Capítulo Onze

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Os sete dias seguintes a morte do pai, foram cheios de momentos em que Mariane acreditou não ser capaz de suportar a dor e a tristeza que se instalam em seu coração. Mas para a surpresa dela, Santiago estava lá em todas as vezes, tinha deixado de ir trabalhar para ficar ao seu lado, e não havia ninguém que conseguisse fazê-lo arrastar os pés do lado dela. Ele a cuidou com carinho, fez comida para ela, do jeito dela, mas fez, dormiu abraçado a ela, e nas tardes, momentos mais tristes, os dois liam um livro, cada um, o que gostavam. Mariane preferia um romance açucarado, enquanto Santiago lia um sobre economia. Mas liam, e ela envolvida pelo braço dele, que acariciava sua perna ternamente.
— O quer comer para o jantar? Posso pedir... — sugeriu ele.
— Eu cozinho. — animou-se ela. — Estou com vontade de comer arroz com legumes e carne.
— E você será capaz de fazer isso? — ele duvidou.
— É claro que sim,  homem de pouca fé. — brincou Mariane.
Os dois foram para a cozinha, e ele se sentou numa baqueta enquanto ela começava a preparar a comida. Santiago podia se acostumar com aquela cena tão comum e aconchegante.
Ela parecia até mesmo linda ali daquele jeito, de avental rosa, cabelos presos, os óculos grossos dando-lhe um ar de intelectual que ela não tinha. Sorriu, era algo que ele poderia querer ver para o resto da vida.
Àquela altura, ele considerava Mariane sua amiga, uma companheira, apesar de não conseguir levar adiante seu plano de ter relações com ela. Ele simplesmente não podia, não conseguia, e isso era algo que o entristecia, porque ele queria dar certo com ela.
— O que acha? — ela disse pouco mais tarde, mostrando os dois pratos montados. Arroz, legumes e um bife.
— Está perfeito. — elogiou ele, pegando seu prato e indo até a mesa.
Ela o seguiu, e sentaram-se frente a frente.
— Está uma delicia. — ele disse depois de comer, já levada outra garfada a boca.
Ela sorriu. Se pudesse ao menos agradar um pouco Santiago já era suficiente. E ela estava se sentindo um pouco menos triste ao compartilhar e fazer a comida para ele. Era algo que ela gostava, que a deixava alegre. Então por que não fazer?
Comeram devagar, sem falar, e quando terminaram ela levou os pratos para a pia.
— Eu lavo. Posso ajudar. — ele se propôs, arregaçando as mangas.
Ela deixou. Ele se colocou em frente a pia e começou a lavar os pratos e talheres e copos, enquanto assoviava uma música que ela não conhecia.
— O que quer fazer depois? — perguntou ele.
— Nada. Estou querendo apenas sentar naquele confortável sofá e assistir um pouco de TV. Pode ser?
— É claro. — concordou ele, secando a pia depois de terminar.
— É bom saber que tenho um marido prestativo. — Mariane falou brincando.
Algo cresceu dentro dele.
— Não só prestativo nisso. — circulou o copo dela com suas mãos e a encostou na pia. E de repente, ao olhar para ela, sentiu o corpo formigar. — Estou aqui para você, cariño.
Ela tentou falar algo, mas foi calada. Por um beijo.
Por Deus, ele estava a beijando! Mesmo naquela aparência!
E nem ele acreditava nisso, quando ali, de olhos fechados, lábios colados aos dela, sentiu um calor recorrer seu corpo, e identificou como desejo.
O que estava acontecendo? Estava desejando Mariane daquele jeito?
Curioso, ele passou os braços em volta da cintura dela e investiu mais no beijo. Introduziu a língua entre os lábios dela, que correspondeu timidamente, aumentando ainda mais o desejo dele. Meu Deus, o que quera aquilo?
— Vamos para nosso quarto? — ele falou baixinho, esperando que não fosse muito cedo para aquele pedido.
Se as coisas estavam dando certo, então ele iria continuar, queria ver até onde podia chegar. Será que conseguiria transar com ela? Descobriria em breve.
De mãos dadas, ele a levou até o quarto, e fechou a porta atrás de si. Ela ficou parada em frente a cama, olhando para ela como se tivesse espinhos ali. Apesar de dormir todas as noites naquela cama, com especificamente o marido a abraçando.
