre o subúrbio límpido com as patas dentro da água ergueu sua cabeça sonolenta. Seus olhos caídos em olheiras vermelhas avistou do fim da rua onde os postes de luz piscavam sutilmente, uma bola vermelha rolando em esquina da direção.

A pequena circunstância colorida girou e girou pelas pedrinhas do asfalto. Ela parou no meio fio da rua, onde um único poste de luz com algumas moscas dançantes iluminava o centro. O cachorro aprontou suas patas sobre o chão gélido pisando em direção do brinquedo solitário. Sua língua pendendo fora dos dentes desgastos quando suas patas batucavam entre as pedras.

Ele apressou seu pescoço pendendo para baixo, mas parou assim que suas narinas avermelhadas foram preenchidas por uma névoa esverdeada brilhosa que viera adejando em sua esquerda. Sua cabeça se virou para a névoa que cintilava no chão, iluminando o fim da esquina onde uma sombra colorida adentrava na rua.

Um palhaço. Com uma peruca colorida em dois pompons alaranjados no lugar que estavam seus cabelos. Sua pele era totalmente branca em uma maquiagem chorosa e dramática com imensos lábios vermelhos deprimentes. Ele usava apenas um shorts verde com dois suspensórios pendendo em seu peito. Seus sapatos eram gigantes, como se dois pés coubessem dentro dele.

O palhaço saltitou pelas pedras acinzentadas que desmanchavam o asfalto. Algo diferente dos outros palhaços comuns resguardava seu rosto: Ele tinha apenas um olho. Um grande olho vermelho no canto do rosto, sem pupila, sem branco, sem humanidade. E seus lábios vermelhos tristonhos, que com uma fita fina como a linha de um pescador costurava sua boca.

O cachorro chorou correndo de volta ao aguaçal e se deitando no chão dentre as gotas transparentes. Ele apoiou suas duas patas sobre a cabeça escondendo seu rosto dos acontecimentos seguintes.

O palhaço parou no meio da rua onde a bolinha vermelha o esperava ansiosamente. Ele agachou a pegando com seus dedos manchados de vermelho, no qual não houvera nenhuma certeza de que a coloração fosse tinta. Ele aproximou a bola de seu rosto colocando no buraco vazio onde um de seus olhos faltava.

A neblina esverdeada voou contra seu corpo. Seus braços magros se abriram adquirindo cada uma das células pontilhadas que subiam nos ares. Ele se tornou um casulo verde que explodiu pela melodia sombria de circo que irradiava como um som tóxico aos ouvintes.

De entre as sombras verdes um homem esbelto ressurgiu em troca do palhaço. Sua pele era prateada como prata puro, cravejada de pequenas pontas de chumbo. Seus olhos se mantinham em vermelho puro com chamas brilhantes semelhantes a fogo. Suas vestes se transformaram em um terno meio termo, com um braço em verde azulado e o outro em roxo vibrante. Um chapéu tampava a metade a cima de seus olhos, verde com largas bordas decorado com fitas negras de cetim.

Uma bengala prendia me sua mão esquerda, que era coberta por uma luva de couro. O artefato celestial continha uma caveira de olhos verdes e duas cobras pretas dançando até o fim perto do chão.

Ele estalou seu pescoço de lado, e batendo sua bengala no chão desapareceu pelas sombras verdes. O cachorro retirou as patas de seu rosto tremulo pronto para avistar a bola vermelha no chão da rua, mas a claridade adentrou sua pupila assim que o palácio dos soberanos fora mostrado.

-Esperava sua chegada, irmão.- Os sonhos flora a pele do homem ao ouvir a voz.

-Demorei o suficiente.- Respondeu roucamente em seus pensamentos.

Koshimarrie soltou um sorriso com a voz do senhor. Ela se levantou de seu trono pisando pelas fendas de seu vestido a escada do sofrimento inoportuno. Se aproximou do senhor.

-Bem vindo ao reino de Mayque, onde os Deuses soberanos reinam em dispor e os súditos ajoelham ao nosso favor. Sou Koshmarrie, a deusa dos pesadelos e dos sonhos, das sombras e das estrelas criadas pelo suspiro.

Ele a analiso dos pés a cabeça, seu rosto duro a cada palavra vinda da mulher.

-Diga-me algo, esperei mais do que os céus sabem para ouvir a voz de um igual. - Pediu a deusa em suplica.

O Deus deixou um ar esverdeado transpassar pelos lábios. Ele adentrou novamente na cebeça da Deusa -Me chamo Luzha, sou o deus da enganação, da mentira e do desespero.

Seus dentes perfeitamente alinhados fora mostrados. Koshmarrie sorriu brilhantemente ao seu novo irmão nascido pelas estrelas. Agora os restavam seis seres celestiais, que bradavam flutuando sobre seus tronos em volta do castelo.

O cachorro latiu ao ser arrastado pela névoa verde até o centro do palácio. Ele balançava suas patinhas sobre o ar enquanto em forma falha tentava morder os círculos cintilantes. Ele fora despejado no chão furioso, balançando a cabeça quase em um espirro nervoso.

Os olhos de Koshmarrie brilharam em dourado ao analisar o animalzinho. Seus paços foram cautelosos sobre o mármore negro ao chagar alguns centímetros de distancia. Ela colocou as mãos sobre o vestido admirada ao abaixar o mais próximo que conseguiu na altura do pequeno ser.

-Nunca viu um cachorro antes?- A voz sombria de Luzha roeu sobre sua mente sem emoção.

-Não, não tenho o costume de sair do castelo.- A deusa respondeu. -Ele é tão adorável. - Seus dedos esticaram sutilmente na cabeça do animal.

-Por que não sai? É uma deusa.-

Koshmarrie deu de ombros, passando suas mãos sobre a barriga do cachorro quando o mesmo se deitará animado ao ouvir os sons que sua pulseira de ouro celestial fazia.

-Tenho medo dos humanos, são cruéis. - Suas palavras pareciam ter tantos significados, tantos momentos passados e obscenos de quando esteve em seu momento sombrio.

Luzha conteve suas palavras em sua mente conturbada estremecida pelas garras que arranhavam seu cérebro e as vozes que gritavam em seu pudor. Ele dispôs de poucos minutos de vida até os acontecimentos presentes, mas sua mente ultrapassada possuiu a divina certeza de que:

Seria o pior pesadelo dos humanos viventes em Mayque, mas não encostaria suas garras cobertas pelas luvas de couro em um único fio do cabelo trançado de Marrie.

Koshmarrie: Deusa dos pesadelos e das estrelas, dos sonhos e das sombras.

Luzha: Deus da ilusão e da mentira. Da enganação e do desespero.

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