Downfall | Sope

· PRÓLOGO ·

Boa leitura 💜

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Quando as águas geladas daquele rio engoliram o corpo de Yoongi foi uma sensação que ele nunca conseguiria esquecer.
Alguns flashes do que havia acontecido voltavam a sua mente de tempos em tempos em forma de pesadelo, e por mais que tentasse, o garoto não conseguia acordar.

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A vida nunca fora fácil para Yoongi, ele conheceu a dor de se tornar órfão muito cedo, viveu morto por anos, sempre em esquinas e bocas de fumo procurando por sensações que apenas as drogas podiam lhe proporcionar, e foi em uma dessas esquinas onde viverá a pior parte de sua vida, a prostituição.

O garoto nunca teve, de fato, um contato com a família paterna ou materna, sua mãe nunca lhe explicara exatamente o que havia acontecido no passado, porém alguns anos mais tarde Yoongi descobriu que uma proibição de namoro seguida de uma gravidez na adolescência resultou no afastamento total de seus pais e de suas respetivas famílias.

O pai de Yoongi faleceu quando ele tinha apenas 5 anos, o menino não se lembrava muito bem de seu progenitor, mas a imagem dele caído no chão da cozinha já sem vida ainda permanecia viva em sua memória. O homem faleceu de uma maneira súbita, deixando o primogénito e sua recém esposa para trás.

Bastou apenas um ano para que outra tragédia atingisse a família Min. Um câncer no sangue recém descoberto e em estágio avançado fora o problema dessa vez, a mãe de Yoongi até tentou, mas em sua situação não havia muito o que pudesse ser feito. Após um ano de luta, inúmeros tipos de tratamento, diversas internações no hospital, ela acabou partindo. Na época Yoongi era apenas um garotinho de 6 anos e já estava sozinho no mundo.

No começo não tinha muita ideia do que estava acontecedo, sentia falta de sua mãe e não conseguia compreender o porquê de não poder vê-la, não entendia muito sobre a morte e nem o porquê dela estar sempre levando alguém de si, mas ficou feliz ao ouvir de uma vizinha que sua mãe estava em um lugar melhor, junto de seu pai, em um paraíso, um lugar onde não havia tristezas.

— Lá tem gatinhos? A mamãe e eu adoramos gatinhos pretos... bracos e... E... Aquela cor... Qual é o nome mesmo?... Ah Lembrei, cor de cenoura. — Yoongi sorriu orgulhoso por se lembrar da cor preferida de sua mãe.

— Sim, tem muitos gatos de todas as cores e tamanhos. Sua mamãe irá amar. — A vizinha respondeu acariciando os cabelos negros do menino, que mais se parecia com uma tigelinha de cabeça para baixo.

Yoongi passou alguns bons dias na casa de vizinhos, cada dia na casa de um, era uma vizinhança humilde, ninguém tinha condições de cuidar do menino em tempo integral. Não demorou muito para ele ser mandado para um orfanato, não poderia viver jogado de casa em casa, precisava de um lar fixo.

O orfanato para onde foi mandado era o único da região na época, não era grande coisa, era um tipo de escola que fora fechada há algumas décadas.

Com o intuito de ajudar a comunidade e os diversos meninos que moravam na rua, uma das poucas igrejas católicas da região comprou o lugar, que após algumas reformas se tornou apto para receber moradores, e então foi finalmente inaugurado.

Quando Yoongi chegou no local foi recepcionado por uma freira, achou a figura um tanto engraçada, o hábito e o véu nas cores clássicas preto e branco batiam até no fim das pernas da mulher, foi inevitável não compara-la a um pinguim. Ela se chamava Jisoo, ela o apresentou todas as salas de aula, os dormitórios, a pequena igrejinha improvisada nos fundos do lugar, o refeitório, os banheiros, e a enorme quadra de esportes.