Capítulo Dezenove

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Já estavam trabalhando juntos há uma semana, e Mariane estava vivendo em seu limite, não sabia mais se conseguiria ir até o final com aquele plano. A mais afetada até aquele momento era ela, e não ele, como planejara.

Naquele dia, ela chegou mais cedo que ele, e se sentou em sua cadeira, atrás da pequena mesa, e pegou o celular, indo diretamente para aquela foto, a mesma que a atormentava em todos aqueles meses, e que não conseguia apagar. Era uma lembrança triste, e lhe causava danos no coração. Mas mesmo assim ela a mantinha, como um doloroso lembrete de quem era Santiago, e para principalmente, não cair mais em seu ardiloso jogo.

Quando ele entrou no escritório, ela guardou o celular e ajeitou a postura, esperando pelo que o homem diria.

— Bom dia. — ele cumprimentou.

— Bom dia. O que farei hoje? — antecipou-se ela, ansiosa para trabalhar.

Santiago se sentou e colocou sua pasta sobre a mesa, e mal a olhou.

— Vai revisar o contrato de abertura de uma filial no Texas. Preste muita atenção, e veja se há qualquer erro. — alertou ele, entregando os papéis a ela.

— Farei tudo certo. — garantiu Mariane.

Ele sabia que sim, só entregara aquele contrato tão minucioso a ela porque sabia que sua adorável esposa era competente, e encontraria com muita precisão o erro que ele propositalmente colocara no texto. Ela tinha conhecimento e atenção suficientes para perceber.

Enquanto ela lia, ele ligou seu computador e checou os emails, mas era até mesmo difícil se concentrar em um simples email comercial quando tinha ela ali do lado, movendo-se lentamente, exalando um perfume doce e tentador. Santiago respirou fundo e tentou se concentrar no que estava fazendo.

Por volta do meio dia, ele anunciou que sairia para almoçar, e sequer a convidou como fizera todos aqueles outros dias. Ela decidira ficar ali, porque sabia que tinha algo errado naquele documento, não sabia o que era, mas seu instinto lhe dizia que precisava ler mais a fundo, se concentrar mais, procurar com mais afinco. Mariane passou a hora seguinte concentrada em achar o tal erro, e quando Santiago retornou ao escritório, ela se levantou e ergueu a mão, animada.

— Há um erro aqui, no capital da Fard. Está errado. — ela disse balançando o papel.

O sorriso no rosto do marido foi resplandecente. E ele quase disse em voz alta: Essa é minha garota! Mas contentou-se em ir até ela e tomar o contrato de suas mãos.

— Fez um bom trabalho, Mariane. — deixou o papel sobre a mesa, e a encarou. — Tenho um trabalho difícil para hoje, e vou precisar de você no meu apartamento.

O rosto dela esquentou.

— Eu não posso. Não posso ir até seu apartamento. — negou veemente.

Ele cruzou os braços em frente a ela.

— Isso são apenas negócios, nada demais. Sua função é me ajudar quando eu preciso. — tentou ele.

Ela tinha escolha? Não. Ela queria ir? Sim!

— Eu irei com você. — concordou ela, voltando a se sentar.

— Ótimo. Vou enviar um email para seu notebook com o assunto que trataremos. — Santiago falou sentando-se e mexendo no computador.

A essa altura, ela tinha o coração na garganta, o que já era um sinal de que boas coisas não aconteceriam naquela noite, pois se estava assim antes de ir, mal podia imaginar depois. Mas ela encararia, estava decidida. Era um teste para decidir se ainda amava Santiago e se podia resistir a ele, e naquele momento, ela pediu aos céus para que a resposta fosse sim.

O CEO que amei COMPLETO ATÉ DIA 10/04Onde histórias criam vida. Descubra agora