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Espero que esse capítulo compense as lágrimas do anterior





Gaara não quis ficar no hospital, estava bem o bastante para voltar para sua casa, apesar do seu corpo ainda parecer pesado. Desde que voltou a aldeia, foi cercado pelo conselho e pelos shinobis, sua irmã estava empenhada em ser sua guarda costas e não deixar ninguém se aproximar demais, e ele estava cansado daquela atenção excessiva.

Por isso decidiu voltar para sua casa, pelo menos ali ele teria privacidade. Depois de um banho mais demorado que o normal, ele se deitou na sua cama, a cabeça girando ao redor de todas as emoções e coisas que aconteceram. Eram coisas demais, ainda era difícil aceitar a atenção dos shinobis da sua vila, ele quis aquilo nos últimos três anos, e agora que tinha conseguido, era difícil organizar a alegria e a satisfação que estava sentindo.

Pensando em todas aquelas coisas, Gaara não conseguia dormir. Ele odiou ser um jinchuuriki por tanto tempo, e agora sem a bijuu, ele sentiu um pouco de medo do desconhecido. Ele fechou os olhos e tentou controlar sua respiração, falhando miseravelmente.

Quantas vezes ele desejou simplesmente fechar os olhos e dormir uma noite inteira? Agora que ele teve essa chance, não estava conseguindo. Era frustrante.

Ele se virou na cama, de bruços e abraçou o travesseiro, talvez assim conseguisse descansar um pouco. Sua ansiedade diminuiu um décimo, e no mesmo instante ele sentiu uma presença na sua janela.

Gaara gostava de dormir sentindo o vento gelado, por isso tinha o costume de dormir sem camisa, e por isso também sua janela sempre ficava aberta. Ele nunca imaginou que esse hábito facilitaria a entrada de Naruto no seu quarto. Como seu rosto ainda estava virado para o lado oposto, o loiro não notou que ele estava acordado, e Gaara esperou.

Naruto caminhou hesitante até sua cama, e recuou alguns passos, para em seguida se aproximar outra vez. Desta vez, Gaara sentiu o loiro tocar por um breve momento na sua mão como se quisesse checar o seu pulso. Foi imediato, mal as mãos dele tocaram sua pele e uma energia, uma certa agitação tomou conta do ruivo.

Ele manteve os olhos fechados, até ouvir Naruto voltar para a janela. Ele fez menção de sair, mas Gaara não queria ficar sozinho com aquela confusão. Ele se sentou na cama e o chamou de volta. Naruto se virou devagar, a mão esquerda coçando a nuca e um risinho nervoso.

-Não queria te acordar, me desculpe.

-Tudo bem. Você precisa de alguma coisa?

-Na verdade não, eu só... queria ter certeza que você está bem.

Gaara sorriu discretamente como sempre fazia, chamando o loiro para se sentar ao seu lado. Imersos em seus pensamentos, eles permaneceram olhando para a janela, para a noite calma lá fora. Naruto parecia inquieto, mordendo o lábio inferior a ponto de deixar marcas nele.

-Tem alguma coisa te incomodando, Naruto? Sua boca está quase sangrando.

O loiro deixou de morder o lábio, mas seus olhos permaneceram fixos na janela. Por causa da iluminação fraca do seu quarto, o azul dos seus olhos pareciam mais profundos e misteriosos, os fios loiros não pareciam mais ter o brilho dourado do Sol, mas algo como o brilho do cobre. Gaara constatou que, independente das cores, Naruto sempre estaria bonito. Ele soltou o ar dos pulmões, como se estivesse cansado.

-Eu ainda estou assustado, só isso. Tudo o que aconteceu, a akatsuki, tirarem sua bijuu... é muita coisa.

-Não precisa ficar com medo. Você é forte Naruto, Konoha também é. Acho improvável que vocês sofram um ataque como aqui.

A Liberdade é azulOnde histórias criam vida. Descubra agora