Ele foi até a mesinha ao lado da cama e pegou um preservativo, mais um dos quantos que já estavam ali antes de ela chegar. Nem queria pensar naquilo, era muito para sua cabeça.
Santiago chegou por trás dela, envolvendo-a pela cintura outra vez, e beijando a nuca dela, fazendo-a arrepiar-se.
— Quero fazer amor com você. — ele sussurrou no ouvido dela.
Ela se virou para ele, espalmando as mãos no peito firme.
—Você sabe que minha aparência... Não há como. — detalhou ela, angustiada.
— Isto é real, Mariane. Confie em mim. Deixe que eu faça isso.
E ela tinha opções quando também desejava o mesmo?
— Que seja, Santiago. Eu confio em você.
Um sorriso brilhou nos lábios dele.
Era isso que ele queria ouvir.
— Então vamos tirar essa camiseta, essa calça e o resto deixa comigo.
Ela obedeceu. Tirou a camiseta e jogou no chão, a calça larga também. Ficara apenas de calcinha e sutiã pretos, novos. Nunca podia se saber quando estar preparada para uma noite de amor com Santiago. A sorte que agora mantinha sua depilação em dia, recordou.
Ele ficou de frente para ela e começou a se despir, tirando a camisa com pressa, e a calça rapidamente. Ficou só de boxer e a afastou para revelar o pênis ereto, que começou a estimular devagar.
— Tire a lingerie, Mariane. — ordenou ele, apenas observando.
Ela abriu o fecho do sutiã e o tirou pelos braços, mostrando os seios grande e de mamilo já túrgidos, os quais o CEO salivava de desejo de tê-los  em sua boca. Em seguida ela enganchou os dedos nas laterais da calcinha e a puxou para baixo, dando a ele um vislumbre de uma virilha depilada, lisinha, e pronta para se adorada para ele.
Santiago tirou a cueca e se deitou na cama.
— Suba em cima de mim, e sente no meu rosto. Vamos dar prazer um ao outro ao mesmo tempo.
No começo ela não tinha entendido,  só que o fez mesmo assim, mas quando ele a posicionou sobre sua boca, e começou a lhe chupar, e ela se deitou, ficando com o pau dele próximo de seu rosto, foi ai que compreendeu tudo.
Segurou o membro pela base, e passou a língua pela ponta, o gosto salgado em sua língua não foi um assombro como pensava, e logo introduziu todo o pau em sua boca, chupando de uma forma tão natural, como se já tivesse feito aquilo  muitas vezes. E enquanto se dedicava a ele, não pode não rebolar sobre a boca dele, ao sentir a língua tocando seu clitóris, se ele continuasse assim, ela atingiria o orgasmo rapidamente. Mas se fosse assim, queria levá-lo junto. Caprichou em seu trabalho de chupar e passar a língua pela glande, e quando ele aumentou o estimulo em sua vagina, agora introduzindo um dedo dentro dela, Mariane levou-o fundo em sua garganta, e viu, como quem vê uma assombração, ele gozando em sua frente. Era melhor que um show pirotécnico!
Nem teve tempo de pensar muito, porque ele a fez atingir um orgasmo intenso, gozando ao redor do dedo dele e de sua boca.
Ele a empurrou para o lado, para que ela se deitasse na cama.
— E aí? Foi bom?
Bom? Foi sensacional!
— Não tenho condições físicas e emocionais de responder. — ela disse rindo.
Ele inverteu sua posição na cama para ficar cara a cara com ela.
— Me diga, Mariane. Você já teve orgasmos antes de mim? — ele quis saber.
O rosto dela ficou ainda mais vermelho com a pergunta.
— Quando eu me tocava...
— Ah sim, eu suspeitei. — riu Santiago.
Isso a fez ficar com vergonha, mais ainda.
— Se você pode perguntar, eu também posso, né?
— É claro que pode. — concordou ele.
Ela lambeu os lábios.
— Você teve muitas outras antes  de mim? — perguntou ela, desviando o olhar para a cama.
