Jo JiAh POVs
A outra manhã foi melhor. Eu esperava que ele tivesse ido embora naquela noite. Eu ficaria mais alguns dias em Busan, eu estava determinada a esquecer Park Jimin.
Enquanto atendia um ou outro cliente que aparecia naquela manhã, o almoço foi se aproximando. E conforme o sol ia se pondo bem no meio da esfera terrestre, marcando o meio-dia, Park Jimin chegava e cravava seus olhos em mim.
— Boa tarde! — Ele disse, intimidado.
Assenti, o reverenciei e corri para a cozinha. Meu coração batendo a mil. Por que que ele ainda estava ali? Por que ele me seguia? Tirei o colar de meteoro que ele me deu, eu usava sempre, mas naquele dia estava muito visível.
— Ya, Jiah! — Ouvi a voz da minha avó vindo da cozinha. — Veio aqui para me ajudar, certo? Tem um cliente ali e você não foi atende-lo, por quê?
— Halmoni, por favor... — Quase implorei.Ela não quis me ouvir. Coloquei o colar no bolso do meu avental. Precisei atender Park Jimin naquela tarde, também. E ele pediu bastante comida. Pediu que trouxesse aos poucos. Ele ficou cerca de 3 horas no restaurante.
— Já terminou? — Suspirei, apoiando minha testa em minha mão.
Ele me encarou. Parecia magoado. Fingiu um sorriso.
— Eu... já vou indo. — Me encarou.
Meu coração parecia que queria grudar no solo e ficar ali, pesou muito. Sempre que eu abria a boca, eu o machucava. Por que?
Ele me pagou e foi embora. Olhei para a halmoni. Ela me conhecia bem, me criou um tempo após meu pai morrer. Ela sabia de algo que nem mesmo eu sabia que emanava tanto. Amor e sofrimento, misturados num só ser.
— Por favor, halmoni. Não pergunte nada, por favor. — A abracei, caí em prantos.
Eu dormi naquela tarde, meus olhos inchados. A Halmoni nem me perguntou como eu estava, ela me deu meu tempo. O tempo que eu precisava. No entanto, ao acordar, ela estava ali, me servindo de chá de camomila e pãezinhos.
Seus olhos encontraram com os meus e ela sorriu.
— Jiah? — Ela sentou-se na cama. — Dói muito quando a gente perde o amor, não é? — Me mantive em silêncio. — Ainda mais, duas vezes!
Ela tinha um semblante feliz, mas palavras tristes.
— Quando a Guerra da Coreia aconteceu, seu avô precisou lutar. Nos conhecíamos desde pequenos, e quando eu comecei a amá-lo, ele foi embora. Para mim, era como uma sentença de morte. A guerra estava sendo devastadora, não tínhamos nem comida nem água. Nossa ideia era fugir para Busan, para cá. O único lugar onde a guerra não havia chegado em todo território coreano. Era nosso refúgio, e ele sabia. Eu disse: Minhyuk-a, me encontre no lugar mais seguro do país. Mas... Ele sumiu, depois de 1 ano, recebi um telegrama considerando sua morte. — Ela riu. — Duas semanas depois, ele estava na porta desse restaurante, destruído, mas vivo. Estava louco para saber quem disse para a pessoa que ele amava que ele estava morto. Nesse momento, ele não quis perder tempo e me pediu em casamento. E nosso amor foi nos curando aos poucos. E crescemos uma família linda. O que quero dizer, Jiah, é que não importa a batalha que seu amor vá enfrentar, se ele realmente te amar, ele vai voltar a te encontrar. Mesmo que após considerarem esse amor morto.
Ela tinha tanta fé. Tanta felicidade. Ela não teria o enganado nunca, e era isso que me fazia pensar "é diferente". Não dormi, me fiz um chá. Olhava a Lua brilhar contra o mar lá longe. Nem as estrelas me veriam naquela noite.
— Jiah? — Ouvi a halmoni.
— Sim?
— Ainda acordada? Preciso que me ajude com algo! — Caminhei até ela, na cozinha. — Pode organizar essas caixas de papelão e levar até o galpão do Ahjussi Cho?
— Todas essas? — Caminhei até a montanha de caixas, as abracei.Num único abraço, sem ver nada na minha frente, caminhei até o galpão com muita dificuldade. Levei um susto quando vi o cachorro do bairro saindo correndo do galpão. Quase derrubava todas as caixas no chão de areia fina.
Assim que cheguei no galpão, chutei a porta para abrir espaço para eu passar. Colocando as caixas no chão, comecei a desmonta-las e dobra-las. Porém, ouvi passos ao meu lado e pulei num susto.
— Ah que susto! — Levei a mão ao peito e os olhos ao encontro do rosto da pessoa que me assustara. — Jimin?!
O que ele fazia ali dentro de um galpão que nem o pertencia? Que tipo de coincidência o universo estava fazendo acontecer em nossas vidas.
— O portão. — Ele dizia.
— O quê? — Juntei as sobrancelhas.
— O portão vai fechar forte. — Ele não estava preocupado.Encarei o portão. Tentei correr, levantei do chão com habilidade e corri o mais rápido possível, mas o portão se fechou. Levei minha mão até meu rosto e rosnei.
— Por que está estressada? É só abrir. — Jimin dizia.
— Jimin? Isso é um galpão. Só o dono tem a chave.
— E... quando ele vem? Você tem o número dele?
— Tenho. — Jimin sorriu. — No celular que ficou na minha avó.
— A gente pode gritar? Pode ser que ele escute.
— Ele vem amanhã às 5 horas. Ninguém vai ouvir, estamos no meio do nada! — Me encostei num caminhão ali.Eu estava presa por horas com Park Jimin e um turbilhão de sentimentos.
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CYBERLOVE // PJM
FanfictionO quão longe um ser humano é capaz de manter uma relação com um robô de inteligência artificial? Esta é a história de Park JiMin, um garoto rico e CEO de uma empresa famosa no país, que criou um escudo para seu coração partido. "Inevitavelmente, t...