Quem diria que sua estratégia, de falar sobre o que elas eram, deu certo. Ela não se sentia menos amada porque não foi um pedido super romântico, envolvendo um jantar à luz de velas e declarações enormes, mesmo assim ela amou tudo. O jantar romântico foi a sorveteria e não houve declarações, mas isso não a incomodava. Aliás, no relacionamento dela com Catra não era necessário haver muitas palavras para se expressarem.
Quando Catra disse "claro que sim, boba" e a olhou com os olhos brilhando e o sorriso largo, Adora já soube que nem uma declaração enorme seria melhor. Catra nunca foi boa em se expressar com palavras (mesmo trabalhando para isso melhorar). Mas o que ela não falava, ela mostrava em gestos. Desde sutis, como um piscar de olhos lento, até um beijo profundo.
O que Adora achava intrigante era como tudo ia bem. Ela nunca esteve em um relacionamento antes. Tudo era novo para ela, e por isso não sabia se estava indo rápido ou não. Mas ela logo ignorou isso. Ela estava com Catra. E Catra a fazia se sentir aceita por ela mesma, a fazia se sentir feliz.
Adora queria que Catra sentisse o mesmo. Já que sabia que a morena não tinha, literalmente, ninguém que se importasse com ela antes de conhecer seus amigos na faculdade.
Adora destrancou a porta e deu passagem para Catra passar primeiro. Ela observou a felina passar, a elegância de um felino em cada movimento que Catra executava. Ainda mais com aquela roupa preta que a deixava digna da própria Afrodite.
Catra agradeceu Adora, passando a cauda pela mão de Adora, um claro exemplo de que ela se expressava com gestos sutis.
— Entãoooo, tá com fome? - Adora perguntou assim que trancou a porta. Ela já estava ficando ansiosa, e com vergonha, ao lembrar o que pretendia fazer.
Mas ela só iria fazer se Catra desejasse o mesmo.
Catra se encostou na parede, de braços cruzados. Dava para perceber de longe que a felina estava bem. Sua postura relaxada e o senso de humor animado mostravam isso. Adora ficou feliz só de poder ver esse lado da morena, de ver que ela está feliz.
— Adora, acabamos de voltar de uma sorveteria. Fome não é o que eu sinto agora. - Catra falou de forma óbvia. A felina estava pensando o que diabos ela tava fazendo ali ainda com a roupa com que saiu. Ela já estava se repreendendo por não ter se trocado antes, mas talvez, se for rápida, até pode ir se arrumar.
Talvez Adora queira terminar de maratonar a temporada da série, e Catra só estaria disposta para isso depois que colocar sua roupa folgada.
E com essa conclusão, ela saiu da parede e andou apenas dois passos. Foi o que ela conseguiu antes de Adora parar em sua frente, a olhando fixamente nos olhos.
— Para onde vai? - Adora perguntou com calma e começou a descer a mão pelo braço de Catra. A loira estava mais calma e doce do que o normal. Catra achou que fosse o efeito do sorvete, mas os olhos escuros diziam outra coisa.
— Me trocar? - O que era para ser uma afirmação, saiu mais como uma pergunta. A morena estava confusa com o que acontecia, e sentir a mão quente de Adora em seu braço a estava deixando arrepiada.
— Não será necessário. - A maior respondeu, subindo a mão até parar no ombro. Adora a observava de cima a baixo, demorando mais nos botões da camisa, para, enfim, encontrar os olhos heterocromáticos a observando. - Você é linda.
Catra ficou envergonhada com o que Adora disse e passou a olhar o chão, achando interessante o assoalho de madeira escura.
Adora sorriu ao perceber a timidez da outra, Catra era tão fofa e mais fofa ainda com as orelhas felpudas abaixadas. A loira abriu um sorriso largo quando sentiu a cauda da felina se enrolar em sua perna.
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Salvação - Concluída
FanfictionA escuridão a envolvia. Ela não tinha tantas esperanças para seu futuro, mas ainda assim entrou na faculdade para fazer curso de Música. Um jeito de tirar a angústia de seu coração. O que ela não esperava era encontrar uma certa loira, que em pouco...