— Muitas, tantas que não consigo lembrar de seus rostos. E não estou me gabando, meu bem. Isso me causa vergonha. — ele envolveu o rosto dela com a mão e sorriu. — Mas o seu é impossível esquecer.
— Porque sou feia. — ela revirou os olhos, saindo da cama.
— Mariane...
Ela vestiu a camiseta que estava no chão e cobria-a um pouco.
— Vai me dizer que não sou feia? Você só conseguiu fazer sexo comigo agora porque não estava olhando para meu rosto. Acha que eu não sei? — disse magoada.
Ele ficou de pé.
— Você entendeu errado, não era isso...
— Tenho uma ideia, da próxima vez podemos por um saco na minha cabeça, e aí você vai  poder transar comigo sem problemas. — sugeriu ela, vestindo a calça.
— Aonde você vai?
— Dormir no quarto de visitas. Amanhã tenho um dia cheio. É a abertura do testamento, e Elton vem trazer Frida. Boa noite, Santiago. — e saiu andando rapidamente, deixando-o sozinho.
E ele, ficou desiludido. Ele sim tinha pensado que um 69 seria para o prazer de ambos, e nem tinha lembrado direito sobre a aparência dela, mas agora fazia todo sentido ela pensar isso.
Mas naqueles dias que tinham passado juntos, ele cuidando dela, algo tinha despertado no coração dele, e o homem não conseguia parar de pensar nisso, no quanto mais queria estar ao lado dela, e o quanto sua presença era importante para ele. Algo tinha mudado naqueles dias, bem no coração dele. Não sabia ainda o que era, mas era grande, forte, e quase o fazia perder o ar. Nunca sentira isso antes.
Como esquecer a tarde naquela semana em que tinham visto um filme, ele sentado, ela com a cabeça sobre as pernas dele, enquanto ele acariciava seu cabelo. Santiago, que deveria cumprir seus compromissos na empresas naqueles dias, decidira tirar o tempo que fosse necessário para ficar com ela, com pena de que ela ficasse sozinha naquele grande apartamento. Não atendera nenhuma ligação, nenhuma mensagem de sua secretaria e nem cedera aos desejos de trabalhar no escritório que tinha em casa. Dedicou-se totalmente a ela, secando as lágrimas quando as crises de choro voltavam, amargas pela perda do pai. Pedia comida especial e gostosa para que ela se alimentasse, e teve um dia em especial, que dera banho nela, lavando seu cabelo com shampoo de lavanda e ensaboando seu corpo com o sabonete liquido caro dele. Assim ele conheceu cada pedacinho do corpo dela, que já não lhe causava mais repulsa, muito pelo contrario, era como um lugar que ele conhecia bem, e que era agradável. Mariane reclamava dizendo que não gostava que tivesse que o marido lhe dar banho, mas a tristeza que se abatera sobre ela tinha sido tão forte, que ela não tinha forças nem para comer direito, sempre com os olhos marejados. Há dois dias Sara veio visitá-la e avisar sobre a abertura de testamento. Santiago tivera uma impressão muito superficial da viúva, considerara ela de imediato uma jovem interesseira que estava com o homem mais velho para lhe extrair o que possuía. Mas agora ele via que estava enganado, a jovem realmente gostava de Marcus e parecia estar sofrendo muito, na mesma proporção de sua esposa.
Mariane, quando chegou ao quarto de hospedes, jogou-se na cama e caiu em um choro compulsivo. Por que as coisas tinham que ser tão tortas, erradas? Já não bastara perder seu pai, tinha que cair na armadilha de Santiago para conseguir sexo com ela? É claro, ele estava apavorado, querendo garantir-se ao lado dela, porque os dois sabiam que podia haver o divórcio agora que o pai dela morrera. E Deus sabia, como ela vinha achando que sim, divorciar-se era a melhor solução para aquele desencontro da vida. Porque não tinha outra maneira de nomear aquele casamento a não ser esse.
Limpou as lágrimas.
Estava certo. Depois da abertura do testamento amanhã, ela entraria com o pedido de divorcio urgente, e bastaria esperar, não demoraria muito para que ela estivesse livre de Santiago.
E finalmente tudo aquilo não passaria de um pesadelo.

O CEO que amei COMPLETO ATÉ DIA 10/04Onde histórias criam vida. Descubra agora