Capítulo Vinte e Três

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Ela acordou primeiro, e se desvencilhou dele devagar, para não acordá-lo. Depois de passar no banheiro, ela voltou para a cozinha, onde, com muito cuidado e maestria começou a cortar algumas frutas, ele precisaria de algo leve para esta manhã, depois de uma bebedeira daquelas. Tinha suco de laranja na geladeira também, e serviu em um copo. Aproveitou que tudo estava pronto e colocou a ração de Frida, que se acarinhou em seus pés. Ela brincou um pouco com a gata e depois voltar a prestar atenção em Santiago que estava acordando, gemendo alto.

Ele se colocou de pé um pouco sem equilíbrio e respirou fundo, porque a dor em sua cabeça era latejante, e ele precisava recobrar a memória, mas não pareceu funcionar, porque tudo estava confuso.

— Santiago? — chamou Mariane da cozinha.

Ele foi até lá e a encontrou toda arrumada e sorrindo. Nem parecia a mulher brava da noite anterior.

— Bom dia. — ele disse sem jeito, coçando a cabeça.

— Bom dia. Aqui, seu café da manhã. — ela apontou para um prato com frutas picadas e suco de fruta.

Ele se sentou na cadeira e com o garfo começou a comer devagar, sem conseguir desviar o olhar dela, cuidando de fritar dois ovos para ela, e lhe pareceu uma cena tão comum, uma cena que deveria ser assim todos os dias que lhe apertou o coração. Tudo parecia errado, sem rumo, e agora seria o fim, ela decidiria acreditar nele, ou ele também não esperaria mais por ela.

— Como se sente? — perguntou ela, virando-se para ele.

— Com muita dor de cabeça e confuso.

Mariane se apoiou na bancada e colocou a mão na cintura, relaxada.

— Bem, você bebeu demais, apanhou de Thomáz meu ex namorado gay e apareceu aqui em casa chorando. — revelou ela.

— E dei cem dólares ao taxista. — lembrou-se ele.

Ele quis se esconder atrás da bancada, de tamanha vergonha que sentiu. Mas tentou manter a pose de homem viril e apenas bebeu um gole de suco e fingiu-se de desinteressado.

A jovem procurou nos armários por algo e encontrou uma cartela de comprimidos de ibuprofeno e deu um a ele. O marido tomou com um gole de suco e suspirou.

— Obrigada. E desculpe por ontem. Eu perdi a cabeça. — ele estava se levantando para ir, mas ela se colocou em sua frente.

— Eu sei que é muito estranho eu dizer isso, mas sinto falta do velho Santiago, e eu queria saber se, bem, você gostaria de tirar a barba. — pediu ela em expectativa.

Ele pensou por um momento. Até então não tinha considerado isso, mas se a ela parecia bom, e poderia ser um sinal de aproximação, ele aceitaria.

— Eu posso tentar. — respondeu dando de ombros.

Ótimo, pensou Mariane. Levou-o até o banheiro, e o fez sentar sobre a privada, enquanto ela procurava no armário por um barbeador novo. Achou um, cor de rosa, e pegou o sabonete líquido. Tinha que servir.

— Você já fez isso antes? — ele perguntou acuado.

— Sempre há uma primeira vez. — ela se ajoelhou entre as pernas dele e fez espuma com o sabonete, espalhando por toda a barba. — Garanto que não sairá ferido.

— Espero.

— Agora não se mova. — pediu ela, passando a lâmina pelo rosto dele, tirando devagar a barba.

O CEO que amei COMPLETO ATÉ DIA 10/04Onde histórias criam vida. Descubra agora