Em uma sinistra tempestade, a jovem Leslie recebe um misterioso telefonema. No entanto, após este estranho ocorrido, ela se encontra em um novo mundo. Um lugar mórbido e macabro. Para onde foram as pessoas? Onde ela está? Seria este o fim do mundo?
...
No calor de uma cidade putrefata o improvável aconteceu. Um encontro que só podia ser chamado de coincidência. Uma garota cheia de arrependimentos e promessas quanto ao mundo, e dois irmão fugitivos que buscavam paz mas acabaram por depararem-se com a destruição.
Contudo, aquilo não foi coincidência. Foi destino.
Mal sabiam eles, que mudariam o mundo.
Sentada em um monte de areia, de frente para o mar, estava uma menina com os cabelos negros ondulando com o vento e uma expressão aborrecida. O sol havia acabado de se levantar, espalhando seus raios por toda parte. Mas infelizmente, aquela luz não conseguia alcançar o coração da menina...
- Você acordou cedo - disse um rapaz, aproximando-se com passos silenciosos na areia.
- Sim... - respondeu Serena, com uma voz tão baixa que o garoto teve de se inclinar para poder ouvir.
Alexander deixou sua postura de mãos na cintura e sentou-se ao lado de sua irmãzinha, mas ainda com um leve sorriso no rosto. Mesmo que parecesse despreocupado, ele tinha um grande talento 'ler' as pessoas, e tratando-se de sua irmão ele sabia exatamente o que se passava em sua cabeça. No entanto, Alexander deixava isso claro para os outros, pois gostava de ouvir a verdade vinda da boca do referido. Gostava de sentimentos visíveis e palpáveis.
- Por que está assim? - perguntou de forma sutil.
- Você disse que não podíamos confiar em mais ninguém, que só tínhamos um ao outro. Então... por que deixou aquela garota se unir a nós? - indagou a menina, com tristeza e raiva em suas palavras.
- De fato, acho que não podemos confiar em ninguém... - disso o irmão com um tom amargo olhando para o mar - Da última vez que fomos descuidados fomos capturados, se bem que talvez seja porque nem chegamos a atirar...
Serena limpou suas lágrimas, com o rosto expondo ainda mais a sua indignação, como se a resposta de seu irmão houvesse piorado ainda mais a situação.
- Pois então!! Por que temos de ficar com essa garota?! Aposto que ela faria o mesmo se descobrisse...
- Não, ela provavelmente não contaria a ninguém - afirmou Alex com um sorriso determinado.
- Como pode ter tanta certeza? - interrogou a menina, enquanto o irmão se levantava.
O jovem que não parava de olhar para o mar e pensar "nunca pensei que existisse tanta água" parou ao lado da garota, com as mãos nos bolsos e permaneceu com um olhar intrigante, como se estivesse viajando em pensamentos secretos.
- Talvez você não acredite, mas eu sinto algo familiar naquela garota - disse Alexander, sem tirar o foco da água.
- Familiar? Do que está falando?
- Desde que vi Lily pela primeira vez, eu senti que já nos conhecíamos, que já éramos amigos - falou o irmão lembrando-se da garota que o perseguira durante minutos pelas ruínas da cidade obscurecida - Por isso, acho que já nos conhecemos em outra 'linha do tempo'.
Mesmo que o irmão tenha dito tais palavras com tamanha sinceridade, Serena soltou apenas um "Tch!" completamente desacreditada e pensou "Em realidade alguma eu seria amiga daquela lá!".
- Até parece... pra mim você só que ficar olhando pras pernas daquela garota - disse Serena, com um ódio implícito em cada sílaba - por que diabos ela anda de calcinha por aí? É uma pervertida!
- Me pergunto como nós erámos nesta outra linha do tempo - murmurou Alexander.
- Não mude de assunto!! - vociferou a menininha, se levantando em um salto da areia, que começava a esquentar radicalmente com a chegada do sol.
- Mas para ser sincero, este não é o único motivo de precisarmos dela - continuou Alex, caminhando em direção a casa, onde Lily ainda estava dormindo.
- Huh?
- Você já se esqueceu do que nos aconteceu da última vez?
Serena baixou a cabeça, e lembrou-se do momento em que gritava por seu irmão, implorando para que não os separassem.
Para que o mundo não acabasse mais uma vez...
- Ah!! É mesmo! - exclamou a menina de vestido negro ao recordar-se de um importante detalhe, o qual os impediam de voltarem sozinhos - Então é por isso que precisamos dela...
O rapaz virou-se para sua irmã, ainda com as suas mãos nos bolsos e o seu sorriso malicioso esboçado, ao ver com conseguira convence-la da situação.
- Mas mesmo assim... - murmurou Serena, com uma pontada de arrependimento - mesmo assim não acho que deveríamos ter mentido sobre nossas memórias, afinal ela vai descobrir mais cedo ou mais tarde.
- Foi necessário, pelo menos nesta linha do tempo ela não deve saber... - disse Alexander ao abrir a porta da casa - Ela é a primeira incógnita que encontramos, e agora somente ela pode nos ajudar.
- Acho que tem razão - admitiu a menina, ainda hesitante.
E os dois misteriosos irmãos adentraram a cabana naquela manhã ensolarada.
- Afinal... nós não podemos voltar no tempo.
Apesar de não ter comentado com sua irmã, com medo de dar falsas esperanças ou de causar uma nova confusão. Alexander tinha um motivo mais forte para ficarem com Lily, mesmo que ainda fosse uma fina desconfiança, que cresceria cada vez mais com o avançar natural do tempo. Talvez, mesmo que talvez, Leslie Von Gardenni poderia ser a garota da foto...
...
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Olá meus caros, venho aqui para lhes agradecer por continuarem se divertindo com esta humilde história. Já passamos de dez capítulos não é mesmo? E iremos ainda mais longe, ou assim espero kkkkkk. De todo modo, fiquem com esta ilustração de Incógnitas, feita por minha grande amiga Emi, talvez com ela possam imaginar melhor os personagens kkkk.
