Capítulo Vinte

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Mariane não apareceu para trabalhar nos dois dias seguintes, o que deixou o marido muito preocupado. Ele tentou ligar para ela, mas aparentemente a mulher não tinha mais o mesmo número. Óbvio que ela iria trocar. Então, ele fez a única coisa que achou que fosse funcionar. Ligou para Sara, que atendeu com a voz manhosa, era pela noite e ela já devia estar dormindo.

— Santiago?

— Sou eu, Sara. Você pode me dar o endereço de Mariane?

Ela hesitou.

— Eu não deveria... — suspirou. — Mas eu vou dar porque quero que voltem a ficar juntos. Ela está gripada, então acho que você deveria cuidar dela.

Ele comemorou.

Anotou o endereço e desligou agradecendo muito Sara, que apenas ria. Ela era uma mulher estranha, não entendia como tinha atraído a atenção de Marcus, talvez fosse a beleza, não sabia.

O importante é que sabia agora onde Mariane morava, e que ela estava doente. Passaria no supermercado e levaria algumas coisas para a esposa. Cuidaria dela esta noite. Trocou de roupa e se despediu do cão, colocando um pouco de ração para ele. Desceu até a rua sorrindo feito um bobo, porque estava indo até ela, e isso o deixava de ótimo humor.

Dirigiu até o bairro que a esposa morava, depois de passar rapidamente no supermercado mais próximo, e não se admirou de ver que ela tinha escolhido um lugar mais afastado e mais simples, era fato de que queria ficar longe dele. Mas ele não permitiria, queria ficar próximo dela, e esperava ao menos que ela deixasse-o entrar.

Tocou a campainha quando estava em frente a porta e esperou.

Mariane guinchou. Quem era aquela hora? Levantou da cama e assoou o nariz enquanto se arrastava até a porta, e a abriu, assustando-se com que encontrou do outro lado. Era Santiago, sorrindo, segurando algumas sacolas. Como ele descobrira o lugar que ela morava? Revirou os olhos, só podia ser Sara.

— O que faz aqui?

— Vim cuidar de você. — explicou ele, erguendo as sacolas.

A jovem ameaçou fechar a porta, o que o fez se colocar entre ela e o batente, desesperado. Ela não podia fechar a porta na cara dele.

— Vá embora. — espirrou. — Não preciso de você.

— Precisa sim. Deixe-me entrar, sim? Vai se sentir melhor. — implorou ele.

Ah, já estava tudo uma grande confusão mesmo! Que entrasse.

— Não faça barulho, meus vizinhos são idosos. — alertou ela.

Não é como se fôssemos transar loucamente, pensou ele. Apesar de que a ideia parecia boa.

— Tudo bem. — concordou Santiago entrando.

Deu uma boa olhada no apartamento e não era tão ruim quanto tinha imaginado, a sala e a cozinha eram juntas, mas estava tudo organizado. A gata estava deitada no sofá e o encarou, ele podia jurar, com um olhar maligno. Ela não gostava dele, ele sabia. Era palpável no ar o lado assassino dela, que gritava "vou pular no seu pescoço e te matar".

— Desculpe eu deveria ter avisado que estava doente. Mas não tive forças nem de encontrar meu celular. — explicou ela, sentando no sofá.

Ela usava um roupa rosa com gatinhos desenhados e o cabelo preso em um coque, mas o que mais deixou Santiago feliz foi ver as pintinhas no rosto dela, que agora andavam sempre cobertas de maquiagem. Ele a gostava ao natural. E havia mais, ela estava óculos, sem as lentes que deveriam incomodar mais do que o que era plausível em nome da beleza. Aquela ali era sua Mariane.

O CEO que amei COMPLETO ATÉ DIA 10/04Onde histórias criam vida. Descubra agora