Slip Away

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Raiva.


Foi o primeiro sentimento que Catra sentiu ao acordar. Simplesmente odiava acordar cedo e sair do conforto da cama.


O som estridente do despertador, na cômoda ao lado da cama, parecia que berrava dentro de sua cabeça. Nesses momentos ela amaldiçoava sua audição apurada

E para piorar toda a situação seu corpo estava um caco. Se movesse um músculo, não importa qual, iria doer muito.

— Odeio essa música. - Ela reclamou enquanto tateava a cômoda em busca do despertador, quase xingando pela dor que se alastrou com o movimento. Ela segurou a vontade de arremessar o objeto longe quando achou.

Assim que desligou o alarme, voltou para a posição de antes. Se aconchegando mais na cama.

Mas tinha algo diferente dessa vez, a cama  estava muito confortável. E camas não ficam subindo e descendo.

Catra abriu os olhos, ainda vendo meio turvo. Não devia nem ser 05:30h, o Sol ainda estava na linha do horizonte. A felina piscou algumas vezes até a visão focar. Arregalou os olhos quando percebeu onde estava deitada: em Adora. Como confirmação, o cheiro da loira inundou suas narinas. A gatuna olhou para cima e viu o rosto sereno da loira, com os olhos fechados.

Sentiu um leve frio na barriga quando percebeu que Adora a abraçava de lado, passando com um dos braços pela sua cintura.

Ela tentou sair sem acordar a outra, o braço da outra apertava com firmeza sua cintura. A impedindo de sair.



O que Catra não sabia era que Adora estava acordada há muito tempo.


Adora gostava de pensar que tinha se acostumado em acordar cedo, mas a verdade era bem mais difícil. Sua infância foi complicada o suficiente para fazer com que ela tivesse pesadelos frequentes.

Quando Adora acordou suando frio, esperava encontrar o teto de seu quarto e o silêncio. Mas notou o quarto diferente e a respiração leve de alguém. Sua felicidade foi quase absurda ao notar onde estava e com quem estava. Em algum momento durante o sono, Catra ficou em cima de Adora.

De novo, Adora pensou sorrindo.

Adora deixou o pesadelo de lado e aproveitou esse momento delas. Era perfeito. Perfeito até demais.


Adora suspirou ao se lembrar de que, provavelmente, Catra tinha uma doença muito séria.

Ela pode ter começado o curso de Medicina agora, mas já sabia muitas coisas da área. O tanto de remédios que Glimmer falou para ela naquele dia, as caras de dor e cansaço de Catra. Eram motivos suficientes para concluir algumas coisas.

Adora sentia que sabia o que era, sentia que já tinha visto. Mas aonde? Essa sensação angustiante a estava matando por dentro.

Adora suspirou mais uma vez.


De repente um som estridente do despertador tocando uma música horrível cortou o silêncio. Adora não era de julgar, mas tinha odiado a música.


— Odeio essa música. - E parece que ela não era a única.

Rapidamente, Catra esticou o braço e desligou o alarme. Pelo visto, ela ainda não tinha processado onde estava.


Adora foi ao céu e voltou quando sentiu Catra se aconchegando em si, ficando mais perto.

E ela suspirou mais uma vez, sentindo a onda de calor se espalhar pelo seu coração. Fechou os olhos apreciando melhor a sensação de ter a outra tão perto de si.

Salvação - Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora